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Estado de Minas ANSIEDADE

O que � a ansiedade e como ela se diferencia da depress�o

Apesar da quantidade enorme de pessoas afetadas e dos diversos estudos sobre a ansiedade, transtorno ainda � um grande desafio para especialistas.


22/12/2021 19:32 - atualizado 23/12/2021 11:41

Mulher sentada escondendo rosto com os braços
Apesar da quantidade enorme de pessoas afetadas e dos diversos estudos sobre a ansiedade, transtorno ainda � um grande desafio para especialistas (foto: Getty Images)

A ansiedade � comum a todos.

"� uma sensa��o difusa de desconforto, um desagrad�vel sentimento de apreens�o frequentemente acompanhado por tens�o, antecipa��o de cen�rios de riscos, muitas vezes irreais, e diferentes manifesta��es f�sicas", explica a psiquiatra Gabriela Bezerra de Menezes, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

� como um sinal de alerta do corpo diante do perigo.


A ansiedade � uma das principais causas de afastamento do trabalho ao redor do planeta. E pelo menos um ter�o da popula��o mundial ser� afetada por ela ao longo da vida, incluindo crian�as e adolescentes.

Segundo pesquisa do instituto Ipsos, a pandemia de coronav�rus levou � piora da sa�de mental de quase metade dos adultos de 30 pa�ses, incluindo o Brasil.

Mas em que momento a "primeira" ansiedade, como a preocupa��o, o medo ou o desconforto �s v�speras de um acontecimento importante, se transforma na "segunda" ansiedade, ou melhor, num problema de sa�de que afeta tanto a vida que muitos se sentem paralisados a ponto de n�o conseguir trabalhar?

Em geral, � quando essa resposta natural a amea�as ou incertezas se torna intensa ou frequente demais, e resulta em transtornos de sa�de mental com sintomas como enjoo, falta de ar, perda de apetite, ins�nia, tontura, sudorese, fadiga, dor de est�mago, batimento card�aco acelerado e incapacidade de encontrar pessoas ou sair de casa.

Especialistas ainda n�o sabem direito as causas disso tudo, mas eles j� t�m algumas respostas sobre o momento indicado para procurar ajuda, os gatilhos mais comuns, os tratamentos mais eficazes e a forte liga��o dos transtornos de ansiedade com outras doen�as.

"Os transtornos de ansiedade raramente ocorrem de forma isolada, com transtornos mentais com�rbidos, como depress�o e transtornos por uso de subst�ncias ocorrendo em 60% a 90% dos casos", explica Ant�nio Geraldo da Silva, presidente da Associa��o Brasileira de Psiquiatria, em entrevista � BBC News Brasil.

Apesar da quantidade enorme de pessoas afetadas e dos diversos estudos sobre a ansiedade, � importante deixar claro que ela ainda � um grande desafio para especialistas.


Ilustração de cacto furando bexiga
Especialistas dizem que � hora de olhar com maior aten��o e buscar ajuda profissional para a ansiedade quando ela se torna constante, afeta a qualidade de vida e passa a envolver muito al�m do fator que a desencadeou (foto: Getty Images)

"Os transtornos de ansiedade s�o tipicamente subdiagnosticados, e estima-se que metade destes indiv�duos n�o receba o diagn�stico correto", afirma Menezes, que tamb�m � supervisora cl�nica e pesquisadora do Programa de Ansiedade, Obsess�es e Compuls�es do Instituto de Psiquiatria da UFRJ e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Entenda mais abaixo.

Quando e como se deve procurar ajuda para si ou para outras pessoas?

Especialistas dizem que � hora de olhar com maior aten��o e buscar ajuda profissional para a ansiedade quando ela se torna constante, afeta a qualidade de vida e passa a envolver muito al�m do fator que a desencadeou.

Em termos mais concretos, quando se torna dif�cil lidar e realizar as tarefas do dia a dia, quando se estressa ou se preocupa demais com coisas pequenas ou quando aquele sentimento de ansiedade (como um aperto na barriga) dura dias e dias, entre outros exemplos.

Al�m dos sintomas citados acima no texto, como mudan�as de comportamento, dificuldade de concentra��o, sudorese e tontura.

Muito se fala sobre o impacto da vida moderna, das redes sociais e da pandemia de covid-19 na ansiedade geral, mas esse fen�meno n�o � de agora.

S�neca, um fil�sofo nascido na Andaluzia que costumava se preparar para o pior, j� chamava aten��o para o comportamento ansioso no Imp�rio Romano.

Na virada do s�culo 17, o dramaturgo ingl�s William Shakespeare observava e escrevia sobre comportamentos ansiosos e obsessivos, a exemplo da personagem Lady Macbeth e do pr�prio Hamlet.

Tr�s s�culos depois, o psicanalista austr�aco Sigmund Freud analisava clinicamente o fen�meno da crise de p�nico, numa �poca em que ainda n�o existiam termos cient�ficos e diagn�sticos sobre esse problema de sa�de mental.

H� tamb�m uma perspectiva evolutiva em rela��o a isso. Segundo o Sistema de Sa�de P�blica do Reino Unido (NHS), a ansiedade � uma rea��o natural do corpo humano ligada muitas vezes ao que se chama de "luta ou fuga", que � uma esp�cie de instinto de preserva��o de um animal cercado por um predador na selva, por exemplo.

O organismo, por meio de instrumentos como o sistema nervoso e horm�nios, percebe o perigo, foca a aten��o nele, promove mudan�as no corpo (como acelerar o batimento card�aco) e fornece uma dose de adrenalina para reagir.


Mulher a ponto de se afogar
Muito se fala sobre o impacto da vida moderna, das redes sociais e da pandemia de covid-19 na ansiedade geral, mas esse fen�meno n�o � de agora (foto: Getty Images)

O problema � quando isso � excessivo no dia a dia.

E o gatilho para desencadear essa ansiedade desmedida pode ser de diversas e m�ltiplas naturezas, como ambiental, gen�tica, psicol�gica e de desenvolvimento.

A exemplo, uma situa��o espec�fica e concreta, como o adoecimento de um ente querido, a perda de um emprego, uma situa��o de viol�ncia, o temor de passar vergonha em p�blico.

Mas muitas vezes esse excesso de ansiedade tamb�m surge de algo que nem mesmo a pessoa sabe identificar. Ou at� sabe e entende que n�o h� motivo para toda essa rea��o desproporcional, mas mesmo assim n�o consegue control�-la sozinha.

"A ansiedade se torna patol�gica quando passa a interferir na vida do indiv�duo, impactando de forma negativa no seu funcionamento e determinando sofrimento, desconforto emocional e preju�zo na qualidade de vida", explica Menezes, da UFRJ e da UFF.

"Nessas situa��es, deve-se buscar ajuda de um servi�o especializado para que seja avaliada a presen�a de um poss�vel transtorno de ansiedade", completa.

Algumas pessoas enfrentam problemas ou obst�culos para buscar atendimento especializado e conseguem ter avan�os nesse processo ao conversarem sobre o assunto com familiares ou amigos, por exemplo.

Essa situa��o pode ser muito dif�cil tamb�m para crian�as e adolescentes, faixa et�ria bastante afetada por problemas de sa�de mental e por dificuldades de expor esses sintomas e buscar ajuda, principalmente durante a pandemia.

Um estudo liderado pelo professor e psiquiatra Guilherme Polanczyk, da Universidade de S�o Paulo (USP), com cerca de 6 mil jovens de 5 a 17 anos, apontou em outubro de 2021 que 36% deles apresentaram sintomas de ansiedade e depress�o em n�veis que demandam avalia��o cl�nica.

Parte desses sinais est� ligado aos temores ligados � doen�a e a restri��es � circula��o de pessoas adotadas por governantes para evitar o espalhamento do coronav�rus, como o fechamento de escolas.x


Ilustração de mulher espreitando algo em fundo cor de rosa
Ansiedade tamb�m pode afetar crian�as e adolescentes (foto: Getty Images)

Quais s�o os principais tratamentos para transtornos de ansiedade?

O tratamento para o paciente com transtornos de ansiedade passa por identificar a intensidade e gravidade do quadro de sa�de espec�fico dele.

As principais formas de tratamento s�o a terap�utica (psic�logo, psicoterapeuta ou psicanalista), a psiqui�trica e a farmacoter�pica (psiquiatria e psicoterapia). Mas cada caso � um caso, e o melhor tratamento deve ser definido pelo profissional de sa�de que acompanha o paciente.

"Em transtornos de ansiedade mais leves, o tratamento somente com psicoterapia pode ser recomendado. Para quadros moderados a graves, � necess�ria a combina��o da psicoterapia com o medicamento - esta � a forma mais eficaz de tratamento, com melhor resposta e retorno de qualidade de vida", diz Silva, da Associa��o Brasileira de Psiquiatria.

A psic�loga Juliana Vieira Almeida Silva, autora do livro Ansiedade, Medo e Preocupa��es: Manual da Mente Tranquila, cita como uma das principais e mais eficazes interven��es a terapia cognitiva comportamental (TCC), que por meio da conversa entre paciente e terapeuta ensina o paciente a identificar e lidar com pensamentos, cren�as e sentimentos negativos, quebrando o ciclo em torno deles.

Segundo essa abordagem, explica Almeida Silva, "os transtornos psicol�gicos s�o decorrentes de uma maneira distorcida (os pensamentos) de perceber os fatos do seu dia a dia e com isto influencia o comportamento e afeto, trazendo grandes preju�zos, na maioria das vezes, para a vida da pessoa".

Para al�m dos tratamentos tradicionais citados acima, h� outras ferramentas de autoconhecimento e autocuidado podem ajudar no enfrentamento da ansiedade, como medita��o, t�cnicas de mindfulness e de respira��o, psicoeduca��o (tomar conhecimento sobre sua condi��o e compartilhar com os familiares, pensar e falar sobre o assunto, fazendo com que o paciente se sinta mais ativo em sua recupera��o), exerc�cios f�sicos (como caminhadas), mudan�as nas alimenta��o, escrever di�rios (anotando pensamentos e sentimentos) e identificar atividades que fazem bem (para alguns, pode ser ouvir m�sica, por exemplo).

Grupos de apoio, sejam eles virtuais ou presenciais, tamb�m podem ser bons para algumas pessoas trocarem experi�ncias e possibilidades de lidar com o problema, al�m de entenderem que n�o est�o enfrentando tudo isso sozinhas.


Ilustração de silhueta com nuvem com chuva no lugar do cérebro
H� diversos gatilhos para comportamento ansioso (foto: Getty Images)

Algumas pessoas tamb�m encontram benef�cios ao evitar o consumo de alimentos que podem agravar os sintomas, como a cafe�na, ou de subst�ncias psicoativas que podem ter o mesmo efeito negativo, como �lcool.

Al�m disso, Silva afirma que "para al�vio dos sintomas, sugerimos, sempre que poss�vel, um afastamento dos poss�veis gatilhos. Por exemplo: caso o trabalho represente um fator diretamente agravante da ansiedade, podemos solicitar o afastamento laboral pelo tempo necess�rio ao indiv�duo".

Tudo isso pode parecer simples e pr�tico, mas Menezes, da UFF e do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, ressalta que ainda h� muitos problemas, barreiras e desafios ligados a esses transtornos de ansiedade.

Segundo ela, muitos pacientes n�o s�o diagnosticados, metade recebe diagn�stico errado e apenas um ter�o tem acesso ao tratamento correto.

Al�m do mais, segundo ela, o quadro se agrava porque, "apesar da evid�ncia de efic�cia de diferentes interven��es, h� um longo intervalo de tempo entre o in�cio dos sintomas e a busca por tratamento". Mas as consequ�ncias n�o se limitam � vida do paciente.

"H� ainda um grande impacto no sistema de sa�de, n�o s� pelo gasto com o tratamento, mas tamb�m pela busca mais frequente por atendimento m�dico em decorr�ncia de sintomas f�sicos resultantes da ansiedade", afirma a psiquiatra.

No Sistema �nico de Sa�de (SUS), pacientes podem buscar orienta��o e tratamento em Centros de Aten��o Psicossocial (CAPS), Servi�os Residenciais Terap�uticos (SRT), Centros de Conviv�ncia e Cultura, ambulat�rios multiprofissionais, Unidades de Acolhimento (UAs), hospitais especializados e hospitais-dia de aten��o integral.

Parte dos medicamentos que podem ser prescritos est� dispon�vel em pre�os mais acess�veis na rede de Farm�cia Popular.

Segundo o Minist�rio da Sa�de, h� 2.742 CAPS espalhados por 1.845 cidades do pa�s. O atendimento n�o � feito apenas por m�dicos nessas unidades, mas tamb�m por psic�logos, assistentes sociais, nutricionistas, entre outros profissionais de sa�de das equipes multidisciplinares.

Se os casos forem mais graves, os pacientes s�o encaminhados para hospitais especializados. Se houver diagn�stico da forma mais leve do transtorno, pode haver um direcionamento para uma Unidade B�sica de Sa�de (UBS), por exemplo.

Qual � a diferen�a entre ansiedade e depress�o e por que elas s�o associadas?

"Tanto a ansiedade quanto a depress�o paralisam o indiv�duo e s�o consideradas doen�as que tiram a qualidade de vida e o prazer de fazer atividades antes prazerosas. S�o transtornos que caminham de m�os dadas, por�m cada uma possui seu quadro sintom�tico e tratamento adequado", afirma Silva, da Associa��o Brasileira de Psiquiatria.

Silva explica que a maior diferen�a � que a ansiedade � caracterizada pelo medo e ang�stia constantes e a depress�o, com graus variados, � geralmente um transtorno no qual a pessoa se sente deprimida e n�o tem motiva��o ou interesse para desempenhar tarefas que antes eram satisfat�rias.

Em geral, a presen�a de um transtorno de ansiedade � considerado um fator de risco para a depress�o e vice-versa. Mas por qu�?

Segundo um grupo de oito pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, h� uma perspectiva de rede interligada na �rea da psicopatologia (bra�o da ci�ncia que se dedica � sa�de mental). Como assim? Eles explicam que um dist�rbio psiqui�trico tende a gerar sintomas que servem de gatilhos para novos transtornos.

"Por exemplo, sentir-se ap�tico torna dif�cil se manter ativo durante o dia, o que mais tarde resulta em maior tristeza e inquieta��o porque a pessoa n�o realizou o que pretendia fazer", afirma o grupo de pesquisadores em artigo publicado em 2020.


Ilustração de uma mulher olhando porta quase fechada ao fundo
Presen�a de um transtorno de ansiedade � considerado fator de risco para a depress�o e vice-versa (foto: Getty Images)

Esses pesquisadores aventam a possibilidade da exist�ncia de uma esp�cie de ponte de estados mentais que conectaria ansiedade e depress�o, como se sentir preocupado ou irritado demais.

Al�m disso, h� diversos sintomas comuns (e sobrepostos) nesses dois transtornos que podem ajudar a entender a comorbidade entre ambos. Como � o caso da dor.

Segundo a Universidade Harvard, estudos cient�ficos apontam que existe uma rela��o anat�mica entre ansiedade, depress�o e dor, principalmente em pacientes com condi��es cr�nicas como fibromialgia, s�ndrome do intestino irrit�vel, dor na lombar, enxaquecas e dor neurop�tica (causada por danos nos nervos).

"O c�rtex somatossensorial (a parte do c�rebro que interpreta as sensa��es como o toque) interage com a am�gdala, o hipot�lamo e o giro cingulado anterior (�reas que regulam as emo��es e a resposta ao estresse) para gerar a experi�ncia mental e f�sica da dor. Essas mesmas regi�es tamb�m contribuem para a ansiedade e a depress�o. Al�m disso, dois neurotransmissores — serotonina e norepinefrina — contribuem para a sinaliza��o da dor no c�rebro e no sistema nervoso. Esses neurotransmissores tamb�m est�o envolvidos com ansiedade e depress�o."

Al�m disso, Silva, da Associa��o Brasileira de Psiquiatria, explica que transtornos mentais com�rbidos (como ansiedade e depress�o) ocorrem de 60% a 90% dos casos e que h� um amento de taxas de transtornos depressivos e, em menor grau, de transtornos de uso de subst�ncias psicoativas nos primeiros anos do transtorno de ansiedade.

Segundo o psiquiatra, a presen�a desses quadros na inf�ncia, na adolesc�ncia ou no in�cio da vida adulta "aumenta o risco de transtornos depressivos e a probabilidade de um curso grave de depress�o com cronicidade e tentativas de suic�dio".

Al�m disso, estudos cient�ficos apontam que "todos os transtornos de ansiedade, particularmente o transtorno de p�nico, a agorafobia e o transtorno de ansiedade social s�o fortes fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos depressivos e abuso de subst�ncias", afirma Silva.

Quais s�o os principais tipos de transtorno de ansiedade?

Est�o no grupo dos transtornos de ansiedade, segundo o Manual Diagn�stico e Estat�stico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associa��o Americana de Psiquiatria, o transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do p�nico, transtorno de ansiedade social, agorafobia, fobia espec�fica, transtorno de ansiedade de separa��o e mutismo seletivo.

"Embora n�o mais integre o grupo dos Transtornos de Ansiedade, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o transtorno do estresse p�s-traum�tico (TEPT) compartilham muitas caracter�sticas com estes �ltimos, incluindo a presen�a frequente de sintomas ansiosos", afirma Menezes, da UFF e da UFRJ.

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), mencionado pela psiquiatra, costuma ser descrito como uma condi��o cr�nica onde o c�rebro � acometido por pensamentos, ideias ou imagens angustiantes, o que gera mais ansiedade ainda.

� caracterizado por comportamentos e atos mentais repetitivos, assim como compuls�es.

Geralmente, o transtorno do estresse p�s-traum�tico (TEPT) se d� em pacientes que viveram um evento traum�tico como um acidente, abuso sexual, sequestro, com sintomas f�sicos e psicol�gicos, como pensamentos intrusivos e mem�rias involunt�rias repetidas.


Ilustração de homem observando onda vindo em sua direção
Estudos cient�ficos apontam que existe uma rela��o anat�mica entre ansiedade, depress�o e dor (foto: Getty Images)

Segundo o Sistema de Sa�de P�blica do Reino Unido (NHS), um paciente com transtorno do estresse p�s-traum�tico revive o epis�dio do trauma por flashbacks, pesadelos. Pode ter dificuldades para dormir, dificuldade para focar, se concentrar e pode sentir irrita��o, culpa. Esses pacientes costumam evitar situa��es ou pessoas que lembrem o evento traum�tico.

Almeida Silva, psic�loga e tamb�m professora da Univali, lembra � BBC News Brasil que os transtornos de ansiedade caminham muito com outras comorbidades, "por exemplo, um paciente pode ter transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e transtorno do p�nico (TP) ao mesmo tempo".

O TAG, ou transtorno de ansiedade generalizada, costuma ser descrito pela ansiedade excessiva e constante afetando as atividades do dia a dia do paciente, se manifestando quase todos os dias por pelo menos 6 meses.

O Sistema de Sa�de P�blica do Reino Unido define o TAG como condi��o de longo prazo que faz com que se sinta ansioso sobre v�rios tipos de problemas e situa��es, ao inv�s de um evento espec�fico.

Os pacientes com TAG se sentem ansiosos na maioria das vezes e podem ter dificuldade para lembrar quando foi a �ltima vez em que se sentiram relaxados, e, por isso, � comum que, quando um pensamento ansioso � resolvido, outro apare�a ocupando o lugar do anterior.

O transtorno do p�nico � definido por especialistas pelos frequentes ataques de p�nico. Aqui os sintomas s�o f�sicos e psicol�gicos. � comum que as pessoas que passam por esses ataques confundam os sintomas da crise com os de um ataque card�aco e acabam indo parar em uma emerg�ncia.

Dentre os sintomas est�o dor no peito, calafrios, palpita��es, suor, sensa��o de asfixia, entre outros.

Segundo a Associa��o Americana de Psiquiatria, a pessoa com transtorno de ansiedade de separa��o sente uma ansiedade persistente de que a pessoa com a qual � muito pr�xima (m�e, pai, c�njuge, filho) se separe dela.

A intensidade sentida � maior do que a esperada para a idade e pode levar a decis�es que limitam sua conviv�ncia e desenvolvimento no mundo.

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