
Esque�a por alguns minutos a necessidade de coordena��o motora, os passos corretos e aquele sentimento de vergonha, no centro dos olhares. Dan�ar pode ser libertador, n�o importando o ritmo e o lugar. Em tempos t�o dif�ceis que a pandemia do novo coronav�rus imp�e, se n�o � seguro sair para dan�ar, dance em casa, seja no quarto, seja na sala, varanda, quintal ou na laje. Sozinho ou acompanhado, a proposta � experimentar os efeitos de bem-estar promovidos por essa atividade que faz parte das formas de express�o mais antigas da humanidade e est� registrada nas pinturas das cavernas. Os movimentos do corpo renovam as energias, ativam o prazer e ajudam a superar os problemas e a enfrentar desafios, como o impacto da COVID-19.
Na pr�-hist�ria dan�ava-se pela sobreviv�ncia. A dan�a tamb�m assumiu caracter�sticas do sagrado, acompanhando rituais, assim como se ligou ao sentido do profano, mas sem deixar de comunicar a linguagem gestual dos homens. Al�m da fantasia e da imagina��o que ela proporciona, h� benef�cios para a sa�de f�sica e mental. Ao mesmo tempo em que desenvolve e aperfei�oa a coordena��o motora e o equil�brio, tamb�m contribui para o desenvolvimento cognitivo e proporciona sociabilidade. Dan�arinos, professores de dan�a e psic�logos conversaram com o Bem Viver sobre a import�ncia do movimento e s�o un�nimes em exaltar a dan�a como ferramenta para viver melhor.
Breno Jorge, professor de dan�a cultural, lembra que desde a inf�ncia se interessou pela atividade e percebeu o bem-estar que ela proporciona. “Al�m do deleite em dan�ar, a atividade � um exerc�cio aer�bico que satisfaz. A dan�a estimula o movimento de todo o corpo e ajuda a melhorar a frequ�ncia card�aca e respirat�ria. Desenvolve a coordena��o motora e a flexibilidade, aumenta a agilidade, o ritmo e a percep��o espacial”, afirma. Os atributos incluem, ainda, fortalecimento da musculatura, elimina��o de l�quidos retidos, queima de gorduras, contribnuindo para o controle do colesterol e a redu��o de peso.
A pandemia, como destaca o professor, n�o impediu que a dan�a continue a fazer parte da vida dele e de quem curte a atividade. “Foi preciso sair da zona de conforto e buscar alternativas. A quantidade de aulas on-line � interessante. Muitas pessoas come�aram assim, no in�cio da pandemia, arrastando o sof� e colocando m�sicas que gostam para movimentar o corpo”, conta.
Os ritmos que exigem movimentos de maior gasto cal�rico s�o considerados ideais para quem busca emagrecimento, mas o importante � se movimentar no ritmo de sua prefer�ncia. O importante � acelerar e desacelerar o movimento, que permite a perda de calorias de forma prazerosa. Breno Jorge recomenda 50 minutos por dia, sem se esquecer do alongamento antes e ap�s a atividade.A dan�a estimula o movimento de todo o corpo e ajuda a melhorar a frequ�ncia card�aca e respirat�ria. Desenvolve a coordena��o motora e a flexibilidade, aumenta a agilidade, o ritmo e a percep��o espacial
Breno Jorge, professor de dan�a cultural
A DAN�A � DIVERS�O, TERAP�UTICA E ATIVIDADE F�SICA

A jornalista Aline Rosa sempre gostou de dan�ar. Com o confinamento em casa, por causa da pandemia de COVID-19, um professor de dan�a come�ou a dar aula na quadra do condom�nio onde ela mora, seguindo os protocolos sanit�rios recomendados. Ela n�o pensou duas vezes em aderir ao exerc�cio. “Era tudo de que precisava e buscava h� anos. O condom�nio segue as orienta��es da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ou seja, quando as academias e pra�as fecham, os nossos espa�os de lazer tamb�m fecham. No caso da dan�a, a gente usa a quadra e, pelo tamanho, at� 12 pessoas podem participar, todas de m�scaras e cumprindo o distanciamento social”, conta.
Marca��es foram feitas no piso da quadra para garantir a norma sanit�ria e as aulas re�nem alunos em duas turmas e dois hor�rios. Para Aline Rosa, a dan�a ajuda no relaxamento, tendo em vista as tens�es do dia a dia, al�m de consistir em um momento de puro prazer. “Tenho muita energia, sou agitada, extremamente ligada em 220 volts. Ainda no in�cio da pandemia, busquei atividades terap�uticas para me acalmar, como medita��o guiada e uso de �leos essenciais. Mas sentia a necessidade de uma atividade para extravasar, para liberar a energia”, afirma
O simples fato de se lembrar das aulas de dan�a �s ter�as e quintas-feiras torna esse dias especiais para a jornalista desde que ela acorda. “Passo o dia inteiro animada, na expectativa, e saio da aula superfeliz, n�o sei explicar, � um momento de distra��o, de descontra��o. Uma hora para 'sair do s�rio'.”
N�o h� motivo de preocupa��o com o ritmo, na avalia��o de Aline. O conte�do das aulas frequentadas pela jornalista inclui coreografias com os principais passos do ax� music e o funk, acompanhadas de m�sicas das paradas de sucesso nas r�dios. Seja qual for a batida, como diz Aline, o que importa � a terapia da dan�a.
N�o h� motivo de preocupa��o com o ritmo, na avalia��o de Aline. O conte�do das aulas frequentadas pela jornalista inclui coreografias com os principais passos do ax� music e o funk, acompanhadas de m�sicas das paradas de sucesso nas r�dios. Seja qual for a batida, como diz Aline, o que importa � a terapia da dan�a.
Sem desconforto O professor Breno Jorge enfatiza que qualquer pessoa pode dan�ar respeitando os seus limites. Quem tem press�o alta ou qualquer outro problema de sa�de precisa se submeter � avalia��o m�dica antes de optar pela dan�a. “� importante come�ar de forma mais tranquila, que n�o cause desconforto. Digo que a dan�a faz a pessoa criar o ritmo com o tempo de pr�tica e frequ�ncia. Os movimentos se tornam comuns para o c�rebro e o corpo. Os sedent�rios t�m de come�ar devagar e ir aumentando a intensidade at� se habituar.”
Outro benef�cio da pr�tica � ativar a mem�ria. “� preciso acompanhar e aprender as coreografias. A dan�a tamb�m pode melhorar a qualidade do sono e promover o bom humor. Durante as aulas, a gente ri, brinca e se diverte. � imposs�vel n�o sair alegre de uma aula”, afirma Breno Jorge.