
Cerca de 65% dos brasileiros sofrem de dist�rbios do sono, percentual acima da m�dia mundial – 45%. � o que diz um estudo divulgado pela Persono, da Coteminas, sobre a qualidade do sono no pa�s, o chamado “Acorda, Brasil!”. A pesquisa foi feita por meio da plataforma human analytics da MindMiners e coordenada pela consultoria Unimark/Longo. Segundo Carlos Azevedo, diretor de ci�ncia de dados da Coteminas e head do Persono, essa � uma iniciativa para melhorar a vida das pessoas a partir do sono.
“� a nossa miss�o. Por isso, o principal objetivo � conscientizar toda a sociedade, incluindo classe m�dica e autoridades p�blicas, para o grave problema de priva��o de sono que assola o nosso pa�s. Essa j� � uma epidemia global, conforme constatado pela Associa��o Mundial de Medicina do Sono (Wasm), atual World Sleep Society.
E o problema � ainda mais grave no Brasil: um levantamento de 2016 publicado na revista Science Advanced mostra que somos um dos povos que menos dormem no planeta, s� ficando atr�s dos japoneses e dos habitantes de Cingapura”, aponta.
E o problema � ainda mais grave no Brasil: um levantamento de 2016 publicado na revista Science Advanced mostra que somos um dos povos que menos dormem no planeta, s� ficando atr�s dos japoneses e dos habitantes de Cingapura”, aponta.
Carlos Azevedo comenta que os resultados apresentados pela pesquisa concluem que a maioria da popula��o do pa�s tem uma vis�o distorcida sobre o que � uma noite de sono bem-dormida.
“Em resposta � pergunta direta, pouco mais de 1/3 da popula��o brasileira (38%) declarou ter problemas com a qualidade do sono. Entretanto, ao analisar mais a fundo, fazendo o cruzamento com outras respostas da pesquisa, pudemos ver que os 62% de respondentes satisfeitos com o sono se contradizem.”
“Em resposta � pergunta direta, pouco mais de 1/3 da popula��o brasileira (38%) declarou ter problemas com a qualidade do sono. Entretanto, ao analisar mais a fundo, fazendo o cruzamento com outras respostas da pesquisa, pudemos ver que os 62% de respondentes satisfeitos com o sono se contradizem.”
Isso porque, segundo os dados apresentados pela “Acorda, Brasil!”, as pessoas que declaram dormir bem, mas acordam cansadas ou muito cansadas pela manh�, somam 58,7%. Al�m disso, 19,1% das pessoas que declaram dormir bem apresentam horas consideradas insuficientes de sono (menos de seis horas por dia). Ainda, 18% apresentam dificuldade de pegar no sono e demoram, em m�dia, mais de 30 minutos para dormir de fato, e 11,9% despertam mais de uma vez durante a noite.Os dormit�rios das casas brasileiras t�m sofrido uma erdadeira invas�o de telas digitais: nada menos do que 78% dos brasileiros t�m o h�bito de levar o celular para a cama. Os jovens s�o os que mais fazem isso
Carlos Azevedo, diretor de ci�ncia de dados da Coteminas e head do Persono
“Um outro dado preocupante � que cerca de 13,4% das pessoas que declaram dormir bem relatam algum problema de sa�de que pode ter correla��o com priva��o de sono, como diabetes, colesterol alto, hipertens�o arterial, baixa imunidade ou estresse. Esses achados corroboram estudos que mostram que pessoas privadas de sono por tempo suficiente acabam se acostumando com o cansa�o di�rio, tomando-o como normal”, justifica.
CAUSAS
Segundo dados do estudo, 52% dos brasileiros apontam o estresse como o grande causador de noites maldormidas e consequente influenciador na qualidade de sono e vida. E isso muito tem a ver com fatores com o emprego e a vida financeira. Al�m disso, maus h�bitos podem influenciar, e muito, no regulador de sono. Sedentarismo, alimenta��o inadequada e, principalmente, uso indiscriminado de telas de celulares � noite s�o alguns desses “vil�es”.
“Os dormit�rios das casas brasileiras t�m sofrido uma verdadeira invas�o de telas digitais: nada menos do que 78% dos brasileiros t�m o h�bito de levar o celular para a cama. Os jovens s�o os que mais fazem isso. E a luz azul emitida dos celulares, que inibe a produ��o de melatonina – o horm�nio que regula o sono –, somada ao car�ter ansiog�nico de notici�rios e redes sociais, faz do uso do aparelho antes de adormecer um h�bito altamente prejudicial � qualidade do sono”, explica Carlos Azevedo.

“Por�m, os dist�rbios hormonais v�o al�m: homens que dormem apenas quatro ou cinco horas por noite t�m diminui��o de testosterona compar�vel a homens 10 anos mais velhos. Outro aspecto importante � a diminui��o ou a aus�ncia de libido devido � reserva de energia que o c�rebro faz para priorizar atividades mais importantes. Ao ser menos estimulada, a hip�fise afeta a produ��o de testosterona, horm�nio fundamental tanto para a libido masculina quanto para a feminina”, acrescenta.
Al�m disso, a m� qualidade de sono leva, tamb�m, � diminui��o da mem�ria, redu��o da velocidade de racioc�nio, lentid�o dos pensamentos e irritabilidade, esse �ltimo ocasionando perda de paci�ncia com facilidade em situa��es simples do cotidiano. A priva��o de sono provoca, ainda, o envelhecimento precoce e o aspecto de apar�ncia “cansada”, devido � aus�ncia ou � diminui��o de horm�nios como a melatonina, produzida durante a noite, que acalma e descansa a pele, al�m de inibir a queda de cabelo e melhorar a sa�de das unhas.
“Em apenas uma noite, a simples redu��o para quatro horas de sono gera uma queda de 70% nas atividades de defesa do organismo, propiciando aumento das taxas de c�ncer de pr�stata, intestino e mama. Para completar esse quadro, dores em todo o corpo tamb�m podem ser sentidas devido � diminui��o de serotonina e endorfina. A ci�ncia vem evoluindo tamb�m na descoberta de uma rela��o cada vez mais pr�xima entre envelhecimento, dem�ncia e Alzheimer, diretamente ligados � m� qualidade e quantidade de sono”, aponta.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram