
O carnaval � uma das datas mais aguardadas do ano pelo brasileiro. E, em Belo Horizonte, os blocos de rua v�m ganhando cada vez mais espa�o no cora��o dos mineiros e turistas de toda parte do pa�s e do mundo. No entanto, s� a disposi��o e alegria n�o s�o suficientes para cair na folia. Alguns cuidados s�o necess�rios para manter a sa�de e o bem-estar dos foli�es.
A mononucleose, popularmente conhecida como “doen�a do beijo”, pode demorar at� dois meses para manifestar sua contamina��o, diferentemente das intoxica��es alimentares, que em um curto espa�o de tempo j� podem apresentar sintomas. Segundo a m�dica patologista cl�nica Luisiane Vieira, diretora t�cnica do Laborat�rio Lustosa, al�m da demora para a doen�a se manifestar, os pr�prios sintomas causados pelo cont�gio do v�rus podem contribuir para que um diagn�stico errado possa ser feito. “A mononucleose � uma virose aguda, febril, mas o quadro cl�nico � inespec�fico, quer dizer, se parece com o de outras viroses, inclusive uma gripe”, afirma.
Os sintomas mais comuns s�o fadiga, febre, dor de garganta e �nguas inchadas no pesco�o ou em outras �reas do corpo. Em casos mais graves, podem ocorrer erup��es cut�neas. Sendo a mononucleose um v�rus presente na saliva, a �nica forma de preven��o da doen�a � evitar contatos �ntimos com quem tem o v�rus, como o beijo e o compartilhamento de copos e talheres. Tosses e espirros tamb�m merecem aten��o.
As infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs) merecem aten��o redobrada durante o carnaval, j� que a falta de preocupa��o com o sexo seguro � grande durante a folia, fazendo com que os jovens e adultos esque�am de usar a camisinha. Al�m do HIV, a s�filis e o papiloma v�rus humano (HPV) tiveram aumento de incid�ncias nos �ltimos anos. Causada pela bact�ria Treponema pallidum, a s�filis n�o pode ser evitada com vacina e a pessoa pode ser contaminada novamente ao ter contato com a bact�ria. J� o HPV pode ser precavido com a aplica��o da vacina em homens e mulheres a partir dos 9 anos de idade. No entanto, de acordo com a respons�vel t�cnica pelas vacinas do Laborat�rio Lustosa, Marta Moura, aqueles que j� foram infectados podem ser vacinados, uma vez que na f�rmula da vacina existem mais de um tipo de HPV.
Outras doen�as
Tome muito cuidado com a intoxica��o alimentar, que, na maioria das vezes, � causada pela m� higieniza��o e conserva��o dos alimentos. O coordenador de microbiologia do Laborat�rio Lustosa, Hyllo Baeta, ressalta que alguns cuidados, como a aten��o quanto � manipula��o e ingest�o de bebidas e alimentos, podem evitar a infec��o. Al�m disso, � recomendado que os foli�es consumam apenas �gua tratada, com lacre, e n�o usem gelo de proced�ncia desconhecida. � indicado, tamb�m, evitar a ingest�o de alimentos crus e ex�ticos. “D� sempre prefer�ncia �s op��es cozidas, assadas ou fritas, especialmente aquelas preparadas na hora. O consumo de frutas e verduras danificadas tamb�m deve ser evitado, pois a casca funciona como uma barreira natural e protege esses alimentos de contamina��o”, completa.
Com o tempo chuvoso, os riscos da contra��o da leptospirose, bact�ria presente na urina de ratos e outros animais, pode aumentar e, por isso, no carnaval � uma das doen�as mais comuns, visto que, al�m da contra��o atrav�s do contato com a �gua e com o solo contaminado, o consumo de bebidas se torna um ponto de alerta. “A maneira de armazenagem e o caminho que as latinhas de cerveja ou refrigerante fazem at� o ponto de venda, s�o, muitas vezes, desconhecidos pelo consumidor. A contamina��o pode ocorrer em qualquer parte desse percurso. Al�m disso, para refrigerar as latas, o m�todo mais adotado pelos ambulantes � o uso das caixas t�rmicas com gelo, que tamb�m podem ter sido contaminadas por roedores ou outros animais”, explica o gerente t�cnico do Laborat�rio Lustosa, Adriano Basques.
A leptospirose pode levar � morte e se manifesta atrav�s de febre alta, dor de cabe�a, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, v�mito, diarreia e tosse. Nos casos mais graves, os olhos e a pele podem ficar amarelados. A doen�a pode ser tratada com medicamentos, necessitando interna��o em casos mais graves. Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir o cont�gio da bact�ria. “Use copos descart�veis ou, se puder, leve um recipiente de casa. � mais seguro tamb�m utilizar os canudos reutiliz�veis. Caso n�o tenha recipiente em m�o, lave as latas com �gua e sab�o sempre que poss�vel. Nos p�s, use cal�ados leves e confort�veis. Evite sand�lias de solado fino e n�o ande descal�o em hip�tese alguma”, orienta Basques.
Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Carlos Altman