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Estado de Minas COVID-19

Pesquisa evidencia suspens�o do novo coronav�rus no ar

O estudo, feito em S�o Paulo, coletou amostras e constatou a hip�tese de que o v�rus � transmiss�vel, tamb�m, por microgot�culas expelidas no ar, chamadas de bioaeross�is. Entenda os riscos


17/08/2020 13:16 - atualizado 17/08/2020 18:28

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Um estudo feito por pesquisadores da Omni-electronica, empresa residente na Incubadora USP/IPEN-Cietec, em parceira com o programa VedacitLabs, aponta para novas evid�ncias de contamina��o por Sars-Cov-2.

De acordo com a pesquisa, o ar, j� reconhecido, recentemente, pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) como um poss�vel vetor para a prolifera��o do v�rus, pode potencializar a a��o do novo coronav�rus, dependendo da ventila��o do ambiente. 

Isso porque, em a��o desde junho, o estudo comprovou que a COVID-19 pode ser transmitida n�o s� pelas grandes got�culas, expelidas durante epis�dios de tosse e espirro, mas, tamb�m, por microgot�culas eliminadas durante a fala e no processo de respira��o humana.

Ainda, segundo as evid�ncias, essas pequenas gotas, denominadas bioaeross�is, podem ficar suspensas no ar por horas. 

Estas microgot�culas s�o t�o leves que podem se manter suspensas no ar por horas e alcan�ar dist�ncias de at� dezenas de metros, caso o ambiente n�o seja devidamente ventilado.

"Como consequ�ncia, a presen�a do v�rus anexado a microgot�culas de bioaeross�is suspensas no ar faz com que o simples fato de respirar em um ambiente contaminado seja um risco de infec��o”, explica o CEO da Omni-electronica, Arthur Aikawa. 

Sendo assim, Aikawa destaca que, a recomenda��o, emitida pela OMS desde o in�cio da pandemia, de que as pessoas mantivessem dois metros de dist�ncia entre si, pode complicar o quadro de cont�gio da doen�a, visto que o alerta feito ainda n�o compreende as recentes descobertas do estudo.

“Este curto distanciamento pode ser, na verdade, o principal mecanismo de cont�gio, considerando que a possibilidade de contamina��o pela respira��o de microgot�culas pode ser feito em um raio de dist�ncia menor.” 

Dessa forma, o CEO pontua que diversos cen�rios podem contribuir para que mais pessoas se contaminem, haja vista que a perman�ncia em um mesmo ambiente por muito tempo pode induzir uma maior produ��o de bioaeross�is.

“A presen�a de um indiv�duo infectado, a falta de ventila��o adequada, a perman�ncia por per�odos prolongados, a virul�ncia do material viral expelido e a susceptibilidade imunol�gica dos outros indiv�duos presentes s�o alguns fatores capazes de tornar um local prop�cio � contamina��o”, elucida. 

Aikawa explica que, neste contexto, se faz necess�rio que a aten��o seja redobrada quanto a qualidade do ar. Mas, diz que, ao contr�rio do que muitos pensam, o ar-condicionado, nestes casos, n�o s�o os grandes “vil�es”.

O perigo est� no uso incorreto desses aparelhos, que pode propiciar a circula��o de um ar contaminado, possibilitando a infec��o pelo Sars-Cov-2 e/ou o agravamento dos sintomas em caso de contamina��o. 

“Al�m de as pessoas n�o terem compreens�o da qualidade do ar em ambientes internos, a maioria dos locais com ar-condicionado utiliza um sistema split sem renova��o. Ou seja, o ar interior � resfriado, mas constantemente recirculado sem que exista uma renova��o com mistura de ar externo."

Outro ponto de aten��o � que as pessoas costumam n�o respeitar as normas vigentes a respeito de temperaturas e umidade relativas adequadas. "E isso pode implicar uma situa��o prejudicial para o sistema imunol�gico das pessoas, acarretando manifesta��o mais severa dos sintomas de COVID-19, ap�s a cont�gio.” 

O CEO pontua, ainda, que o ar-condicionado pode ter um papel importante para prevenir a contamina��o da doen�a, o que tamb�m est� diretamente relacionado ao uso correto do aparelho.

Isso porque se esse sistema de ar propiciar a movimenta��o e renova��o, de forma suficiente, do ar em circula��o, pode reduzir a concentra��o de bioaeross�is no ambiente. 

Cuidados

 

Aikawa destaca que, tendo em vista essa nova constata��o, os cuidados precisam redobrados com a ventila��o dos ambientes internos, a fim de diminuir os riscos de cont�gio. Para isso, o CEO indica que h� duas legisla��es a serem usadas como base.

Uma delas � a resolu��o 09 da Associa��o Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), divulgada em 2003, que re�ne uma s�rie de orienta��es t�cnicas sobre os padr�es referenciais de qualidade do ar interior, em ambientes climatizados artificialmente, sejam eles de uso p�blico ou privado. 

A Lei 13.589/2018 � a segunda delas. O regulamento nacional diz que “todos os edif�cios de uso p�blico e coletivo que possuem ambientes de ar interior climatizado artificialmente devem dispor de um Plano de Manuten��o, Opera��o e Controle – PMOC dos respectivos sistemas de climatiza��o, visando � elimina��o ou minimiza��o de riscos potenciais � sa�de dos ocupantes”.

A lei em quest�o se aplica, ainda, aos ambientes climatizados de uso restrito, como locais destinados a processos produtivos, laboratoriais, hospitalares e outros. 

Al�m disso, outros mecanismos de cont�gio tamb�m devem ser observados e os devidos cuidados, como o distanciamento e a higieniza��o redobrada, adotados.

No que tange � correta opera��o de sistemas de condicionamento do ar, uma medida sugerida � o monitoramento cont�nuo da qualidade do ar.

Esta medida tem duas motiva��es: permitir um acompanhamento em tempo real para que as adequa��es do sistema de ar-condicionado sejam prontamente realizadas e transpar�ncia com o p�blico ocupante para que os mesmos possam executar suas atividades sem receio ou ansiedade”, explica Aikawa. 
 

"Estas amostras est�o associadas a dados, em tempo real, da qualidade do ar, como concentra��o de di�xido de carbono (CO2), que � um indicador eficaz da ventila��o em ambientes internos. Dessa forma, ficou validada a hip�tese de que o v�rus � transmiss�vel n�o somente por grandes got�culas, durante a tosse ou o espirro, mas tamb�m por microgot�culas, que as pessoas expelem quando conversam"

Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica

 

Segundo o CEO, � preciso que a preocupa��o seja mantida mesmo depois de o v�rus ser controlado, a fim de que uma nova onda de contamina��o seja evitada. E, por isso, Aikawa destaca que o cuidado com a circula��o do ar deve ser mantido.

Mas, de acordo com o especialista, alguns desafios podem ser encontrados, principalmente no que tange a sa�de dos ambientes interiores

“Para al�m do novo coronav�rus, ambientes internos insalubres impactam diariamente nossas vidas a curto, m�dio e longo prazos. Do ponto de vista mais espec�fico quanto ao objeto da pesquisa, que � a contamina��o do ar pelo v�rus do Sars-Cov-2, � importante acompanhar com aten��o se os ambientes est�o devidamente ventilados e acondicionados, pois esses s�o fatores importantes para reduzir o risco de cont�gio”, diz. 

A pesquisa


“No m�s de abril, movidos pelo impacto da pandemia, contamos com o apoio do programa VedacitLabs para financiar uma tentativa de evidenciar a presen�a do v�rus suspenso no ar e correlacionar o mesmo com indicadores da Qualidade do Ar Interior (QAI), que foram ressaltados como important�ssimos pela Associa��o Brasileira de Refrigera��o, Ar-Condicionado, Ventila��o e Aquecimento (ABRAVA)”, conta Aikawa sobre como se deu o in�cio da pesquisa que constatou a presen�a de microgot�culas no ar capazes de propiciar a infec��o por COVID-19

A partir disso, as an�lises, feitas no Hospital das Cl�nicas, em S�o Paulo, foram iniciadas e perdurou por dois meses. Ao todo, foram realizadas mais de 20 amostras, coletadas ao longo de 150 horas de estudo.

O monitoramento, conforme relatado pelo CEO, foi feito por meio de sensores capazes de indicar o risco de contamina��o por bioaeross�is, em tempo real, para todos os ocupantes de ambientes internos.

J� o procedimento de detec��o da presen�a do v�rus contou com a coleta de amostras e an�lise laboratorial para atestar a contamina��o ou n�o de um ambiente. 

Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica(foto: Trama Comunicação/Divulgação)
Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica (foto: Trama Comunica��o/Divulga��o)
“Estas amostras est�o associadas a dados, em tempo real, da qualidade do ar, como concentra��o de di�xido de carbono (CO2), que � um indicador eficaz da ventila��o em ambientes internos. Dessa forma, ficou validada a hip�tese de que o v�rus � transmiss�vel n�o somente por grandes got�culas, durante a tosse ou o espirro, mas tamb�m por microgot�culas, que as pessoas expelem quando conversam. J� as amostras colhidas e analisadas em laborat�rio puderam identificar a presen�a ou n�o do Sars-Cov-2, com emiss�o de laudo t�cnico, por meio de dispositivos de sensoriamento em tempo real instalados nos ambientes internos.” 

Aikawa explica, ainda, que os indicadores de risco de contamina��o, entre outras informa��es, podem ser visualizados na plataforma AMI-Hub e podem auxiliar o respons�vel pelo edif�cio na manuten��o da qualidade do ar e com direcionamentos compreens�veis.

Os dados podem ser informados tamb�m aos ocupantes como forma de tranquiliz�-los a respeito de sua perman�ncia no local. Alarmes e relat�rios de conformidade podem ser configurados. 

* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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