
Foi confirmada na Rep�blica de Guin�, na �frica Ocidental, a primeira morte causada pelo v�rus de Marburg, que provoca febre hemorr�gica. O aparecimento do v�rus foi constatado em um paciente na semana passada. O infectado vivia na mesma regi�o atingida por um surto de ebola no come�o do ano, que causou 12 mortes e j� foi controlado, conforme informa a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).
Leia tamb�m: Oeste da �frica registra primeiro caso de doen�a causada pelo v�rus de Marburg
A doen�a � transmitida �s pessoas por morcegos frug�voros (que se alimentam basicamente de frutas) e, entre os seres humanos, � disseminada por contato com fluidos corporais de pessoas infectadas, superf�cies e materiais contaminados.
O agente patol�gico que causa a infec��o de Marburg � da mesma fam�lia que provoca o ebola e tamb�m origin�rio da mesma �rea geogr�fica, o continente africano. No paralelo com o Brasil, o Marburg se aproxima da febre amarela, todas essas doen�as do grupo das doen�as hemorr�gicas, como ensina o epidemiologista do Hermes Pardini e professor na Faculdade da Sa�de e Ecologia Humana (Faseh), Jos� Geraldo Leite Ribeiro.
A doen�a � altamente contagiosa e tem elevada taxa de mortalidade (esses �ndices variaram entre 24% e 88% em epidemias anteriores, dependendo da cepa do v�rus e do manejo do caso). N�o existem vacinas ou tratamentos antivirais, apenas tratamentos espec�ficos que podem aumentar a chance de sobreviv�ncia dos doentes.
Com a identifica��o do caso em Guin�, agora as autoridades em sa�de buscam detectar as pessoas que eventualmente tenham entrado em contato com o homem que morreu. At� o momento, foram mapeados quatro contatos de alto risco, entre eles um profissional de sa�de, e outros 146 que poderiam estar em risco. Tamb�m come�a uma campanha p�blica para auxiliar na conten��o da doen�a no pa�s, para onde j� foi uma equipe da OMS, com o objetivo de investigar o caso e ajudar em uma resposta de emerg�ncia. Na equipe, est�o 10 especialistas, entre epidemiologistas e socioantrop�logos.
A vigil�ncia transfronteiri�a foi refor�ada, para detectar eventuais casos e os pa�ses vizinhos est�o em aten��o. O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou no Twitter para a necessidade de "um esfor�o conjunto visando a evitar a transmiss�o e proteger as comunidades". A OMS considera alta a amea�a nos n�veis nacional e regional, e baixa em �mbito global.
A febre hemorr�gica no paciente em Guin�, residente na cidade de Gu�ck�dou, no Sul do pa�s, foi observada depois da retirada de amostras do v�rus. A v�tima morreu no �ltimo dia 2 e os primeiros sintomas apareceram em 25 de julho, de acordo com a OMS.
Entre os sintomas do Marburg, manifesta��es similares ao que acontece com o ebola, como febre, fraqueza e fortes dores de cabe�a, em um primeiro momento, e, em uma evolu��o mais grave, sangramento interno ou externo, fal�ncia de �rg�os e morte.
O v�rus de Marburg foi identificado em 1967. � �poca, 31 pessoas ficaram doentes na Alemanha e na Iugosl�via e o surto acabou sendo rastreado em macacos de laborat�rio importados de Uganda. De l� para c�, apareceu em per�odos espor�dicos, com somente 12 registros de surtos, muitos que envolveram o diagn�stico de apenas um caso.
At� hoje, os surtos atingiram localidades como a Rep�blica Democr�tica do Congo, Angola, Qu�nia, �frica do Sul e Uganda. Em 2005, em Angola, com a morte de mais de 200 pessoas, aconteceu o �ltimo grande surto. Gu�ck�dou � a mesma cidade onde os primeiros casos desse v�rus foram detectados no oeste da �frica, entre 2014 e 2016.