(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas DIA MUNDIAL DO C�NCER

M�dicos alertam para o perigo da falta de cuidados com a sa�de na pandemia

Pandemia causou afastamento da popula��o que necessita fazer exames e tratamentos cl�nicos contra o c�ncer e outras doen�as cr�nicas


04/02/2022 17:00 - atualizado 04/02/2022 17:55

Consulta médica
M�dicos alertam para afastamento da popula��o de realiza��o de exames e tratamento de doen�as durante a pandemia (foto: Reprodu��o/Pixabay)
M�dicos em diversos pa�ses aproveitam o Dia Mundial do C�ncer, celebrado nesta sexta-feira (4/2), para fazer um alerta � popula��o. Grande parte das pessoas se afastaram dos cuidados com a sa�de durante a pandemia. O caos mundial causado pelo novo coronav�rus e suas variantes deixaram pacientes � merc� de um sistema de sa�de sobrecarregado e do medo, dificultando a preven��o, o diagn�stico e o tratamento de doen�as cr�nicas.

Aqueles que interrompem seus tratamentos t�m mais dificuldade quando retomam o combate �s doen�as. "Ap�s praticamente dois anos de pandemia e todo o afastamento e isolamento que ela nos imp�s, milhares de pessoas paralisaram seus tratamentos cl�nicos de doen�as cr�nicas e suas medidas de preven��o em sa�de. Observou-se desde o atraso e o cancelamento de tratamentos quimioter�picos de c�ncer como de cirurgias imprescind�veis � cura", explica Guilherme Bicca, professor de ginecologia da Universidade Federal de Pelotas-RS.

O afastamento da realiza��o de exames causa um represamento de diagn�sticos e dados. Segundo o professor a pr�pria federa��o brasileira de ginecologia e obstetr�cia (Febrasgo) observou que durante a pandemia houve uma redu��o em praticamente 24% no n�mero de mamografias e bi�psias do colo uterino.

Ele explica tamb�m que no ano passado aproximadamente 83 mil pacientes desenvolveram c�ncer de mama sendo que deste total mais de 24 mil desconhecem a presen�a da doen�a. "Apenas agora come�am a chegar pacientes que n�o realizam sua preven��o desde 2019, est� tudo em atraso", aponta. 

Para Bicca, � imprescind�vel que a popula��o se conscientize da import�ncia da retomada dos exames preventivos para uma maior chance de cura.

"Precisamos retomar a preven��o imediatamente e tentar recuperar o tempo perdido, pois esses efeitos colaterais da pandemia devem ser minimizados. Sem exames preventivos n�o se faz o diagn�stico precoce que � imprescind�vel no tratamento e cura dos pacientes. Quando n�o temos diagn�stico precoce, a chance de cura do paciente cai e ele corre risco de morte, ou pode ser necess�rio um tratamento muito mais agressivo do que seria necess�rio, com perda da qualidade de vida, fertilidade entre outras mazelas", avalia.

Avan�o de testes gen�ticos na identifica��o de doen�as


Muitos tipos de c�ncer - mama, ov�rio, pr�stata, pele, c�rebro, leucemias, entre outros - poderiam ser diagnosticados mais cedo gra�as ao avan�o da tecnologia na sa�de, especialmente na �rea de testes gen�ticos, o que significa uma chance maior de cura. Al�m da parte oncol�gica, os exames de sequ�nciamento gen�tico de nova gera��o v�m permitindo a identifica��o preditiva de altera��es gen�ticas envolvidas em enfermidades como doen�as cognitivas, motoras ou at� mesmo dito como doen�as raras, que t�m baixa frequ�ncia na popula��o.

"O mapeamento � feito atrav�s da tecnologia de sequenciamento de nova gera��o. Nessa t�cnica, todo o material gen�tico do paciente - ou regi�es especificas - s�o sequenciadas. O que isso quer dizer? Cada base (c�digo) do material gen�tico desse paciente � lido e comparado com uma sequ�ncia de refer�ncia que seria 'saud�vel'. Se existem altera��es nas sequencias do paciente em compara��o com a sequ�ncia original, ali se encontra uma muta��o. Que pode ser uma muta��o que cause uma enfermidade ou n�o", explica Allan Munford, especialista em biologia molecular e gerente de marketing na Am�rica Latina para Diagn�sticos de Oncologia e precis�o da Qiagen.

Exames genéticos
Testes gen�ticos de nova gera��o podem antecipar e facilitar combate ao c�ncer e diversas outras doen�as cr�nicas (foto: Reprodu��o/Pixabay)
Ele lembra que atualmente, o sequenciamento gen�tico vem sendo utilizado para identificar predisposi��o do paciente a aceitabilidade e efic�cia de drogas farmacol�gicas. Ou seja, para que os pacientes tenham acesso a medicamentos que somente com a identifica��o de muta��es gen�ticas seriam habilitados para poderem utilizar.

De acordo com o Instituto Nacional do C�ncer (INCA), um a cada quatro casos de c�ncer de ov�rio e um a cada dez casos de c�ncer de mama est�o relacionados a altera��es gen�ticas heredit�rias. Isso evidencia a import�ncia do mapeamento gen�tico para um tratamento mais assertivo e, muitas vezes, menos agressivo.

Infelizmente, � uma realidade ainda distante na sa�de p�blica, mas j� presente no atendimento de planos privados da Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), ainda que dados evidenciem a maior possibilidade de cura, a economia com interna��es, medica��es e tratamento.

"Os motivos desse tipo de teste n�o estar amplamente dispon�vel na sa�de p�blica s�o muitos, mas principalmente devido ao seu alto custo, complexidade, falta de uni�o dos "stakeholders" com um objetivo comum e pouco interesse legislativo nessa pauta. J� tivemos movimentos legislativos que inclu�ram o sequenciamento gen�tico para c�ncer de mama/ov�rio preditivo no SUS, al�m das an�lises dos c�nceres tumorais. Por�m, ainda h� pouco movimento para a amplia��o desse tipo de teste para outros tipos de doen�as e para parcelas maiores da popula��o. Sem d�vidas que o acesso da popula��o a esses testes, apesar do custo a curto prazo para o sistema ser alto, reduziria muito os custos atrelados aos internamentos, cirurgias, quimioterapias e medica��es", avalia Munford.

O especialista celebra como uma grande conquista que os planos privados tenham adicionado o exame de Exoma aos pacientes. O procedimento faz um sequenciamento da maior parte dos genes de um paciente que pode conter uma altera��o gen�tica que gere uma enfermidade.

"O teste de Exoma pode ser acionado para casos diversos, entre eles o estudo de doen�as neurol�gicas como a epilepsia, investiga��o de um indiv�duo com suspeita de uma s�ndrome gen�tica, estudo das imunodefici�ncias, febres peri�dicas, dem�ncias heredit�rias, cardiomiopatias e outras doen�as card�acas gen�ticas. Atualmente o mesmo exame pelo SUS, apesar de ser um grande avan�o, s� est� autorizado para a investiga��o etiol�gica de defici�ncia intelectual de causa indeterminada", comenta.

Munford alerta ainda que a conscientiza��o da import�ncia dos testes gen�ticos e da biologia molecular est� atrelada a discuss�o e integra��o da pauta entre a popula��o, o poder p�blico e a comunidade m�dica. "Por mais abstrata que as tecnologias possam parecer para a popula��o e os governantes, seu poder de aux�lio da sociedade � inquestion�vel", argumenta.

"Sem d�vida que esse movimento dentro da classe � essencial para o estabelecimento de dossi�s que possam ser utilizados para a implementa��o desses exames dentro do SUS. Por�m, a sensibiliza��o da classe pol�tica se torna imprescind�vel para que os movimentos das classes m�dicas gerem mudan�as reais e duradouras", finaliza.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)