O primeiro, com uma t�cnica j� conhecida, ser� usado para um inqu�rito epidemiol�gico do munic�pio de Vi�osa, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais. O outro � um novo teste para detec��o r�pida de anticorpos contra o v�rus que d� resultados seguros em at� dez minutos.
Tecnologia pr�pria
As tecnologias foram desenvolvidas pela equipe do professor Tiago Ant�nio de Oliveira Mendes, do Departamento de Bioqu�mica e Biologia Molecular. Ele explica que o primeiro teste desenvolvido na UFV utiliza a prote�na N do coronav�rus, a mesma usada em outros testes comerciais. “Por meio de engenharia gen�tica n�s conseguimos fazer com que uma bact�ria produza esta prote�na em larga escala no pr�prio laborat�rio da Universidade.”
Enquanto um kit importado vale cerca de R$200,00, o custo dos testes da universidade ser� em torno de apenas R$2,00. A tecnologia foi desenvolvida com recursos da UFV, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq).
Com o baixo custo e a independ�ncia tecnol�gica, a Administra��o da entidade est� planejando utilizar esta tecnologia para realizar um inqu�rito epidemiol�gico do coronav�rus em Vi�osa, em colabora��o com professores dos Departamentos de Microbiologia, Fitopatologia e Medicina e Enfermagem. A ideia � coletar amostras de sangue de parte da popula��o para verificar a porcentagem de pessoas que j� foram infectadas e apresentam anticorpos.
Para Tiago Mendes, o inqu�rito � fundamental para acompanhar a evolu��o do v�rus e embasar medidas de biosseguran�a mais efetivas. Os laborat�rios da UFV t�m capacidade de analisar mais de 300 amostras de sangue por dia para fazer esta investiga��o. J� a segunda tecnologia � in�dita e bastante sofisticada.
Prote�na quim�rica
Os pesquisadores desenvolveram um ant�geno para testes de detec��o do SARS-CoV-2 baseado em uma prote�na quim�rica, ou seja, n�o existe na natureza e foi totalmente desenvolvida por meio de bioinform�tica.
Eles selecionaram peda�os de prote�nas diferentes do coronav�rus e eliminaram partes que s�o parecidas com outros v�rus que tamb�m causam doen�as respirat�rias, como a gripe, por exemplo. O procedimento foi feito para evitar que houvesse confus�o com o diagn�stico de COVID-19, como acontece em testes que utilizam uma �nica prote�na.
O novo ant�geno tamb�m � capaz de detectar o sinal da presen�a de anticorpos com maior precis�o. Eles tamb�m selecionaram pept�deos que reagem mais rapidamente �s infec��es. Com isso, ser� poss�vel usar este teste sorol�gico j� a partir do s�timo dia de sintomas, acompanhando a quantidade de anticorpos produzidos.
Nos testes comerciais a detec��o s� se d� a partir do 14º dia. A acur�cia, ou seja, a exatid�o performance diagn�stica dos testes � de 97% e foi validada em an�lises de amostras de sangue de pacientes de Vi�osa, Belo Horizonte e Salvador.
Por ser in�dita, a tecnologia de produ��o da prote�na quim�rica est� em fase de transfer�ncia para uma empresa que cuidar� do registro na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) e ficar� respons�vel pela produ��o do ant�geno e pela comercializa��o dos testes r�pidos. A patente ser� dividida entre a universidade e a empresa em regime de co-titularidade.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira