
Este � o m�s dedicado � conscientiza��o sobre o c�ncer de pr�stata. Em 2021, a campanha Novembro Azul, criada pela presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), Marlene Oliveira, completa 10 anos como importante ferramenta de enfrentamento e informa��o sobre a doen�a, que em 2020 acometeu mais de 65 mil homens no Brasil e, em 2019, matou 16 mil.
O lan�amento, em 27 de outubro, com o tema “Cuide do que � seu”, apresentou novidades nas a��es deste ano, como um novo canal de relacionamento exclusivo para que os homens tenham acesso a conte�dos qualificados sobre sa�de, uma plataforma digital para apoiar os pacientes, al�m de dados in�ditos coletados pelo N�cleo de Pesquisas do LAL.
"Esse � o maior movimento em prol da sa�de do homem no pa�s. Temos muito o que comemorar, mas ainda h� muito a ser feito. Precisamos atender os homens em suas dificuldades em cuidar da sa�de, e evitar que tantos morram pela simples falta de informa��o. Muitas vezes, os homens com c�ncer de pr�stata procuram os servi�os de sa�de com a doen�a j� em est�gio avan�ado", diz Marlene, lembrando que muitos diagn�sticos ficaram represados por causa da pandemia.
Levantamento do n�cleo de pesquisas do instituto revela como os homens no Brasil e em pa�ses da Am�rica Latina lan�am m�o dos canais digitais para saber mais sobre sa�de e como a tecnologia contribuiu para a mudan�a de comportamento e melhoria da sa�de por meio da informa��o. Foram ouvidos 1,8 mil homens, entre 18 e 65 anos, no Brasil, Argentina, Col�mbia e M�xico.

''N�o estava nem mais me lembrando desse exame. Agora, sigo com acompanhamento m�dico mensalmente, e minha recupera��o tem sido boa. Est� tudo normal''
Gen�sio Francisco da Silva, de 71 anos, almoxarife aposentado
Entre os resultados, a constata��o de que 53% dos brasileiros recorrem ao Google para procurar informa��es quando t�m algum problema de sa�de, �ndice que fica em 49% entre os latinos. No Brasil, 62% visitam o m�dico apenas quando os sintomas j� est�o insuport�veis, dado que fica em 73% entre argentinos, colombianos e mexicanos. Entre os brasileiros, 46% e, entre os latinos, 59%, usam hospitais, laborat�rios e m�dicos para buscar informa��es, enquanto 9% dos brasileiros e 10% dos latinos fazem isso acessando redes sociais de artistas, celebridades e m�dicos.
O YouTube � fonte de conte�do nesse sentido para 34% dos homens no Brasil e 26% na Argentina, Col�mbia e M�xico.
DOEN�A SILENCIOSA
Os primeiros sinais do c�ncer para o aposentado Carlos Alberto Estella, de 63 anos, foram invis�veis. Nada se manifestou e, se n�o fosse uma sugest�o para o PSA pelo m�dico do trabalho, que sempre pedia exames de praxe na volta das f�rias, ele n�o teria descoberto o aumento da pr�stata. Era o ano de 2006 e ele, que trabalhava como operador de empilhadeira, tinha 48 anos. "A pr�stata estava maior que o normal. Fiquei surpreso e tamb�m assustado. N�o sentia nada, dor nenhuma."
A partir da�, Carlos Alberto seguiu fazendo acompanhamento e diz que n�o tinha tantas informa��es sobre o assunto. At� o diagn�stico do c�ncer, seguiram-se mais tr�s anos. Nesse intervalo, o tratamento foi com medica��o, e Carlos Alberto conta que passava muito mal.
"O impacto inicial da not�cia � muito grande. Mas Deus foi me tranquilizando at� o dia da cirurgia." Hoje, Carlos, casado, pai de tr�s filhos e av� de cinco netos, aprendeu sobre a import�ncia do acesso � informa��o sobre o c�ncer de pr�stata. Principalmente no p�s-operat�rio, ele n�o sabia como seria t�o inc�modo.
"Na �poca, eu mesmo busquei me informar. Muita gente n�o sabe da gravidade da doen�a, e as consequ�ncias s�o diferentes para cada pessoa. Existem essas campanhas e a meu ver a demora at� o diagn�stico � um problema. Tenho amigos que n�o tiveram a mesma sorte que eu, muitas vezes a descoberta � com o c�ncer j� em met�stase. Al�m da preven��o, que � fundamental", acrescenta.
"Na �poca, eu mesmo busquei me informar. Muita gente n�o sabe da gravidade da doen�a, e as consequ�ncias s�o diferentes para cada pessoa. Existem essas campanhas e a meu ver a demora at� o diagn�stico � um problema. Tenho amigos que n�o tiveram a mesma sorte que eu, muitas vezes a descoberta � com o c�ncer j� em met�stase. Al�m da preven��o, que � fundamental", acrescenta.
Ap�s a cirurgia, Carlos Alberto seguiu em acompanhamento m�dico e no in�cio deste ano finalmente teve alta. "Agrade�o pela experi�ncia. Me fez entender como tudo est� nas m�os de Deus. N�o damos um passo sem Ele. Tenho confian�a de que tenho mais para fazer aqui", diz.
PREVEN��O
Exames de rastreamento e detec��o do c�ncer s�o medidas de preven��o secund�rias, voltadas para tratar a doen�a antes de sintomas mais severos, mas o importante s�o as medidas preventivas prim�rias, como h�bitos de vida saud�veis. Afinal, o ideal � nem chegar a desenvolver a doen�a. � o que esclarece a oncologista do Grupo Oncocl�nicas Carolina Vieira.
Ela pontua que, com a pandemia, aumentou o �ndice de sedentarismo e obesidade de uma forma geral, e esses s�o dois fatores de risco relevantes para v�rios tipos de c�ncer, incluindo o de pr�stata.
Ela pontua que, com a pandemia, aumentou o �ndice de sedentarismo e obesidade de uma forma geral, e esses s�o dois fatores de risco relevantes para v�rios tipos de c�ncer, incluindo o de pr�stata.
Com a dissemina��o do coronav�rus um tanto j� amenizada, a m�dica diz que � um momento prop�cio para a retomada das atividades f�sicas, sem esquecer da boa alimenta��o e da volta �s consultas de controle.
"� importante reduzir ao m�ximo o consumo de alimentos industrializados, carnes, gorduras e alimentos de origem animal, associando a isso exerc�cios f�sicos em intensidade moderada. S�o esses fatores que reduzem o risco de aparecimento de v�rias neoplasias", ensina.
"� importante reduzir ao m�ximo o consumo de alimentos industrializados, carnes, gorduras e alimentos de origem animal, associando a isso exerc�cios f�sicos em intensidade moderada. S�o esses fatores que reduzem o risco de aparecimento de v�rias neoplasias", ensina.
A��ES
A campanha Novembro Azul prev� ilumina��o na cor-tema de monumentos, est�dios de futebol, refer�ncias em times, empresas, na constru��o civil, em shoppings, espa�os de grande circula��o, mobili�rios urbanos, al�m de discuss�es em audi�ncias p�blicas. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ser� colorido de azul no pr�ximo dia 17.
Duas novidades do Novembro Azul 2021: a cria��o do canal telef�nico gratuito (0800 2222 224) para escuta do homem, com oferta de conte�dos sobre a boa sa�de e espa�o de acolhimento, com informa��es b�sicas. O servi�o � diferente de teleconsulta e se baseia no sentido de empoderar o homem para lidar com a doen�a. Outra novidade � a plataforma digital Paciente 360, com perguntas e respostas pertinentes ao tema.
Para o cardiologista Manoel Canesin, que coordena a plataforma, muita coisa ser� resolvida quando for superado o abismo entre assist�ncia e educa��o. "Quando essa rela��o for equilibrada, poderemos salvar mais vidas , cuidar e tratar mais pessoas. Os agentes da educa��o devem estar engajados", diz.
"� preciso chamar a aten��o para que o homem seja protagonista de sua sa�de, levando a informa��o para todos os ambientes onde ele est�”, destaca Marlene.
Conscientiza��o fundamental
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), as mulheres t�m, culturalmente, o cuidado de olhar mais para sua sa�de, enquanto os homens costumam ir ao m�dico apenas quando n�o se sentem bem.
Isso pode ser por diversos motivos, mas geralmente est� atrelado ao fato de os homens demonstrarem menos suas vulnerabilidades ou mesmo por medo de doen�as. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) indicam que os homens no pa�s vivem, em m�dia, sete anos a menos que as mulheres e apresentam maior incid�ncia de certas doen�as.
Isso pode ser por diversos motivos, mas geralmente est� atrelado ao fato de os homens demonstrarem menos suas vulnerabilidades ou mesmo por medo de doen�as. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) indicam que os homens no pa�s vivem, em m�dia, sete anos a menos que as mulheres e apresentam maior incid�ncia de certas doen�as.
Conscientizar a popula��o masculina sobre a import�ncia de exames preventivos no combate a problemas de sa�de que atingem os homens – al�m do c�ncer de pr�stata, o c�ncer do p�nis e o c�ncer nos test�culos – toma for�a de lei. Com um checape anual, o c�ncer de pr�stata pode ser tratado de forma menos invasiva se detectado desde o in�cio, com chances de cura de at� 95% dos casos.

''Precisamos atender os homens em suas dificuldades em cuidar da sa�de, e evitar que tantos morram pela simples falta de informa��o. Muitas vezes, os homens com c�ncer de pr�stata procuram os servi�os de sa�de com a doen�a j� em est�gio avan�ado''
Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL)
"Um dos fatores para se manter uma vida saud�vel � realizar exames preventivos periodicamente, pois, havendo qualquer problema, o diagn�stico precoce conduz a um melhor tratamento", refor�a Carlos Bautzer, urologista do N�cleo de Medicina Sexual do Hospital S�rio-Liban�s e m�dico-assistente da disciplina de urologia da Faculdade de Medicina do ABC, pontuando que os homens seguem com receio de procurar o urologista e essa demora pode acarretar problemas s�rios, como at� mesmo a amputa��o do p�nis (s�o 1,6 mil casos desse tipo por ano no pa�s).
PANDEMIA
Dados obtidos pela SBU mostram que, al�m do tratamento, o diagn�stico do c�ncer de pr�stata foi impactado com quase dois anos de pandemia: houve queda de 27% de exames de PSA e de 21% de bi�psias de pr�stata, procedimentos que, junto com o exame de toque retal, detectam a doen�a. Informa��es do Minist�rio da Sa�de levantadas para a entidade constatam queda de 21,5% de retirada da pr�stata entre 2019 e 2020.
O n�mero de consultas urol�gicas no SUS tamb�m caiu 33,5% e seguem baixas – segundo a pesquisa, at� julho, foram realizadas 1.812.982 consultas. Em 2019, foram 4.232.293 e, em 2020, 2.816.326. As interna��es de pacientes com o diagn�stico da doen�a tiveram queda de 15,7%.
O n�mero de consultas urol�gicas no SUS tamb�m caiu 33,5% e seguem baixas – segundo a pesquisa, at� julho, foram realizadas 1.812.982 consultas. Em 2019, foram 4.232.293 e, em 2020, 2.816.326. As interna��es de pacientes com o diagn�stico da doen�a tiveram queda de 15,7%.
Conforme outra pesquisa feita pela USP sobre o atraso cir�rgico emergencial e eletivo durante a pandemia, no Brasil, mais de um milh�o de cirurgias foram canceladas ou adiadas, e os procedimentos cir�rgicos para tratamento do c�ncer de pr�stata tamb�m foram impactados, conforme mostram dados do Sistema de Informa��es sobre Mortalidade (SIM).
A pandemia foi justamente o fator que fez demorar o diagn�stico de c�ncer de pr�stata para o almoxarife aposentado Gen�sio Francisco da Silva, de 71 anos. Ele realizou um exame de rotina pelo SUS em 2020, e s� em junho deste ano recebeu um contato da equipe m�dica confirmando a doen�a. Logo depois, foi submetido � cirurgia para a retirada total do �rg�o. Para ele, se n�o fosse o exame, seria dif�cil a detec��o. "N�o estava nem mais me lembrando desse exame. Agora sigo com acompanhamento m�dico mensalmente, e minha recupera��o tem sido boa. Est� tudo normal."
DIAGN�STICO PRECOCE
De acordo com o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), s�o esperados 65.840 novos casos para 2021, por�m muitos podem nem ter sido diagnosticados. Outros �ndices aferidos pelo SIM, tamb�m obtidos pela SBU, demonstram que a mortalidade por c�ncer de pr�stata aumentou cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542 (2015) para 16.033 (2019).
O Novembro Azul, campanha que j� � de dom�nio p�blico e tamb�m � anualmente coordenada pela SBU, este ano enfatiza a import�ncia de o homem retomar seu cuidado com a sa�de e voltar a ir ao m�dico.
De acordo com o presidente da entidade, Antonio Carlos Pompeo, a queda nos n�meros � preocupante. “� muito importante que os homens tenham acesso � informa��o, �s consultas de rotina e tamb�m que recebam seu diagn�stico. Essa fuga do m�dico vai causar um efeito de mais diagn�sticos tardios em longo prazo", alerta.
De acordo com o presidente da entidade, Antonio Carlos Pompeo, a queda nos n�meros � preocupante. “� muito importante que os homens tenham acesso � informa��o, �s consultas de rotina e tamb�m que recebam seu diagn�stico. Essa fuga do m�dico vai causar um efeito de mais diagn�sticos tardios em longo prazo", alerta.
A SBU preparou ao longo do m�s de novembro uma s�rie de a��es on-line e presenciais para chamar a aten��o para o problema. Com o slogan “Sa�de tamb�m � papo de homem”, a programa��o � especial pelas redes sociais (@portaldaurologia), que envolver� lives todas as quartas-feiras com especialistas e posts e v�deos elucidando d�vidas, al�m de podcasts semanais na R�dio SBU, dispon�vel em todas as plataformas de streaming.