X�, pregui�a! Saiba como espantar o des�nimo

� comum ouvirmos hist�rias de pessoas que se matricularam na academia, mas raramente v�o. Ou que j� viveram dias mais dedicados � malha��o e, hoje, n�o seguem o mesmo ritmo. Manter-se ativo, embora seja vital, � uma dificuldade para a maioria das pessoas.

O psiquiatra Luan Diego Marques, pesquisador na UnB (Universidade de Bras�lia), explica o porqu�: “Al�m da nossa mente ser baseada no desejo e no prazer, temos ainda as m�ltiplas demandas da vida moderna, e acaba sobrando pouco tempo para se exercitar. E o exerc�cio f�sico, na maioria das vezes, ainda � visto como mais um esfor�o, mais uma tarefa”.

� que o c�rebro n�o associa o esfor�o moment�neo ao benef�cio que ter� no futuro (mesmo que pr�ximo, com prazer imediato). A personal Larissa Pacheco corrobora: “Nosso corpo n�o foi feito para gastar, mas, sim, para guardar energia. O problema � que quanto mais ficamos em repouso, mais ele se acostuma com isso. � f�cil se acomodar”.

 

Para fazer o comportamento virar h�bito, ent�o, Luan sugere que o primeiro passo � bolar um plano de a��o. � hora de se organizar e definir dias para a pr�tica. Saiba quando � certeza que poder� malhar e, se houver imprevisto, como pode compensar em outro hor�rio ou dia.

“Tenha em mente tamb�m que uma rotina intensa n�o suporta atividades cansativas demais”, diz. Nesses casos, � preciso ver o que se pode abrir m�o, fazer ajustes, encaixar o exerc�cio ao longo do dia.

“Raramente, algu�m estar� extremamente disposto a treinar”, completa Larissa. O des�nimo � normal. Quando ele bate, alguns alimentos com efeito termog�nico podem ajudar, segundo a profissional. Escolher o hor�rio que se sente mais disposto tamb�m � uma estrat�gia. Se treinar logo cedo pela manh�, quando o corpo ainda est� descansado, funcionar, v�.

Larissa destaca tamb�m o aspecto social como um aliado. Ter um amigo ou companhias para fazer atividade f�sica junto, e ajudar no compromisso com o hor�rio, � uma boa para se manter firme, mesmo nos dias em que se est� sem vontade. E n�o precisa ser s� academia. Esportes coletivos estimulam a conviv�ncia e a pr�tica. O importante mesmo � tornar a atividade mais prazerosa.

Desde que os filhos cresceram e ela se viu com mais tempo livre, Netinha Nascimento, de 53 anos, advogada, passou a se dedicar ainda mais � atividade f�sica. O que a motiva? Os ganhos em mobilidade, longevidade e, por que n�o, em est�tica. “Ficar sempre no sof� � estar fadado ao insucesso, e isso n�o combina comigo”, ela brinca.

Netinha sempre gostou de se movimentar. F� de esportes, j� fez corrida, funcional de areia e, hoje, muscula��o e spinning – que est� retomando depois de um probleminha no joelho. Conta que sente prazer em “aumentar a carga e suar”. O perfil persistente e o gosto pela atividade certamente ajudam a manter a rotina, que � de poucos descansos.

E olha que nem sempre foi assim. H� cinco anos, Netinha sofreu um acidente e teve problemas nos dedos das m�os. Mesmo com alguma limita��o, leva a academia como prioridade na agenda. “Minha condi��o torna a atividade f�sica, at� hoje, um desafio a mais. Mas � justamente isso que me motiva. Sei tamb�m que vou me sentir melhor quando acabar minha aula.”

Como explica o psiquiatra Luan Diego Marques, nossa mente tende ainda a criar ideias para fortalecer a resist�ncia ao exerc�cio. � o que ele chama de argumentos ps�quicos. “� como dizer ‘estamos em pandemia’ ou ‘n�o tenho condi��o de ir � academia’ como forma de adiar a ida.” J� ouviu ou usou de uma dessas falas para ficar em casa ou optar por outro programa? � necess�rio observar os pontos que boicotam o processo da malha��o como h�bito. N�o d� para apenas treinar quando d� – porque, assim, toda outra demanda pode aparecer na frente – nem se apoiar em justificativas como forma de faltar.

Muitas academias t�m op��es de planos que duram um ano ou at� mais. “As pessoas se submetem a esses pacotes com a cren�a de que isso ir� motiv�-las a ir para a academia. Mas, do ponto de vista pr�tico, isso nem sempre acontece”, alerta Luan. Acontece que gastos com grandes academias e planos longos podem ter um funcionamento inverso de culpa.

E o contexto de culpa, segundo ele, afasta a pessoa da atividade. “Ao contr�rio do que pensamos, a culpa afasta, n�o motiva. Ent�o, culpada por pagar academia ou alguma outra aula e n�o ir, acaba travando a rotina de exerc�cios”, aponta.

Escolha uma modalidade que desperte prazer pessoal. Pense nisso sempre antes de escolher come�ar alguma atividade f�sica

» Defina metas reais. Considere tempo e disposi��o

» Observe pontos que sabotam o processo

» Tenha em mente que precisar� lidar com imprevistos e eles n�o devem parar a rotina de atividades

» Desafiar um grupo de amigos ou entrar em algum desafio � um bom gatilho para espantar a pregui�a. Mesmo que n�o garanta que vai virar h�bito, funciona como ponto de partida e mudan�a gradual