Alerta para a import�ncia do diagn�stico precoce de hidradenite supurativa

Neste m�s de junho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio de suas redes sociais, conscientiza a popula��o sobre a hidradenite supurativa, doen�a dermatol�gica caracterizada por les�es e n�dulos. A a��o visa alertar sobre a import�ncia do diagn�stico precoce do quadro, haja vista o grande desconhecimento da patologia.

Seguindo a mesma linha, a entidade nacional planeja capacitar todos os profissionais da rede p�blica para atendimentos prim�rios da enfermidade. 

Segundo o vice-presidente da SBD, o dermatologista Heitor de S� Gon�alves, a hidradenite supurativa acomete cerca de 1% de pessoas no Brasil – aproximadamente 2 milh�es de pacientes – e tem como caracter�stica a semelhan�a com outras patologias, como fur�nculo, acne grave e demais infec��es.

Tamb�m conhecida como espinha invertida, essa doen�a, em alguns casos, � tratada como outro tipo de manifesta��o. "N�o � toa, h� um retardo de cerca de 12 anos no diagn�stico da hidradenite supurativa”, diz. 

Ou seja, uma pessoa demora, em m�dia, esse tempo todo para saber o que de fato tem, o que culmina no atraso do tratamento e consequentemente em sequelas, como cicatrizes pelo corpo e problemas de autoestima.

"Esses retardos s�o importantes em termos de redu��o da qualidade de vida. H� estudos que mostram que a hidradenite, junto com a hansen�ase, a psor�ase grave e a dermatite antr�pica, � a doen�a que mais impacta na qualidade de vida dos pacientes. Est� a� a import�ncia de se tratar a hidradenite como interesse priorit�rio.” 

E � justamente por isso que o vice-presidente reitera a import�ncia de capacitar m�dicos da rede p�blica para o atendimento prim�rio, de forma que eles estejam cientes e aptos a realizar o encaminhamento do enfermo para o tratamento adequado.

“� importante conscientizar a popula��o sobre a doen�a, alertar as autoridades p�blicas, o que de certa forma j� vem sendo feito pela SBD, e tamb�m fazer um programa de capacita��o, principalmente da aten��o b�sica de sa�de para que esses m�dicos possam suspeitar da doen�a com mais facilidade.” 

 

Fique atento a les�es, caro�os ou n�dulos que doam, algumas vezes de forma intensa, e que podem evoluir com abertura e drenagem de pus. Nesse quadro, essas les�es tendem a sumir e aparecer novamente de forma cont�nua e no mesmo local. Em caso de perceber a presen�a desses sintomas, procure um especialista para que o diagn�stico seja feito o quanto antes, a fim de dar in�cio ao tratamento.

Heitor de S� Gon�alves, vice-presidente da SBD

 

“E, mais que isso, que eles possam encaminhar esses pacientes aos servi�os credenciados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para que eles possam ser diagnosticados precocemente e tratados corretamente”, afirma Heitor de S� Gon�alves. 

A implementa��o do programa de capacita��o de m�dicos da aten��o prim�ria, que atuam na Estrat�gia da Sa�de Fam�lia (ESF), para identificar casos de hidradenite supurativa de forma precoce deve ser feita at� o fim de 2022.

Al�m disso, a SBD pretende estimular os servi�os de programas de resid�ncias credenciados � entidade a abrirem suas agendas para o atendimento dos pacientes com suspeita desse diagn�stico. 

A hidradenite supurativa, conforme a SBD, � uma doen�a de pele cr�nica inflamat�ria, mais frequente em mulheres, e ap�s a puberdade, que acomete preferencialmente axilas, regi�o das mamas, virilha, regi�o genital e regi�o gl�tea. “A pele destas �reas � mais rica em um tipo de gl�ndula, a sudor�para ap�crina. Julgava-se que a hidradenite supurativa representava uma inflama��o, ou infec��o, destas gl�ndulas.” 

“Por�m, hoje, se acredita que ela surge da inflama��o dos fol�culos pilosos dessas regi�es. As causas da hidradenite supurativa ainda n�o est�o bem estabelecidas, mas ela pode ser considerada uma doen�a autoinflamat�ria, quando ocorre uma resposta inflamat�ria exagerada que agride e danifica a pele e as estruturas associadas. Parece haver uma tend�ncia familiar para sua ocorr�ncia, assim como associa��o com outras altera��es de sa�de e alguns h�bitos como o tabagismo”, informa o site oficial da entidade. 

Nesse cen�rio, haja vista a import�ncia do diagn�stico precoce, Heitor de S� Gon�alves destaca os sinais a serem observados: “Fique atento a les�es, caro�os ou n�dulos que doam, algumas vezes de forma intensa, e que podem evoluir com abertura e drenagem de pus. Nesse quadro, essas les�es tendem a sumir e aparecer novamente de forma cont�nua e no mesmo local. Em caso de perceber a presen�a desses sintomas, procure um especialista para que o diagn�stico seja feito o quanto antes, a fim de dar in�cio ao tratamento.”  

A terapia para tratar a hidradenite varia de acordo com a gravidade do quadro. Geralmente, segundo a SBD, inclui higiene adequada das �reas afetadas, evitar roupas apertadas, perda de peso, no caso de obesos, e abandonar o fumo. Antibi�ticos em cremes, ou mesmo via oral, tamb�m s�o utilizados no tratamento.

Em algumas mulheres, o uso de anticoncepcionais hormonais pode ajudar. Les�es cr�nicas com cicatrizes precisam ser tratadas cirurgicamente e, em casos mais graves, podem ser utilizados medicamentos imunossupressores. 

“H�, tamb�m, os imunobiol�gicos, que s�o de alto custo, mas que, com muito trabalho da SBD, o Minist�rio da Sa�de colocou esse rem�dio no SUS e no rol de medicamentos da sa�de suplementar dos planos de sa�de”, completa o vice-presidente da entidade. 

As causas da hidradenite supurativa ainda n�o est�o estabelecidas, mas especialistas acusam que hist�rico familiar, associa��o com altera��es de sa�de e h�bitos – tabagismo, obesidade e alimenta��o rica em carboidratos, a��cares e gordura animal, entre outros – influenciam no surgimento do quadro. Por isso, manter o peso adequado e n�o fumar s�o formas importantes de preven��o � doen�a.  

Al�m disto, segundo a SBD, as pessoas devem evitar o uso de roupas apertadas e o suor excessivo. No dia a dia, os pacientes com queixas de problemas de pele devem estar atentos a formas de manifesta��o da hidradenite supurativa.  

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram