
A pandemia do novo coronav�rus sacrificou o ensino da dan�a, devido � necessidade do isolameto social como medida para conter a dissemina��o da COVID-19, mas a atividade tamb�m se adaptou ao ensino on-line. N�o foi uma adpta��o f�cil para a psic�loga Maria das Dores de Carvalho Nogueira, de 68 anos, que adotou a atividade h� 15 anos. Dora escolheu a dan�a flamenca, que remonta �s culturas cigana e mourisca, com influ�ncia �rabe e judaica, ritmo associado � regi�o da Andaluzia, na Espanha.
As aulas foram suspensas, em atendimento aos protocolos sanit�rios, at� que a escola se organizasse para os novos tempos. Com a pandemia, Dora conta que as aulas foram retomadas no modelo on-line. “No come�o, n�o quis, j� que me matriculei nas aulas para sair de casa, mas acabei aceitando e gostei. Ligo o computador e sigo minha aula normalmente. Temos at� uns instantes de bate-papo e fazemos os alongamentos. S� tem um defeito: n�o podemos nos abra�ar”, conta Dora Nogueira.

A bailarina, core�grafa e professora de flamenco Bella Lyra, que atua no programa de maturidade da Faculdade Est�cio-BH desde 2007, explica que as pessoas em idade madura procuram, e encontram, na dan�a bem-estar e a satisfa��o da necessidade de se movimentarem respeitando a limita��o de cada um. “A dan�a � tamb�m terap�utica. Em uma hora e meia de aula, quando era presencial, os problemas ficavam da porta para fora. Digo que � uma faxina mental. O pr�-requisito � ter 50 anos e tenho aluna de 90.”
A maioria dos alunos – 99,9% – s�o mulheres. Para Bella Lyra, o machismo se revela na baixa participa��o dos homens, al�m da timidez que os impede de dan�ar. Al�m da dan�a flamenca, que exige mais envolvimento, empenho e estudo, a maioria das alunas acaba se divertindo mais na dan�a livre, que trabalha mais o corpo e o condicionamento cardiorrespirat�rio, segundo a professora. “Para cada aula levo um ritmo, um est�mulo diferente”.No in�cio, houve medo do desafio (das aulas on-line), mas passado o per�odo de adapta��o, come�ou a dar certo. Entendemos que seria essencial para que as alunas n�o perdessem o lado social diante do isolamento
Bella Lyra, bailarina, core�grafa e professora de flamenco da Est�cio BH
Diante da pandemia, Bella Lyra conta que o formato das aulas on-line sofreu resist�ncias. Algumas alunas desistiram das aulas, mas outras seguem firmes. “No in�cio, houve medo do desafio, muitas usam redes sociais e whatsapp com limita��o, mas passado o per�odo de adapta��o, quando come�ou a dar certo, entendemos que seria essencial para que n�o perdessem o lado social diante do isolamento”, afirma.

Seja qual for a idade e o local, a professa estimula as pessoas a procurarem seu ritmo e a explorar a dan�a. “Todos podem dan�ar, mesmo em casa, em qualquer lugar, at� no banheiro, debaixo do chuveiro. S� tenha aten��o e cuidado com o espa�o. Seguran�a acima de tudo.”
Ela conta que muitos alunos come�am a dan�ar em per�odos dif�ceis da vida, quando lidam com perdas e a depress�o, mas com a pr�tica da dan�a descobrem novas forma de enfrentar os problemas e fazem amizades.
DAN�AR MELHORA A CAPACIDADE RESPIRAT�RIA
Fernanda Parreiras � professora de dan�a em academias, ensinando zumba e fit dance. Na inf�ncia, ela se dividia entre as aulas de jazz e a gin�stica ol�mpica. A dan�a se tornou atividade constante e h� sete anos ela comanda salas de aula. “� a minha grande paix�o”, define.

Ela tamb�m incentiva as pessoas a buscar o bem-estar promovido pela dan�a. “Percebo que muitas alunas iniciam as aulas t�midas, �s vezes tristes. Depois, saem com a autoestima elevada, energia no talo e sempre sorridentes. Sem contar que terminamos sempre suadas e descabeladas. Indico a dan�a tamb�m por ser uma atividade f�sica completa”, diz Fernanda.
Como indica��o, a professora explica que as aulas de zumba e fit dance s�o uma mistura de gin�stica com movimentos de dan�a embalados por ritmos variados, o que “melhora a capacidade respirat�ria, favorece a perda de peso, fortalece os m�sculos, al�m de ajudar no conv�vio social. A dan�a � para todos. N�o existe essa de 'eu n�o consigo', 'n�o tenho ritmo'. Com treino e dedica��o, � poss�vel se aprimorar e alcan�ar seus objetivos”, garante a professora, que tamb�m adotou o ensino digital. Com as medidas de isolamento, Fernanda passou a acompanhar as alunas por videoconfer�ncia.
AQUECIMENTO - COMO SE PREPARAR PARA DAN�AR
Alongamento antes de dan�ar*

- Alivia tens�es, como pr�tica de relaxar m�sculos, pesco�o e costas
- Aumenta a for�a, por meio da flexibilidade, possibilita maior amplitude nos movimentos e o uso de mais fibras musculares
- Faz bem para a mente, estimulando a libera��o de serotonina, horm�nio que regula o humor
- Melhora a postura e desconfortos f�sicos
- Apoie as duas m�os atr�s da cabe�a e a traga para baixo sem for�ar, usando apenas o peso dos bra�os. Mantenha a posi��o por 20 segundos.
- Gire os ombros por alguns segundos para tr�s para relaxar as tens�es dessa regi�o. Inverta o movimento e gire os ombros para frente por mais alguns segundos
- Para alongar a coxa, apoie a m�o na cadeira e puxe uma perna de cada vez por 20 segundos
- Alongue a parte posterior das pernas apoiando as m�os sobre a cadeira e descendo devagar at� onde seu corpo permitir. Permane�a na posi��o por 20 segundos.
*Fonte: professora Laura Moraes (www.youtube.com/watchv?=cSVWttYoGwo)
CONHE�A UM POUCO DA HIST�RIA DA DAN�A
O movimento em capa �poca*
- Dan�a primitiva: era quase um instinto pela busca de sobreviv�ncia, alimentos, �gua e tamb�m uma forma de agradecimento � natureza.
- No Egito: a dan�a era ritual�stica e tinha caracter�sticas sagradas. Dan�ava-se para os deuses, em casamentos e funerais.
- Na Gr�cia: a dan�a originou-se de rituais religiosos e os gregos acreditavam no seu poder m�gico. Elas preparavam os guerreiros e sempre eram feitas em grupo e tinha import�ncia tamb�m no teatro.
- Em Roma: a dan�a n�o era privilegiada e entra em decad�ncia.
- No Romantismo: o termo romantismo � absorvido pelo bal�, que, at� ent�o, tratava de hist�rias de fadas, bruxas e feiticeiras. Os bailarinos come�am a usar sapatilhas, completando a revolu��o do bal�. Na segunda metade do s�culo 19, a norte-americana Angela Isadora Duncan, considerada a precursora da dan�a moderna, provoca uma renova��o ao propor movimentos mais livres, soltos e ligados � vida real.
- Dan�a moderna: � uma nega��o da formalidade do bal�. Os movimentos corporais s�o mais explorados e incorpora um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano.
- Dan�a contempor�nea: a contemporaneidade deixa de ter uma estrutura clara e se preocupa mais com a transmiss�o de conceitos, ideias e sentimentos do que com a est�tica. Ela surgiu na d�cada de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura cl�ssica. Nos anos 1980, desenvolveu linguagem pr�pria e os movimentos da dan�a moderna modificam o espa�o, usando n�o s� o palco como local de refer�ncia. Todos podem pratic�-la.
* Fonte: Secretaria da Educa��o do Paran� (Seed)