
Desde o in�cio da pandemia de COVID-19 tem-se observado que obesos e diab�ticos t�m tido quadros mais graves e desfechos piores. Um elo em comum entre essas duas condi��es � a resist�ncia � insulina e o processo inflamat�rio cr�nico.
"Pacientes obesos e diab�ticos est�o sempre com um pequeno grau de inflama��o. Portanto, quando s�o acometidos pelo novo coronav�rus – que tamb�m faz uma rea��o inflamat�ria – esse processo de inflama��o � exacerbado. Nos �ltimos meses, percebeu-se que portadores de s�ndrome metab�lica tamb�m tendem a ter desfechos mais desfavor�veis.”
"Pacientes obesos e diab�ticos est�o sempre com um pequeno grau de inflama��o. Portanto, quando s�o acometidos pelo novo coronav�rus – que tamb�m faz uma rea��o inflamat�ria – esse processo de inflama��o � exacerbado. Nos �ltimos meses, percebeu-se que portadores de s�ndrome metab�lica tamb�m tendem a ter desfechos mais desfavor�veis.”
� o que diz o m�dico e cirurgi�o do aparelho digestivo Carlos Andr� Bastian. Segundo o especialista, isso ocorre porque os pacientes com s�ndrome metab�lica tamb�m t�m aspectos em comum com os obesos e diab�ticos – quadros considerados como de muito risco para a COVID-19. S�o eles a resist�ncia � insulina e a inflama��o cr�nica. E isso muito tem a ver com o que essa s�ndrome traz ao organismo.
Trata-se de um conjunto de fatores de risco que, quando presentes, aumentam a probabilidade de o indiv�duo desenvolver doen�as cardiovasculares, como infartos e derrames, bem como aumentam as probabilidades deste indiv�duo vir a desenvolver diabetes mellitus no futuro.
“S�o cinco fatores associados. H� a presen�a de obesidade visceral, que pode ser avaliada por meio da medida da circunfer�ncia abdominal do indiv�duo. Esta circunfer�ncia abdominal deve ser menor que 102 cm para homens e menor que 88 cm para mulheres.”
“S�o cinco fatores associados. H� a presen�a de obesidade visceral, que pode ser avaliada por meio da medida da circunfer�ncia abdominal do indiv�duo. Esta circunfer�ncia abdominal deve ser menor que 102 cm para homens e menor que 88 cm para mulheres.”
Tem-se, tamb�m, a presen�a de hipertens�o arterial sist�mica, que acomete pessoas com press�o arterial sist�lica maior que 130mm Hg ou press�o arterial diast�lica maior que 85mm Hg ou que esteja usando rem�dio para controle da press�o arterial.
Triglicer�deos maior que 150mg/ dl ou uso de rem�dio para controle e HDL – conhecido como 'colesterol bom' – baixo, menor que 40mg/dl em homens ou menor que 0mg/dl em mulheres ou estar usando medicamentos para colesterol tamb�m se encaixam entre as condi��es da s�ndrome, explica Carlos Andr� Bastian.
Triglicer�deos maior que 150mg/ dl ou uso de rem�dio para controle e HDL – conhecido como 'colesterol bom' – baixo, menor que 40mg/dl em homens ou menor que 0mg/dl em mulheres ou estar usando medicamentos para colesterol tamb�m se encaixam entre as condi��es da s�ndrome, explica Carlos Andr� Bastian.
Por fim, a glicemia tamb�m entra nessa lista. Quando ela marca 100mg/dl em jejum ou h� diagn�stico do diabetes e/ou o paciente precisa fazer uso de f�rmacos para controle, tem-se ind�cios de s�ndrome metab�lica.
No entanto, a presen�a de um desses fatores n�o necessariamente indica que h� a doen�a associada, ao mesmo tempo em que n�o precisa se ter as cinco condi��es para ser identificado com a s�ndrome.
No entanto, a presen�a de um desses fatores n�o necessariamente indica que h� a doen�a associada, ao mesmo tempo em que n�o precisa se ter as cinco condi��es para ser identificado com a s�ndrome.
“Se voc� tem tr�s destes sinais, voc� j� � caracterizado como sendo portador da s�ndrome. E a import�ncia disto � que esses indiv�duos t�m um risco consideravelmente maior de vir a desenvolver infartos, derrames, bem como ter diabetes. Desta maneira, � importante que aquelas pessoas que estejam acima do peso, tenham uma barriguinha mais saliente, sejam hipertensos ou j� tenham tido alguma altera��o nos exames de sangue procurem um m�dico para fazer uma avalia��o mais detalhada”, aponta o especialista.
PREVEN��O
“O que est� por tr�s da s�ndrome metab�lica � uma coisa chamada resist�ncia � insulina. Isso n�o quer dizer que estes indiv�duos n�o t�m insulina. Pelo contr�rio, pacientes com s�ndrome metab�lica, normalmente, t�m n�veis at� mais elevados de insulina do que o habitual, por�m, essa insulina n�o consegue agir adequadamente, pois suas c�lulas tornaram-se resistentes a sua a��o”, explica o m�dico e cirurgi�o do aparelho digestivo, que destaca que � justamente esse estado que justifica os fatores de risco apresentados pela doen�a.
� uma condi��o muito prevalente, segundo Carlos Andr� Bastian, por�m, a maioria das pessoas n�o fazem nem ideia que t�m tal condi��o, j� que normalmente s�o assintom�ticas. Ou seja, o paciente n�o sente absolutamente nada de anormal no corpo.
“�s vezes, � aquele indiv�duo que tem uma barriguinha mais saliente e press�o alta, mas n�o sabe que tem. Aquele que est� com os triglicer�deos l� nas alturas, mas nunca fez exames de laborat�rio. Portanto, a maioria dos pacientes com essa condi��o n�o faz sequer no��o que a tem.”
“�s vezes, � aquele indiv�duo que tem uma barriguinha mais saliente e press�o alta, mas n�o sabe que tem. Aquele que est� com os triglicer�deos l� nas alturas, mas nunca fez exames de laborat�rio. Portanto, a maioria dos pacientes com essa condi��o n�o faz sequer no��o que a tem.”
"Alguns trabalhos demonstram a normaliza��o dos n�veis de press�o arterial em algumas poucas semanas. Uma alimenta��o baseada em comida de verdade como carnes, peixes, ovos, hortali�as e vegetais com baixo teor de amido � capaz de operar milagres em pouco tempo. Existem, inclusive, estudos de ado��o de dietas cetog�nicas em indiv�duos j� internados em unidades de terapia intensiva, mostrando que esta interven��o � capaz de reduzir o processo inflamat�rio."
Carlos Andr� Bastian, m�dico e cirurgi�o do aparelho digestivo
Nesse cen�rio, a alimenta��o pode ser uma grande vil� neste contexto. “Uma das coisas que faz com que o indiv�duo se torne resistente � insulina � o padr�o de alimenta��o vigente, com alimentos ultraprocessados e carboidratos refinados – p�es, farinhas, biscoitos, doces, bebidas a�ucaradas etc. A maioria das pessoas que tem este tipo de alimento como base das suas refei��es ir�, invariavelmente, desenvolver algum grau de resist�ncia � insulina.”
“Isso quer dizer que para o p�ncreas manter a glicose em n�veis adequados, � preciso secretar uma quantidade maior de insulina. Isso vai acabar levando ao ganho de peso, j� que a insulina � um horm�nio anabolizante, ao aumento da press�o arterial ocasionado pelo pr�prio ganho de peso e por a��es diretas da insulina, e altera��o no perfil lip�dico”, aponta o especialista. Segundo ele, � justamente por isso que � poss�vel prevenir a s�ndrome metab�lica com restri��es e uma dieta equilibrada.

“O objetivo dessa abordagem � restringir a ingest�o de carboidratos, mas n�o qualquer carboidrato e, sim, �queles que promovem grande est�mulo insul�nico, como os p�es, massas, biscoitos, farin�ceos, biscoitos, e vegetais com alto teor de amido, como arroz, batata, batata-doce, aipim, bem como as frutas mais doces.”
A base da alimenta��o neste tipo de estrat�gia consiste basicamente em ingerir alimentos in natura – carnes, peixes, ovos –, assim como vegetais com baixo teor de amido, como � o caso do br�colis, da couve-flor, da abobrinha, entre outros. As frutas vermelhas como morangos, mirtilos e framboesas podem fazer parte do card�pio.
TRATAMENTO
H� tratamento para essa condi��o, caso ela esteja presente. Segundo Carlos Andr� Bastian, a s�ndrome metab�lica � uma doen�a revers�vel, �s vezes em semanas, tamb�m com mudan�as em h�bitos alimentares e estilo de vida. Al�m disso, o especialista pontua que dietas com restri��o de carboidratos t�m se mostrado extremamente eficazes em colocar a s�ndrome em remiss�o.
“Alguns trabalhos demonstram a normaliza��o dos n�veis de press�o arterial em algumas poucas semanas. Uma alimenta��o baseada em comida de verdade como carnes, peixes, ovos, hortali�as e vegetais com baixo teor de amido � capaz de operar milagres em pouco tempo. Existem, inclusive, estudos de ado��o de dietas cetog�nicas em indiv�duos j� internados em unidades de terapia intensiva, mostrando que esta interven��o � capaz de reduzir o processo inflamat�rio”, justifica.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram