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Estado de Minas CUIDADOS B�SICOS

Duas em cada tr�s mortes de beb�s poderiam ser evitadas no Brasil

Estudo indica que dois a cada tr�s �bitos de beb�s de at� 1 ano no Brasil poderia ser evitado com vacina��o, amamenta��o e acesso � aten��o b�sica de sa�de


06/05/2022 16:09

Bebê amamentando
Amamenta��o, vacina��o e acesso � aten��o b�sica de sa�de s�o pilares para combate � mortalidade infantil (foto: Elza Fiuza/Ag�ncia Brasil)
O Brasil registra por ano 22,9 mil mortes de beb�s de at� 1 ano que poderiam ser evitadas se houvesse tratamento para doen�as como diarreia. O risco aumenta com a queda da cobertura vacinal. Os dados s�o do Observat�rio de Sa�de na Inf�ncia (Observa Inf�ncia) que fez uma m�dia dos n�meros registrados entre os anos de 2018 a 2020.

A avalia��o indica que duas em cada tr�s mortes de beb�s desta faixa et�ria poderiam ser evitadas no pa�s com a��es como vacina��o, amamenta��o e acesso � aten��o b�sica de sa�de.

A pesquisadora do Observa Inf�ncia Patricia Boccolini lembrou que, em 2019, o Brasil perdeu o selo de erradica��o de sarampo, por causa da queda na cobertura vacinal, inclusive para outras doen�as. "A gente vem observando o aumento no n�mero de casos, muitos deles evoluem para hospitaliza��o", disse em entrevista � EBC.

Patricia, que � vinculada ao N�cleo de Informa��o, Pol�ticas P�blicas e Inclus�o (Nippis), informou que, no per�odo de tr�s anos, foram contabilizadas mais de 1,6 mil interna��es decorrentes de sarampo, n�mero que n�o era registrado desde o in�cio dos anos 2000. Em igual per�odo, foram 26 �bitos de crian�as abaixo de 5 anos por causa da doen�a. "A gente j� estava h� anos sem ter uma morte sequer por sarampo no Brasil", completou.

O estudo do Observa Inf�ncia, que identifica as causas de mortes evit�veis entre os beb�s, utilizou o cruzamento de grandes bases de dados pr�prias, do Programa Nacional de Imuniza��o (PNI) e do Sistema de Informa��o sobre Mortalidade, ambos do Minist�rio da Sa�de.

"Nosso trabalho � perguntar a essas bases aquilo que a sociedade n�o pode ignorar: o que mata as nossas crian�as? O que podemos fazer para evitar essas mortes?", destacou Patr�cia.

Imuniza��o

O observat�rio procurou ainda avaliar a vacina��o de crian�as abaixo de 5 anos. Segundo a pesquisadora, foram analisadas informa��es de cada um dos mais de 5,5 mil munic�pios brasileiros e foi poss�vel concluir que h� muita desigualdade na cobertura vacinal do pa�s. "Essa desigualdade est� relacionada, principalmente, com o acesso � aten��o b�sica. Onde a aten��o b�sica n�o chega, a queda da cobertura vacinal � mais acentuada", apontou.

"� medida que a cobertura vacinal vem caindo nos �ltimos anos, onde tem uma melhor estrutura de aten��o prim�ria, esse n�mero cai menos, ou seja, como � fundamental a aten��o prim�ria de sa�de para manter a cobertura vacinal", completou o pesquisador do Laborat�rio de Informa��o em Sa�de do Instituto de Comunica��o e Informa��o Cient�fica e Tecnol�gica em Sa�de (Icict/Fiocruz) da Fiocruz, Cristiano Boccolini, que tamb�m participa do estudo.

O pesquisador acrescentou que mais da metade dos beb�s mortos por ano poderiam ter sido salvos por um pr�-natal adequado e uma boa aten��o das gestantes no p�s-parto. Cristiano defendeu ainda o fortalecimento de pol�ticas p�blicas para promover a amamenta��o na primeira hora de vida e o aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses, porque h� uma rela��o direta com a preven��o de grande parte dos �bitos infantis.

"No estudo que eu fui coordenador, do Instituto Nacional de Alimenta��o e Nutri��o Infantil, a gente observou que 62% das m�es conseguem alimentar os seus filhos na primeira hora de vida em 2019. Isso est� aqu�m dos 80% que a OMS [Organiza��o Mundial de Sa�de] recomenda", revelou o pesquisador.

Cristiano Boccolini destacou ainda a quest�o das propagandas que exaltam f�rmulas que substituem o aleitamento materno.

"A gente tem uns gargalos que acontecem. Primeiro que tem um consumo excessivo de f�rmulas infantis. A gente tem a ind�stria convencendo os m�dicos e as fam�lias a usarem f�rmulas infantis, ao inv�s, de amamentarem os seus beb�s. Aquelas m�es que conseguem manter o aleitamento, tem um segundo gargalo que � a licen�a maternidade que hoje est� em quatro meses. As empresas do governo federal e alguns governos estaduais adotam o conceito de empresa cidad� que estende a licen�a maternidade por seis meses, mas a pessoa precisa estar em trabalho formal, o que n�o � o caso da maioria das m�es", disse, destacando a import�ncia do fortalecimento da rede de apoio �s m�es na aten��o prim�ria.

Diarreia e pneumonia

O trabalho indicou tamb�m que, entre 2018 e 2020, o Rio de Janeiro foi o munic�pio brasileiro com maior n�mero absoluto de �bitos (20) por diarreia entre beb�s de at� 1 ano, seguido de Bel�m (19), Manaus (14); e Fortaleza e S�o Paulo (13). Na mesma faixa et�ria, a capital fluminense ficou em segundo lugar (62) entre os munic�pios com maior n�mero absoluto de mortes por pneumonia, atr�s apenas de S�o Paulo (99). "Com a amplia��o dessa Aten��o B�sica � Sa�de a gente conseguiria reduzir bastante essas mortes", afirmou o pesquisador.

"A gente est� na semana de campanha do sarampo e � importante frisar que os pais levem as crian�as para vacinar. A gente est� vindo de anos sucessivos de queda e precisa resgatar. A campanha � um bom momento para lembrar que quem tomou a primeira dose precisa tomar a segunda. Quem n�o tomou nenhuma j� toma a primeira. � importante conscientizar a popula��o neste sentido", alertou a pesquisadora.

Observa Inf�ncia

De acordo com a Fiocruz, o Observat�rio de Sa�de na Inf�ncia "� uma iniciativa de divulga��o cient�fica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informa��es sobre a sa�de de crian�as de at� 5 anos". A inten��o � ampliar o acesso � informa��o qualificada e facilitar a compreens�o sobre dados obtidos junto a sistemas de informa��o nacionais.

O observat�rio re�ne pesquisadores da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universit�rio Arthur de S� Earp Neto (Unifase) da Faculdade de Medicina de Petr�polis, com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq) e da Funda��o Bill e Melinda Gates.


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