
No Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Minist�rio da Sa�de, cerca de 15 milh�es de pessoas sofrem com algum tipo de doen�a reum�tica. Ainda, segundo informa��es veiculadas pelo �rg�o de sa�de nacional, a patologia – normalmente conhecida como reumatismo – pode atingir organismos de qualquer idade, o que, conforme alerta especialistas, merece aten��o, haja vista que se faz necess�rio conhecer e identificar a enfermidade para, assim, trat�-la.
O reumatologista e diretor cient�fico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) Eduardo Paiva explica que existem v�rias causas e tipos de doen�as reum�ticas, que, inclusive, podem atingir diversos �rg�os do corpo humano e n�o somente as articula��es, como muitos pensam. “J� a algum tempo, os m�dicos especialistas da �rea observaram que as manifesta��es reum�ticas afetam outros �rg�os tamb�m, como pele, cora��o, rins e pulm�o.”
Justamente neste contexto � que Paiva destaca que o termo reumatismo se torna “pequeno demais” para abranger o conceito, aplica��o e manifesta��o da doen�a. “Al�m do fato de que toda patologia precisa ser nomeada com nome e sobrenome, � preciso que cada uma delas seja caracterizada exclusivamente para que o paciente tenha o melhor diagn�stico e consequente tratamento”, diz.
O reumatologista afirma que ao contabilizar todas as patologias inclu�das nesta denomina��o tem-se uma somat�ria de aproximadamente 120 doen�as, que se dividem em quatro grupos: as que se originam do desgaste das articula��es, as de car�ter inflamat�rio, as de ascend�ncia autoimune sist�mica e as chamadas osteometab�licas.
Paiva descreve o primeiro deles como o mais comum, visto que este tende a acometer, em �mbito mundial, todas as pessoas depois de certa idade. “Ela afeta as articula��es em raz�o do desgaste das cartilagens do �rg�o. Neste caso, temos como exemplo a artrose ou a osteoartrite. E essas patologias podem ocorrer de forma branda, quase sem sintomas, ou de maneira bem grave, ocasionando at� em uma limita��o s�ria, necessitando de uma reposi��o ou troca das articula��es, o que acontece, normalmente, em quadros cl�nicos de artrose grave no joelho ou no quadril.”
Enquanto isso, as doen�as reum�ticas inflamat�rias se d�o quando h� uma inflama��o articular que leva, consequentemente, a uma destrui��o das articula��es. Por�m, conforme frisa o reumatologista, � importante observar que, diferentemente das demais manifesta��es da doen�a, a origem desta limita��o articular � totalmente inflamat�ria.
A patologia mais comum, neste caso, � artrite reumatoide, que, se n�o tratada, pode acarretar graves deformidades e perda na qualidade de vida e, tamb�m, na sobrevida. Outro exemplo de doen�a reum�tica inflamat�ria � a gota, que surge por meio da deposi��o de cristais de �cido �rico nas articula��es.
"Resumindo, tenha uma dieta saud�vel, pratique exerc�cios f�sicos e evite o sobrepeso. Isso ajudar� a diminuir as chances de se ter uma doen�a reum�tica"
Eduardo Paiva, reumatologista e diretor cient�fico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
J� as autoimunes sist�micas podem ser respons�veis pela manifesta��o da doen�a reum�tica na articula��o e em demais �rg�os. “Um exemplo cl�ssico � o l�pus eritematoso sist�mico, que � uma doen�a autoimune e que o pr�prio corpo se agride nas articula��es, na pele e em �rg�os internos, como pulm�o, cora��o e rins. Ele pode ser de um grupo da doen�a considerado leve ou, ent�o, bastante grave”, aponta.
A �ltima delas – osteometab�licas – ocorre quando h� a perda de estrutura, e consequente fraqueza do osso. Nestes casos, fraturas tendem a ser mais comuns, principalmente em idosos e mulheres em estado de p�s-menopausa. “A manifesta��o mais comum deste grupo � a osteoporose.”
Fique atento aos sinais!
Paiva explica que alguns sintomas podem surgir e indicar uma poss�vel manifesta��o de doen�a reum�tica. Por isso, o diretor cient�fico da SBR destaca a import�ncia de os pacientes se manterem atentos aos sinais apresentados pelo corpo, como as dores nas articula��es do corpo, as tamb�m chamadas “dobradi�as”.
“Essas dores podem surgir pela manh�, logo quando a pessoa acorda, deixando o corpo todo ‘travado’ e proporcionando �s articula��es um aspecto r�gido at� cerca de uma hora depois de o paciente acordar. H� ainda as dores mec�nicas, quando se usa as articula��es, ou seja, o paciente n�o sente a dor ao levantar, mas, sim, no decorrer do dia e de seu uso.”
Al�m disso, o especialista destaca que quando h� sinais de outros �rg�os envolvidos � preciso que o paciente se atente, pois pode-se ter rela��o com doen�as reum�ticas autoimunes sist�micas. Em caso de identifica��o dos sintomas, Paiva destaca a import�ncia de que uma assist�ncia m�dica especializada seja procurada.
“Quando houver dores nas articula��es, � importante se procurar um reumatologista, pois ele � o cl�nico da doen�a m�sculo esquel�tica e, por meio dos procedimentos necess�rios e corretos, ele vai conseguir julgar o que est� afetando o paciente e tra�ar o melhor tratamento.”
Diagn�stico e tratamento
O reconhecimento e diagn�stico da doen�a reum�tica � feito, segundo Paiva, por meio de uma anamnese – entrevista com o paciente –, a fim de que a hist�ria do enfermo seja conhecida, aliada a exames laboratoriais, de imagem e f�sicos. J� o tratamento das doen�as reum�ticas depende, exclusivamente, do tipo de patologia. Por isso, a an�lise da dor e demais sintomas se faz necess�ria.
“O al�vio da dor � o tratamento mais importante. Se h�, tamb�m, um foco na funcionalidade, ou seja, o paciente � tratado de forma a n�o ter nenhuma limita��o e/ou perda de fun��o das articula��es ou na mobilidade, seja no trabalho, em casa ou no lazer. Ent�o, o tratamento � vari�vel e pode contar com o uso de analg�sicos simples, em casos mais leves, ou at� mesmo com medicamentos imunossupressores para controlar o sistema imune de pacientes com patologias autoimunes”, diz.
Apesar de a maioria das doen�as reum�ticas serem considerada cr�nicas, Paiva destaca que algumas delas, como a gota, podem ser caracterizadas como cur�veis por algum tempo.
Evite as doen�as reum�ticas!
O reumatologista explica que, mesmo as doen�as reum�ticas sendo consideradas prim�rias das articula��es, ou seja, n�o s�o originadas de patologias j� pr�-existentes, alguns fatores oriundos de demais comorbidades podem, sim, interferir no aparecimento de manifesta��es reum�ticas. E, por isso, Paiva destaca que alguns h�bitos podem contribuir para se evitar o aparecimento dessas enfermidades.
Ainda, segundo o diretor cient�fico da SBR, algumas doen�as reum�ticas, como a artrite reumatoide, t�m rela��o com o tabagismo. Portanto, Paiva indica: diminua ou cesse com o v�cio em tabagismo. “Resumindo, tenha uma dieta saud�vel, pratique exerc�cios f�sicos e evite o sobrepeso. Isso ajudar� a diminuir as chances de se ter uma doen�a reum�tica”, pontua.
* Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor Frederico Teixeira