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Estado de Minas SA�DE

Estudo aponta novo tratamento para c�ncer urotelial que preserva o rim

De acordo com a pesquisa, uma subst�ncia derivada da clorofila mata o tumor em at� duas sess�es. Os primeiros resultados foram apresentados no ASCO GU


12/02/2021 10:00 - atualizado 11/02/2021 15:06

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Uma nova esperan�a surge no tratamento do c�ncer unrotelial. Os primeiros resultados de um estudo feito pela Memorial Sloan-Kettering Cancer Center (MSKCC), de Nova York, foi apresentado, nessa quinta-feira (11), no maior congresso mundial de oncologia genitourin�ria, o ASCO GU.

Segundo os dados apresentados pelo m�dico urologista mineiro Lucas Nogueira, um dos respons�veis pelo estudo, a nova terapia mata o tumor em at� duas sess�es, sem se fazer necess�ria a retirada total do rim

De acordo com os n�meros apresentados na fase um do estudo, em 64% dos casos, o tumor n�o foi mais detectado ap�s 30 dias da primeira sess�o. Em 29%, se fez necess�rio a realiza��o de uma segunda sess�o do procedimento. E, dos que fizeram essa segunda, 67% tiveram a remiss�o completa do tumor – a patologia est� sob controle, mas ainda h� riscos de reincid�ncia. 

Al�m disso, ap�s 11 meses e meio de seguimento, 93% dos pacientes mantiveram o rim que tinha sido afetado pelo c�ncer e a fun��o renal n�o foi significativamente afetada. Mas, do que se trata esse procedimento?

Lucas Nogueira, um dos urologistas respons�veis pelo estudo, explica que ao contr�rio do tratamento tradicional, que consiste na retirada total do rim e em sess�es de quimioterapia, esse novo m�todo faz uso de um agente fotossensibilizador para eliminar o tumor. 

“Chamada de Terapia Fotodin�mica com Alvo Vascular (VTP, na sigla em ingl�s), essa t�cnica � endosc�pica e usa uma subst�ncia derivada da clorofila chamada de padeliporfina (WTS11, na sigla em ingl�s), que � injetada na corrente sangu�nea e na presen�a de luz de diodo com comprimento de onda de 753nm no local provoca uma rea��o tromb�tica local, matando o tumor por falta de oxigena��o e estimulando o sistema imunol�gico contra o c�ncer. � como se ocorresse um infarto naquela regi�o. O tumor necrosa e desaparece.” 

Lucas Nogueira explica, ainda, que trata-se de um procedimento minimamente invasivo, de pouca dura��o – cerca de 20 minutos –, sem necessidade de interna��o e, tamb�m, sem riscos ou complica��es. Por�m, � preciso manter cuidados ap�s a realiza��o da terapia.

“A subst�ncia injetada na corrente sangu�nea � fotossens�vel com atividade entre 30 minutos e uma hora. Por isso, recomendamos que o paciente n�o se exponha ao sol por um per�odo de 24 horas ap�s a realiza��o do procedimento e que ele mantenha a hidrata��o, que ajuda na elimina��o mais r�pida da subst�ncia pela urina”, diz. 

Outro benef�cio do tratamento, segundo o pesquisador brasileiro, � manter a baixa toxicidade localizada, ao contr�rio do tratamento endosc�pico a laser, que tem alta reincid�ncia do tumor e toxicidade local maior.

Por�m, apesar dos benef�cios apresentados em estudo at� o momento, pacientes com dist�rbios de coagula��o ou que fazem uso de anticoagulante n�o podem se submeter ao procedimento, haja vista os riscos impostos para este grupo. 

Lucas Nogueira frisa, tamb�m, que esses resultados foram obtidos a partir dos primeiros testes, o de fase um e, portanto, precisade mais estudos e constata��es, o que j� est� em planejamento. Tendo em vista os resultados apresentados, a FDA, ag�ncia reguladora americana, aprovou a realiza��o do estudo j� em fase tr�s, sem a necessidade de que a fase dois fosse feita.  

Segundo o pesquisador mineiro, esse novo passo j� ser� dado em abril, com o envolvimento de 20 centros localizados nos Estados Unidos e Europarata. Ele destaca, tamb�m, que se trata de um projeto de mais de 10 anos de estudo, com o objetivo de ter � disposi��o tratamentos oncol�gicos capazes de preservar n�o s� as fun��es renais como de todos os outros sistemas e �rg�os do corpo humano.

N�o � toa, a terapia endosc�pica com padeliporfina tamb�m est� sendo estudada no tratamento de tumores de pr�stata de risco intermedi�rio, bexiga, es�fago, p�ncreas e pulm�o.   

O médico mineiro Lucas Nogueira é um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo(foto: Arquivo pessoal)
O m�dico mineiro Lucas Nogueira � um dos pesquisadores respons�veis pelo estudo (foto: Arquivo pessoal)
“� um tratamento promissor, com resultados muito bons e sem agressividade ao paciente. E � uma esperan�a para o paciente que se v� sem alternativa para manuten��o do rim, visto que muitos deles v�o precisar de quimioterapia e, para isso, necessitam de fun��o renal adequada. Se mantivermos os resultados positivos nesta pr�xima fase, esperamos que at� 2023 esse tratamento esteja dispon�vel para toda a popula��o, porque � um tratamento que n�o demanda anos de aprendizagem para ser colocado em pr�tica, pois � realizado por ureterosc�pio flex�vel, equipamento que j� � de conhecimento dos especialistas da �rea”, completa. 
 
A equipe do Memorial Sloan-Kettering Cancer est� finalizando os dados de morbidade para publica��o do estudo completo ainda no primeiro semestre de 2021. Al�m do mineiro Lucas Nogueira, participaram do estudo os pesquisadores Andrew Tracey, Ricardo Alvim, Peter Reisz, Daniel Sjoberg, Quinlan Demac, Nicole Benfante, Karan Nagar, Jasmine Thomas, Jie Chen, Kwanghee Kim, David Solit, Avigdor Scherz e Jonathan Coleman.  

O C�NCER UROTELIAL ALTO  


O c�ncer uroltelial do trato alto � um tumor bem espec�fico, segundo Lucas Monteiro, e, por vezes, tende a ser confundido com outros tipos de tumor. “Ele fica na parte interna do rim. � um tumor que tem caracter�sticas bem parecidas com o de bexiga e tem progn�stico ruim, pois normalmente demora a ser diagnosticado”, explica. 

E isso porque esse tipo de c�ncer � quase sempre assintom�tico, sendo descoberto, muitas vezes, devido ao aparecimento de sangue na urina ou dor no flanco, provavelmente devido � obstru��o da urina. Outros sintomas s�o aumento da frequ�ncia e urg�ncia urin�ria e dor ao urinar. 

Entre os principais fatores de risco est�o tabagismo, hist�ria de c�ncer de bexiga e exposi��o ocupacional a agente qu�mico (petroqu�mica, pl�stico, tinta) e ser portador da s�ndrome de Lynch.   

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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