
Estima-se que 45 milh�es de pessoas tenham algum tipo de dem�ncia no mundo (2 milh�es delas no Brasil). Com o envelhecimento da popula��o em v�rios pa�ses, esse n�mero deve duplicar a cada 20 anos.
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A Food and Drug Administration (FDA), ag�ncia reguladora do setor farmac�utico nos Estados Unidos, disse que h� "evid�ncias substanciais de que o aducanumabe reduz as placas de beta amil�ide no c�rebro" e que "� razoavelmente prov�vel que gere benef�cios importantes para os pacientes".
O aducanumabe tem como alvo a amiloide, uma prote�na que forma aglomerados anormais no c�rebro de pessoas com Alzheimer que podem danificar as c�lulas e desencadear dem�ncia, incluindo problemas de mem�ria e comunica��o, al�m de confus�o mental.
Em mar�o de 2019, os testes internacionais em est�gio final do aducanumabe, envolvendo cerca de 3 mil pacientes, foram interrompidos quando a an�lise mostrou que a droga, administrada em uma infus�o mensal intravenosa, n�o era melhor em retardar a deteriora��o cognitiva do que um placebo.
Mas, no final daquele ano, o fabricante americano Biogen analisou mais dados e concluiu que o medicamento funcionava, desde que fosse administrado em doses mais altas. A empresa tamb�m disse que o tratamento diminuiu significativamente o decl�nio cognitivo.
A expectativa � que sejam consideradas eleg�veis para o aducanumabe pessoas que t�m um diagn�stico definitivo da doen�a e est�o na casa dos 60 ou 70 anos, ainda em um est�gio inicial do Alzheimer. O custo anual do tratamento � estimado em dezenas de milhares de d�lares.
'Na dire��o certa'

O brit�nico Aldo Ceresa, de 68 anos, percebeu pela primeira vez que estava com problemas para discernir entre esquerda e direita h� dez anos. Ap�s o diagn�stico de Alzheimer, ele teve que desistir da profiss�o de cirurgi�o.
Ceresa tomou aducanumabe por dois anos antes de o estudo do medicamento ser interrompido e, ent�o, esperou quase o mesmo tempo para participar de outra pesquisa, no Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia, em Londres. "Estou muito feliz em ser volunt�rio", diz ele.
"Eu realmente gosto dessa jornada pela qual estou passando — e obviamente os benef�cios que estou obtendo com ela, pelos quais sou muito, muito grato. Eu sinto que n�o estou t�o confuso. Embora ainda fique, n�o � t�o ruim. E estou ficando um pouco mais confiante agora."
Ele diz que sua fam�lia tamb�m notou mudan�as. "Antes, se eu ia pegar alguma coisa, eu n�o conseguia lembrar onde encontrar as coisas na cozinha. Isso melhorou. N�o � como antes, mas sinto que estou indo na dire��o certa."
'Momento hist�rico'

Na �ltima d�cada, mais de cem tratamentos potenciais para Alzheimer fracassaram. As terapias atuais ajudam a controlar alguns sintomas e at� atrasam um pouco a progress�o da doen�a, mas se tornam ineficazes nos casos mais graves e avan�ados.
O pr�prio aducanumabe chegou a ser reprovado pela FDA em novembro passado. Na ocasi�o, a ag�ncia concluiu que ainda n�o se era poss�vel comprovar a efic�cia do tratamento para liberar seu uso. Mas a decis�o foi tomada na �poca j� tendo em vista que o assunto seria reanalisado no primeiro semestre deste ano.
A droga foi aprovada sob uma via de an�lise acelerada, possibilidade criada para um medicamento usado para tratar uma doen�a grave e que tenha uma vantagem terap�utica significativa sobre os tratamentos existentes.
Mas a chancela da FDA foi dada sob a condi��o de que a sua fabricante, a Biogen, fa�a um novo teste a partir do seu uso em pacientes para atestar sua efic�cia. A depender deste resultado, diz a FDA, a aprova��o ser� mantida ou cancelada.
Michel Vounatsos, presidente da Biogen, disse que esta aprova��o de um "momento hist�rico" e afirmou acreditar que a droga "transformar� o tratamento de pessoas que vivem com a doen�a de Alzheimer e estimular� a inova��o cont�nua nos pr�ximos anos".
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