
A Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo) alertou, em abril de 2021, que o cancelamento e reagendamento de consultas ginecol�gicas, em fun��o da pandemia, geraram redu��o no diagn�stico dos c�nceres de mama e colo de �tero.
Levantamento feito pela Funda��o do C�ncer, com base em dados do Sistema �nico de Sa�de (SUS), publicado pelo Instituto Oncoguia em outubro de 2020, revelou queda de 84% no n�mero de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronav�rus, em compara��o ao mesmo per�odo de 2019, o que tamb�m vale para outras neoplasias, como c�ncer de c�lon e de colo uterino.
Levantamento feito pela Funda��o do C�ncer, com base em dados do Sistema �nico de Sa�de (SUS), publicado pelo Instituto Oncoguia em outubro de 2020, revelou queda de 84% no n�mero de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronav�rus, em compara��o ao mesmo per�odo de 2019, o que tamb�m vale para outras neoplasias, como c�ncer de c�lon e de colo uterino.

Com isso, explica a m�dica, j� ocorre um impacto negativo, com a mudan�a no perfil dos pacientes que se apresentam nos ambulat�rios de oncologia. "Aumentou o n�mero de casos com diagn�sticos em est�gios mais avan�ados", constata.
Ao mesmo tempo, pessoas que j� vinham em tratamento e precisam continuar em controle com exames peri�dicos, f�sicos e complementares, a fim de evitar recidivas, al�m do acompanhamento de sintomas e melhores h�bitos de vida, tiveram atrasos em suas consultas de retorno. "Muitos s� voltaram ao consult�rio quando j� apresentavam sintomas mais significativos dessas doen�as."
MORTALIDADE
O diretor m�dico da iMEDato Consulta e Exames, Diogo Umann, lembra que, segundo a Organiza��o Pan-Americana de Sa�de, as chamadas doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis s�o a causa principal de mortalidade e de incapacidade prematura na maioria dos pa�ses do continente, inclusive no Brasil. "Parar e/ou interromper um tratamento ou acompanhamento m�dico por conta pr�pria, por medo e desinforma��o com rela��o ao coronav�rus, pode fazer com que doen�as que estavam controladas evoluam, gerando, inclusive, consequ�ncias fatais."
A contadora aposentada Waltemicir Isabel Jos� de Souza, de 67 anos, come�ou a apresentar alguns desequil�brios de sa�de a partir dos 50. Hoje, tem diabetes, hipertens�o e obesidade. Tamb�m j� come�a a manifestar problemas na retina por causa do diabetes. O controle de suas condi��es f�sicas ocorre sempre de seis em seis meses, mas, com o coronav�rus, isso mudou.
Tinha uma consulta agendada para mar�o de 2020, logo que se agravou a pandemia. Ao chegar ao posto m�dico, lembra que se desesperou em ver tanta gente junta, e com m�scaras. "Nem sa� do carro. Fiquei em p�nico. O medo de pegar o v�rus e morrer � muito grande. Minha press�o subiu s� de chegar no posto e ver aquilo", relata. Em novembro, voltou ao posto e a situa��o se repetiu. Compareceu para consulta com uma nutricionista; logo que chegou teve novamente uma alta de press�o, e foi encaminhada ao cl�nico geral, que contornou o problema.

O �ltimo checape que fez foi nessa ocasi�o. Agora, acompanhamento mesmo apenas duas vezes por semana de fisioterapia, com profissional que recebe em domic�lio, para atividades como caminhadas e gin�stica. Waltemicir n�o tem sa�do de casa para nada - s� para o estritamente necess�rio. "Se tenho que atender quem bate � porta, sempre de m�scara", conta. E tamb�m demonstra que n�o se preocupa tanto com os acompanhamentos m�dicos adiados. "Estou me sentindo bem", diz.
PALAVRA DE ESPECIALISTA: ACOMPANHAMENTO NECESS�RIO
Lucas Bifano
M�dico da fam�lia e especialista em sa�de p�blica
"Os pacientes deixaram que o medo do coronav�rus os impedisse de procurar os servi�os de sa�de. Muitos j� eram diab�ticos, hipertensos, tinham algum problema de sa�de mental, entre outros, e deixaram que essas doen�as progredissem de forma incontrolada. Em alguns casos, isso levou � morte, como em quadros de insufici�ncia card�aca ou s�ndrome metab�lica graves, pois a preven��o e a promo��o da sa�de foram abandonadas. Situa��es que poderiam ter sido controladas com facilidade ganharam propor��es estratosf�ricas, e o coronav�rus, por ser uma doen�a viral, fez usufruto disso. Sobretudo em um per�odo pand�mico, o paciente deve manter o acompanhamento m�dico. � essencial que as pessoas voltem ao seu acompanhamento, n�o s� o que vinham fazendo, mas que, proativamente, evitem que outros problemas de sa�de ocorram."
Principais exames de rotina
- Hemograma completo
- Glicemia em jejum
- Colesterol e triglicer�deos
- Ureia e creatina
- TGO (AST) e TGP (ALT)
- TSH e T4 livre
- �cido �rico
- Exame de urina
- Eletrocardiograma e ecocardiograma
- Mamografia e Papanicolau (para as mulheres a partir da idade recomendada)
- Dosagem de PSA e toque retal (para os homens a partir da idade recomendada).