
Fala entrecortada, baixa intensidade vocal, cansa�o ou esfor�o respirat�rio ao falar s�o alguns dos sinais apresentados pelos pacientes em tratamento de COVID-19 que podem caracterizar vulnerabilidade comunicativa.
Isso porque a ventila��o mec�nica, a intuba��o e os equipamentos de prote��o, embora sejam fundamentais para a biosseguran�a do enfermo, dificultam a comunica��o entre pacientes e equipe de sa�de.
Isso porque a ventila��o mec�nica, a intuba��o e os equipamentos de prote��o, embora sejam fundamentais para a biosseguran�a do enfermo, dificultam a comunica��o entre pacientes e equipe de sa�de.
Neste contexto, a fonoaudi�loga Janaina Maria Maynard Marques, especialista em linguagem, destaca que essa vulnerabilidade comunicativa pode desencadear ang�stia e estresse na rela��o m�dico-paciente, e impactar negativamente na seguran�a do enfermo.
“O paciente pode tentar se comunicar e n�o conseguir se fazer entendido. Dessa forma, por n�o compreender o que est� acontecendo e o que os profissionais de sa�de est�o tentando falar com ele, o doente pode se sentir privado em participar ativamente do monitoramento do seu quadro cl�nico, informando o que est� sentindo, o n�vel de dor, suas d�vidas e seus medos, o que n�o � ben�fico.”
Quanto a este aspecto como efeito colateral a longo prazo, Janaina pontua que seu desenvolvimento depender� do grau de acometimento da doen�a ao paciente, bem como do organismo e sistema imunol�gico.
“Para os casos mais graves da doen�a, que envolvem interna��o e intuba��o, normalmente prolongada, temos acompanhado uma diversidade de poss�veis sequelas, como necessidade de confec��o de traqueostomia, les�o de pregas vocais, altera��es articulat�rias por fraqueza muscular dos �rg�os fonoarticulat�rios, les�o em l�bios e l�ngua pela presen�a do tubo, entre outros poss�veis efeitos neurol�gicos.”
Comunica��o suplementar e alternativa
Para a fonoaudi�loga, � importante que atitudes sejam tomadas, em �mbito hospitalar, a fim de facilitar a melhor comunica��o para as pessoas em estado de vulnerabilidade comunicativa.
“O ser humano tem o direito de se expressar, o que comumente � feito pela fala. N�o possibilitar a comunica��o aos pacientes hospitalizados em vulnerabilidade comunicativa � incoerente com sua liberdade de express�o. Sendo a fonoaudiologia a ci�ncia respons�vel pela comunica��o humana, � dever moral de seu �rg�o fiscalizat�rio garantir que a popula��o tenha acesso e possibilidade de se comunicar da melhor forma poss�vel”, ressalta Janaina.
E, � neste cen�rio que surge o uso da comunica��o suplementar e alternativa, m�todo que consiste na an�lise e inser��o do recurso mais vi�vel, funcional e pr�tico para o paciente e o contexto no qual est� imerso, independentemente de sua idade e/ou quadro cl�nico.

No entanto, Janaina pontua que essa pr�tica pode n�o ser eficaz em todos os casos. Por�m, pode ser fundamental para minimizar os sentimentos de estresse, ang�stia e sofrimento, promovendo o acolhimento e exerc�cio da dignidade humana, que, segundo a especialista, envolve de forma direta a comunica��o.
Nos hospitais
Janaina conta que esse tipo de interven��o comunicativa suplementar e alternativa j� � aplicada h� algum tempo no Brasil, bem como em outras partes do mundo. Mas, destaca que, no pa�s, esse m�todo ainda � pouco utilizado, de fato.
No entanto, em meio � pandemia de COVID-19, o risco aumentado de vulnerabilidade comunicativa nos pacientes em tratamento hospitalar tende a impulsionar o uso desse recurso.
“Por isso, o CREFONO6, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a ISAAC Brasil, produziu tr�s mil kits de comunica��o alternativa, com quatro pranchas b�sicas com s�mbolos pictogr�ficos e alfabeto-n�meros, que est�o sendo distribu�dos aos hospitais p�blicos e UPAs do estado”, destaca a especialista.
* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram