Col�geno: � poss�vel controlar e repor a sua perda?

Seria mais f�cil se as opini�es fossem un�nimes, assim como os resultados. A verdade � que, com a perda do col�geno no processo de envelhecimento, a reposi��o via oral ou suplementa��o n�o � uma diretriz m�dica apaziguada. H� quem recomende e quem n�o acredita e, podem apostar, h� estudos cient�ficos com opini�es distintas.

No entanto, pensando n�o s� no mundo da beleza e est�tica, aliada a uma alimenta��o rica em col�geno, h� sempre um caminho do meio para buscar os benef�cios para a sa�de do organismo, bem-estar e qualidade de vida.

 

Antes de mais nada, saiba que o col�geno � uma prote�na animal, composta por amino�cidos, principalmente glicina, prolina e hidroxiprolina. A m�dica dermatologista  Camila Azzini  explica que o col�geno � uma das principais prote�nas da pele, ossos, tend�es e cartilagens.

“A pele tem basicamente col�geno dos tipos 1 e 3 e as articula��es o col�geno tipo 2. A sua perda na pele leva � flacidez, perda de hidrata��o, ao aumento das rugas e queda de cabelo. Como o col�geno sustenta a estrutura do bulbo capilar, tamb�m � importante para a sa�de dos cabelos.”

A dermatologista destaca que a partir dos 30 anos a perda de col�geno fica mais vis�vel na pele, mas � depois da menopausa que ele cai drasticamente. Na alimenta��o, encontramos col�geno em alimentos de origem animal.

Segundo ela, n�o existe col�geno vegetal. Caldo de ossos, p�s de galinha, carnes, frango, peixes s�o ricos em col�geno. “Na gelatina tamb�m tem, por�m n�o recomendamos o consumo pela grande quantidade de a��cares e aditivos qu�micos artificiais.”

 

Camila Azzini enfatiza que o col�geno sempre ser� degradado pelo sistema digest�rio e muitas vezes n�o ser� mais col�geno a partir da digest�o. “Por isso, a ind�stria fez os pept�deos bioativos de col�geno, que s�o pequenos pedacinhos de at� 2Kd que n�o v�o ser degradados. Esses ativam as c�lulas produtoras de col�geno da pele por meio de sinaliza��o molecular. Ent�o, nossos fibroblastos, que s�o essas c�lulas, v�o melhorar a produ��o do nosso col�geno.”

A m�dica conta que, no momento, existem duas marcas que produzem pept�deos bioativos de col�geno. “A quantidade indicada n�o cabe em uma c�psula, por isso deve ser feito em sach�s. Muitos suplementos tamb�m associam esses pept�deos de col�geno � vitamina C e o sil�cio org�nico, potencializando assim sua a��o. Os pept�deos de col�geno funcionam como suplemento alimentar. � bem seguro para a maioria das pessoas. Somente aquelas com alguma restri��o a esse tipo de alimento n�o devem consumi-los.”

A dermatologista lembra ainda que cremes podem ajudar na produ��o natural de col�geno. Produtos � base de �cido retinoico, retinol e vitamina C s�o �timas op��es.

 

A nutricionista Bianca Naves, p�s-graduada em cardiologia pelo Instituto do Cora��o (InCor/HC FMUSP) e especializada em medicina do estilo de vida pelo American College Lifestyle Medicine, da Harvard Medical School, explica que o col�geno comp�e 70% da pele e 30% das prote�nas do corpo: “Com o envelhecimento, temos uma degenera��o das fibras col�genas da pele e uma redu��o no processo de renova��o celular, al�m da redu��o da s�ntese de col�geno e de elastina. Esse decl�nio est� associado � parte est�tica, devido � perda da firmeza da pele, e tamb�m ligado ao surgimento de algumas doen�as, como osteoartrite, osteoporose, hipertens�o e at� �lcera g�strica”.

Portanto, a quest�o do col�geno n�o � s� uma quest�o est�tica, mas tamb�m est� relacionada com a vitalidade, elasticidade e disposi��o. Sua perda � inevit�vel, mas h� caminhos que podem frear, como a sua reposi��o. Mas ser� que funciona?

Bianca Naves explica que h� poucas evid�ncias de que o aporte via alimenta��o regular, ou seja, sem a suplementa��o, tenha efic�cia, j� que � dif�cil a absor��o dessa prote�na pelo corpo.

 

Como s� a alimenta��o n�o � suficiente, a suplementa��o oral � uma forma de repor o col�geno perdido. Al�m de repor os estoques, a suplementa��o de col�geno hidrolisado (HC) � uma forma de prevenir o envelhecimento cut�neo e tem demonstrado efeitos funcionais e ben�ficos sobre a pele e a sa�de da mobilidade, garante a nutricionista.

Para isso, a suplementa��o tem de ser di�ria e prolongada. Alguns estudos mostram que o tempo necess�rio para come�ar a surtir efeito � de, no m�nimo, 90 dias. Sempre associada a uma alimenta��o saud�vel, ingest�o de �gua e estilo de vida ativo.

“Em uma condi��o de desnutri��o, sem amino�cidos suficientes, o organismo, caso receba a suplementa��o de col�geno, prioriza o uso onde s�o mais necess�rios, mesmo sendo uma fonte mais fraca. Nesse cen�rio, a pele e a sa�de da mobilidade acabam tendo import�ncia secund�ria. Assim, � necess�rio ter o organismo suprido em prote�nas para somente ent�o suplementar o col�geno com foco em suas fun��es desejadas”, enfatiza Bianca Naves, que tamb�m � professora do curso de nutri��o do Centro Universit�rio S�o Camilo.