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Estado de Minas DOEN�A RARA

Sem apoio do governo, pacientes com doen�a rara morrem sem tratamento

Cobrando o acesso a um tratamento adequado, um book com 35 mil assinaturas foi entregue em Bras�lia; in�meros pacientes j� morreram aguardando os medicamentos


27/08/2021 16:04 - atualizado 30/08/2021 14:23

Pacientes com ATTR encaminharam petição com 35 mil assinaturas a ministérios em Brasília (foto: ABPAR/Divulgação)
Pacientes com ATTR encaminharam peti��o com 35 mil assinaturas a minist�rios em Bras�lia (foto: ABPAR/Divulga��o)
O acesso � prote��o, tratamento e recupera��o da sa�de � um direito assegurado na Constitui��o Federal. � com base neste direito que pacientes diagnosticados com uma doen�a rara, sem cura e potencialmente fatal lutam pelo acesso gratuito, via Sistema �nico de Sa�de (SUS), ao tratamento necess�rio. 

Na �ltima ter�a-feira (24/8), a Associa��o Brasileira de Paramiloidose (ABPAR), junto ao Instituto Vidas Raras (IVR),  encaminhou aos minist�rios da Sa�de, Justi�a e Economia, e da Casa Civil um book com mais de 35 mil assinaturas.

A peti��o pede agilidade nas medidas federais que garantem a classifica��o e a precifica��o de novas terapias para o tratamento de pessoas com amiloidose heredit�ria associada � transtirretina. 

Sem o tratamento adequado � gravidade da condi��o, a doen�a pode causar a morte do paciente em dez anos ou menos, a partir do in�cio dos sintomas. 

“Cada dia que se perde na espera do tratamento � um dia a menos na vida dessa pessoa”, compartilha a presidente da ABPAR, Liana Feronato. 

Vamos falar sobre a ATTR?


A amiloidose heredit�ria associada � transtirretina (hATTR) � uma doen�a causada pela m� forma��o da prote�na transtirretina, que se aglomera de uma maneira desorganizada e se deposita em diferentes tecidos e �rg�os do corpo. 

A doen�a � gen�tica, portanto heredit�ria. Desta forma,  o filho do portador dessa doen�a tem 50% de chance de ser portador tamb�m.

"Algumas pessoas demoram a receber o diagn�stico. Quando descobrem, j� est�o no est�gio dois e para elas a chance de tratamento ainda existe"

Liana Feronato, presidente da ABPAR



A hATTR acomete principalmente cora��o, rins e sistema nervoso. Por ser uma doen�a neurol�gica, � altamente incapacitante, dolorosa e degenerativa, que afeta geralmente pessoas jovens. Se n�o tratada, atinge os membros inferiores e superiores, leva � invalidez permanente e potencialmente � morte, em m�dia, ap�s 10 anos do in�cio dos sintomas.

Batalha pela vida

Ainda sem cura, os pacientes buscam no tratamento e nos medicamentos adequados uma maneira de prolongar o tempo de vida, al�m de minimizar os sintomas. Atualmente, existe apenas um tratamento incorporado no SUS para a hATTR, dispon�vel apenas para o primeiro est�gio da doen�a.

Sem acesso a medicamentos de forma gratuita, pacientes com doença rara morrem no Brasil (foto: Freepik/Reprodução )
Sem acesso a medicamentos de forma gratuita, pacientes com doen�a rara morrem no Brasil (foto: Freepik/Reprodu��o )

Em caso de falha terap�utica ou de progress�o da enfermidade, os pacientes ficam desassistidos. “Contar com um arsenal terap�utico � fundamental para controlar a progress�o, independentemente do est�gio em que o paciente esteja, proporcionando mais tempo e qualidade de vida �s pessoas com doen�as raras", explica Liana. 

No mundo, das mais de 8 mil doen�as raras, somente 6% possuem um ou mais tratamentos medicamentosos que realmente mudam o curso natural da doen�a. A expectativa da ABPAR e do IVR � de que, com as a��es, os �rg�os federais respons�veis pautem, em car�ter de urg�ncia, a reavalia��o da classifica��o e da precifica��o do medicamento, que j� foi aprovado pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).

“Os atrasos na aprova��o e na distribui��o de medicamentos para doen�as raras colocam em risco a vida de pacientes que aguardam o processo para come�arem seus tratamentos”, afirma a presidente da Associa��o. 

Segundo Liana, h� casos em que a doen�a j� est� em outro est�gio, exigindo uma nova terapia, sendo que a primeira ainda n�o foi disponibilizada. “Enquanto n�o h� uma solu��o favor�vel que viabilize o acesso a esses produtos, pacientes est�o morrendo por falta de assist�ncia", defende. 

O custo burocracia na aprova��o de medicamentos 

No caso de pacientes diagnosticados com hATTR, o longo processo para a aprova��o e incorpora��o de medicamentos no sistema p�blico tem um custo alt�ssimo: a perda da qualidade de vida ou, em casos graves, a pr�pria vida. 

“Nesses dois anos que essa situa��o vem se arrastando em Bras�lia j� custaram algumas vidas. Alguns at� entraram com processo na justi�a e morreram antes de conseguir o tratamento, porque a evolu��o da doen�a � realmente r�pida”, lamenta Liana. 

"Algumas pessoas demoram a receber o diagn�stico. Quando descobrem, j� est�o no est�gio dois e para elas a chance de tratamento ainda existe"

Liana Feronato, presidente da ABPAR



Andrey de Freitas, subsecret�rio de Advocacia da Concorr�ncia, da Secretaria de Advocacia da Concorr�ncia e Competitividade, do Minist�rio da Economia, o modelo burocr�tico atual n�o atende mais a sociedade. 

"Agora h� um movimento novo do setor, para tratar de doen�as raras e com a tecnologia avan�ada. N�o temos elementos suficientes para precificar essas tecnologias adequadamente. Isso cria uma enorme dificuldade para o medicamento chegar ao sistema de sa�de", pontua. 

Sob a perspectiva dos pacientes, as classifica��es equivocadas levam a um mercado pouco competitivo, que dificulta a entrada de arsenais terap�uticos no pa�s, e consequentemente, atraso para chegar a quem precisa. 

Conhe�a a Associa��o Brasileira de Paramiloidose 


A  ABPAR foi fundada em 17 de novembro de 1989  na cidade do Rio de Janeiro. Em dezembro desse mesmo ano, adquiriu personalidade jur�dica ap�s registro em cart�rio e publica��o no Di�rio Oficial.

A partir da� seus integrantes come�aram a luta contra os in�meros obst�culos na divulga��o e preven��o da hATTR. Segundo os integrantes da Associa��o, por falta total de informa��o, a popula��o brasileira n�o chegava a procurar aux�lio e os �rg�os p�blicos n�o o prestavam, recusando-se a investir material e financeiramente nesse grave e fatal problema de sa�de. 

Atualmente, a ABPAR auxilia e orienta pacientes e pessoas � espera do diagn�stico. informa��es sobre a doen�a, possibilidades de tratamento e acesso a medicamentos est�o dispon�veis no site da Associa��o.
 
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.  


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