
As vacinas contra a COVID-19 aprovadas pela Anvisa est�o sendo aplicadas no Brasil desde o dia 18 de janeiro. Mas, ap�s mais de um ano de pandemia, as pessoas ainda t�m algumas d�vidas sobre os testes dispon�veis para detectar a doen�a. Eles podem ser feitos tanto antes quanto depois de tomar a vacina.
Tire suas d�vidas.
Por que testar antes de ser vacinado?
Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), pessoas que testaram positivo para a COVID-19 atrav�s do teste PCR - incluindo aquelas contaminadas entre o intervalo de uma dose e outra - n�o devem tomar a vacina at� passarem pelo pico da doen�a. A medida � adotada para evitar a circula��o de pessoas que precisam ficar em isolamento, com o objetivo de diminuir o risco de contamina��o de terceiros.
A OMS afirma que existe ainda a possibilidade do infectado ter que adiar a vacina��o por seis meses. No entanto, esta � apenas uma hip�tese em an�lise. De acordo com a entidade, quando mais dados forem verificados sobre a dura��o da imunidade depois da infec��o natural, poder� haver altera��o no per�odo do adiamento.
Por que testar depois de ser vacinado?
O teste � necess�rio ap�s a pessoa tomar o imunizante, j� que, mesmo vacinada, ela ainda pode contrair o v�rus. As vacinas dispon�veis no Brasil s�o eficazes na preven��o de formas graves do coronav�rus, mas elas n�o d�o 100% de prote��o para nosso organismo.
Assim, mesmo ap�s tomar as duas doses da vacina, o indiv�duo pode contrair o v�rus, por�m ter� rea��es mais leves, sem necessidade de interna��o. Al�m disso, ele pode ser assintom�tico, mas transmitir o v�rus para quem ainda n�o se vacinou.
Vale destacar que os imunizantes n�o geram uma resposta imediata de imunidade. O tempo de prote��o varia conforme cada vacina, na maioria delas demora de 10 a 20 dias ap�s a segunda dose.
Outro fator importante sobre as tr�s vacinas dispon�veis no Brasil � sua taxa de imuniza��o. A vacina Oxford/AstraZeneca, ainda que tenha um intervalo maior entre a primeira dose e a segunda, de 3 meses, apresenta efic�cia de mais de 70% j� na primeira aplica��o. A segunda dose � feita para garantir uma imunidade mais prolongada contra o coronav�rus, conforme informa a bula da vacina.
A Pfizer/BioNTech, segundo a revista cient�fica The Lancet, possui uma taxa de imuniza��o de 70%, logo ap�s a primeira dose. O n�mero sobe para 85% uma semana depois da segunda dose da vacina. O intervalo entre as doses � tr�s meses. J� a Coronavac, possui um intervalo menor entre as doses, de 14 a 28 dias, e tem a imunidade comprovada de 50,7%.
Por isso, os cuidados de preven��o ao v�rus devem ser mantidos mesmo ap�s as duas doses da vacina: uso de m�scaras, evitar aglomera��es, manter a higiene das m�os e fazer testes.
Tipos de testes
Conhe�a as op��es de testes dispon�veis no mercado e os benef�cios de cada um:
Para pessoas que querem saber se est�o com coronav�rus, a OMS recomenda que seja feito um teste que identifica o v�rus vivo – ou seja, do tipo molecular. Para estes casos, existem 3 op��es:
- RT-PCR
O que �: considerado um teste de padr�o ouro para diagnosticar a COVID-19. � feito por meio de um swab nasal (cotonete espec�fico) introduzido nas narinas e na garganta. A secre��o respirat�ria � colhida para identificar se o paciente apresenta material gen�tico ativo do Sars-Cov-2.
Quando fazer: o ideal � que seja feito na primeira semana de sintomas. Quando realizado nesse per�odo, o grau de confiabilidade chega a ficar acima dos 90% e � raro haver um resultado falso positivo.
Indica��o: quando o indiv�duo apresenta sintomas – para tra�ar o tratamento e o per�odo de isolamento – ou quando mesmo assintom�tico foi confirmado que uma pessoa teve contato com algu�m infectado.
Onde fazer: est� dispon�vel na rede p�blica de sa�de, nos atendimentos hospitalares privados e nas principais redes de laborat�rios privados.
Resultado: em m�dia, 3 dias, se realizado em laborat�rio; e 24h, quando o paciente est� internado.
M�dia de pre�o: R$250
- PCR-Lamp
O que �: teste molecular mais barato, avan�ado e de r�pido resultado para a detec��o de coronav�rus, al�m de poder ser comprado diretamente pelo consumidor final. Assim como o RT-PCR, ele identifica o RNA do v�rus nas c�lulas da pessoa infectada desde a fase inicial. A principal diferen�a � que ele � indolor e n�o invasivo: a amostra de saliva � coletada em um tubo est�ril, pelo pr�prio paciente.
Seguran�a: o teste pode chegar a 99% de acur�cia, o que significa que de cada 100 pessoas n�o infectadas, menos de um indiv�duo ter� um resultado de falso positivo.
Indica��o: quando o indiv�duo tem sintomas – para tra�ar o tratamento e o per�odo de isolamento; quando mesmo assintom�tico foi confirmado que uma pessoa teve contato com algu�m infectado; como ferramenta de seguran�a quando � preciso sair de casa e se encontrar com outras pessoas.
Onde fazer: pode ser feito em casa. O kit est� dispon�vel para compra na internet, no www.meudna.com, ou em endere�os selecionados das farm�cias das redes Droga Raia, Drogasil ou Pague Menos, no Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e S�o Paulo em mais de 100 cidades.
Resultado: sai em 24 horas.
M�dia de pre�o: no site, ele custa R$169 e est� dispon�vel para Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e no estado de S�o Paulo em mais de 100 cidades. J� nas drogarias o valor � de R$150.
- POCT-PCR
O que �: assim como os outros dois tipos de PCR, este tamb�m mapeia a presen�a de v�rus ativo por meio da secre��o coletada via um swab nasal. Sua principal diferen�a � o tempo do resultado, que sai em minutos devido ao reagente utilizado.
Seguran�a: o grau de confiabilidade � de mais de 90%.
Indica��o: em geral, � adotado pelos laborat�rios hospitalares nos casos em que � preciso agilizar a conduta cl�nica dentro do hospital, para tratar, principalmente, casos mais graves e de maior comprometimento da vida do paciente.
Onde fazer: apenas em pacientes internados em hospitais da rede particular.
Resultado: sai em poucos minutos.
M�dia de pre�o: n�o � comercializado para o p�blico.
Para quem j� teve COVID
Os testes imunol�gicos por sorologia s�o os mais indicados para quem j� teve a doen�a. A partir de diferentes tecnologias � poss�vel descobrir se h� no sangue anticorpos da classe das imunoglobulinas – IgA, IgM e IgG – o que indica que houve produ��o desse mecanismo de defesa para barrar o v�rus nocivo.
- Imunol�gico por Sorologia
O que �: por meio de uma amostra de sangue – coletada em geral ap�s sete ou dez dias depois dos primeiros sintomas – � detectada n�o a presen�a do v�rus vivo, mas de anticorpos. Ou seja, a resposta do organismo para combater a infec��o. Isso significa que o resultado aponta se aquela pessoa j� teve contato pr�vio com a COVID.
Seguran�a: possui uma sensibilidade menor do que as t�cnicas de identifica��o do v�rus vivo. Por isso, n�o � indicado para diagnosticar a doen�a. Em alguns casos, dependendo do per�odo de coleta, existe risco maior de um resultado falso negativo por a produ��o de anticorpos ainda ser baixa e insuficiente para ser encontrada.
Indica��o: em situa��es em que o objetivo � descobrir se houve uma exposi��o pr�via ao v�rus e n�o naquelas em que se pretende descobrir se est� doente naquele momento. Pode ser uma op��o para uma empresa que quer entender quantos funcion�rios j� tiveram contato com a doen�a, na hora de planejar um retorno seguro ao trabalho.
Onde fazer: est� dispon�vel na rede p�blica de sa�de e nas principais redes de laborat�rios privados.
Resultado: em m�dia, sai em at� 3 dias.
M�dia de pre�o: R$300
Ainda � preciso ter cuidado
Diante do atual cen�rio da pandemia, a recomenda��o da OMS de manter o isolamento social ainda � a forma mais segura e eficaz de evitar e controlar a contamina��o. Por�m, se houver a necessidade de sair de casa em situa��es que te exponham em tempo prolongado a outros indiv�duos, o mais recomendado � fazer, com anteced�ncia, um teste do tipo PCR. Mesmo n�o havendo sintomas ou sinais aparentes da doen�a, essa medida evita a circula��o de pessoas contaminadas.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira