
De acordo com dados do Google Trends, desde o fim de abril, a procura pelo termo “ox�metro”, no buscador, aumentou. Alguns fornecedores do produto tamb�m observaram crescimento nas vendas, em torno de 100%. Isso porque o aparelho verifica o n�vel de oxig�nio no sangue do usu�rio, e, um dos principais sintomas da COVID-19, a falta de ar, ocasiona menor oxigena��o.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia afirmou, em nota, que n�o recomenda o uso irrestrito do ox�metro domiciliar para o monitoramento da satura��o de oxig�nio durante a pandemia.
“Como n�o h� estudos cient�ficos sobre a referida monitoriza��o em pacientes com suspeita ou diagn�stico confirmado de COVID-19, sugerimos que a decis�o sobre usar ou n�o a monitora��o por oximetria, em casa, fique a cargo do m�dico que assiste o doente. N�o existe indica��o do uso de ox�metro domiciliar em indiv�duos sem doen�as pulmonares cr�nicas, ou como m�todo de diagn�stico precoce do novo coronav�rus”, diz o comunicado.
O cl�nico geral e cardiologista Diogo Umann explica como esse aparelho funciona em termos m�dicos. “O ox�metro identifica o oxig�nio perif�rico das c�lulas, principalmente nos dedos. Ent�o, assim � poss�vel avaliar o grau de oxigena��o do sangue e a fun��o pulmonar que est� sendo desempenhada.”
Umann ressalta que alguns aspectos podem interferir na aferi��o. “H� muitas altera��es em rela��o a esse diagn�stico, pois se tiver alguma coisa que altere a aferi��o desse ox�metro, como uma pele muito fria, ele n�o � fidedigno. Por isso, � muito importante que diagn�stico real da satura��o do oxig�nio seja feito por um especialista.”
Al�m da temperatura corporal, esmaltes escuros e a qualidade do aparelho podem interferir no resultado do monitoramento do oxig�nio. A aferi��o, quando feita logo ao despertar do paciente, tamb�m pode sofrer altera��es.
O cardiologista destaca que mesmo o ox�metro se mostrando apto para medir a quantidade de oxigena��o presente no organismo do paciente, e sendo a falta de ar um dos principais sintomas da doen�a causada pelo novo coronav�rus, capaz de diminuir essa oxigena��o, o aparelho n�o � capaz de detectar o v�rus. Por�m, o especialista pontua que em casos de pessoas j� contaminadas, a oximetria domiciliar pode sim, ser uma aliada.
Alguns pacientes t�m o diagn�stico de COVID-19, est�o em isolamento social, t�m algum fator de risco, mas n�o h� necessidade de ficarem hospitalizados com orienta��o e acompanhamento m�dico. "Essas pessoas sim, s�o instru�das a fazer o uso desse ox�metro para acompanhar a oxigena��o do organismo. No entanto, n�o � pelo ox�metro que se faz o diagn�stico de piora cl�nica e sim, com o agravamento dos sintomas gerais. Esses pacientes precisam ser bem acompanhados e monitorados, juntamente com a equipe m�dica.”
Em casos suspeitos, Umann afirma ser necess�rio o exame espec�fico para a detec��o do v�rus ou n�o, mas explica que o ox�metro pode indicar um sintoma at� ent�o impercept�vel, levando o paciente a realizar exames mais direcionados.
“O ox�metro ajuda na identifica��o da satura��o do oxig�nio perif�rico. Ent�o, se a pessoa tem a oxigena��o baixa, quer dizer que o pulm�o n�o est� trocando oxig�nio com as c�lulas e isso aponta para um acometimento pulmonar. Dessa forma, se faz necess�rio a realiza��o de demais exames, como a gasometria arterial, e acompanhamento do quadro cl�nico do paciente. E, isso pode ajudar, de forma indireta ou direta, na identifica��o da doen�a da COVID-19", diz.
Como funciona
O ox�metro � parecido com um prendedor, que, ao ser colocado em um dos dedos das m�os do paciente, afere o oxig�nio perif�rico nas c�lulas, principalmente nas digitais. Dessa forma, no visor a porcentagem detectada � informada.
Para que a porcentagem seja calculada, uma luz infravermelha presente no aparelho, penetra os tecidos do usu�rio e analisa as prote�nas respons�veis por transportar o oxig�nio no sangue, as chamadas hemoglobinas.
Tecnicamente, a quantidade de oxigena��o no sangue de uma pessoa pode variar entre 0% e 100%. Por�m, a normalidade de satura��o se encontra entre 95% e 100%. �ndices registrados abaixo de 93% merecem aten��o redobrada.
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram