
O fundo do mar sempre foi fonte de incont�veis aventuras. Sejam elas protagonizadas por adultos ou jovens, na literatura ou na m�sica, misturando personagens reais a desenhos animados e fic��o e realidade.
“Vinte mil l�guas submarinas”, de J�lio Verne, “Yellow submarine”, dos Beatles, e “Procurando Nemo”, da Pixar, s�o exemplos das mais variadas formas de como as profundezas do oceano podem ser descritas. Para uma crian�a ou um adolescente, o mergulho pode ser encarado como uma ferramenta m�gica, de descoberta, inclus�o e desenvolvimento.
Se por um lado o mergulho trabalha a concentra��o, a responsabilidade e a seguran�a com equipamentos e processos, por outro o esporte aqu�tico desperta curiosidade, criatividade, traz divers�o e tranqui- lidade em fam�lia, ajudando na sa�de mental e aliviando o estresse infantil.
A fisioterapeuta Let�cia Tertuliano Melo, de 41 anos, conta que enfrentou um pouco de resist�ncia no in�cio quando prop�s ao filho Guilherme, de 14, fazer o curso. No entanto, bastou pouco tempo para o jogo virar e o jovem se encantar com o mergulho.
“Tenho amigos mergulhadores, mas nunca tinha pensado em fazer. O Guilherme tem uma habilidade e familiaridade muito grandes com a �gua e me ocorreu que poder�amos fazer essa atividade conjunta, tirar ele um pouco do universo de adolescente, on-line. Foi com muita resist�ncia, mas se apaixonou e j� fizemos quatro mergulhos”, relata.
“No in�cio n�o estava muito a fim, mas queria experimentar coisas novas e tamb�m para n�o ficar s� em casa. Quando fui l� e fomos para a piscina, foi das me- lhores coisas. Depois, poder ver o fundo do mar foi maravilhoso. N�o pensei que seria, na primei- ra vez em que a gente entra e sempre ficamos um pouco nervosos, mas depois que se acostuma � muito bonito. Ver os pei -xes, tartarugas e todas as coisas que de cima voc� n�o v� t�o bem”, explica Guilherme. Ele fez o curso b�sico – Junior Open Water – em janeiro, na Mar A Mar, em Belo Horizonte, e terminou o curso avan�ado neste m�s.
“Vou continuar mergulhando. Quem sabe depois de um tempo saia para mergulhos mais profundos, tenho vontade”, projeta Guilherme. Para Let�cia, o mergulho � muito mais que um novo hobby para ela e o filho. “O mergulho trabalha a responsabilidade consigo mesmo, a ter um sono bom, alimenta��o, responsabilidade com o equipamento, limpar e zelar por ele, cuidar do outro, da dupla, estar atento ao outro, ao grupo e ao instrutor”, define.
Segundo Carlan Lucas, coordenador de treinamento da escola, o curso � feito entre adultos, geralmente os pais, al�m dos irm�os. “Mas j� houve casos de crian�as combinarem e participarem de aulas juntas.”
Exceto pelos equipamentos de uso pessoal (m�scara, snorkel, nadadeiras), a escola oferece cilindro, roupa, colete e regulador.
Os alunos aprendem t�cnicas de respira��o, manuseio de equipamentos, deslocamento subaqu�tico, coordena��o motora, procedimentos de seguran�a, controle emocional e a se comunicar debaixo da �gua.
O curso se divide em aulas te�ricas e pr�ticas e pode ser feito de segunda a sexta-feira ou em uma modalidade intensiva, no final de semana.

Curso tem aulas te�ricas e pr�ticas
Segundo Carlan Lucas, coordenador de treinamento da escola, o curso � feito entre adultos, geralmente os pais, al�m dos irm�os. “Mas j� houve casos de crian�as combinarem e participarem de aulas juntas.”
Exceto pelos equipamentos de uso pessoal (m�scara, snorkel, nadadeiras), a escola oferece todos os equipamentos de mergulho aut�nomo (cilindro, roupa, colete, regulador).
O curso se divide em aulas te�ricas e pr�ticas e pode ser feito de segunda a sexta-feira ou em uma modalidade intensiva, no final de semana. Os alunos aprendem t�cnicas de respira��o, manuseio de equipamentos, deslocamento subaqu�tico, coordena��o motora, procedimentos de seguran�a, controle emocional e a se comunicar debaixo da �gua.
O instrutor lembra que cuidar da natureza entra na lista dos benef�cios do mergulho para as crian�as e adolescentes. “Eles tamb�m s�o instru�dos a, quando estiverem no mar, n�o encostar nos corais, a n�o tocar na vida marinha e ter responsabilidade com o meio ambiente”, exemplifica Carlan Lucas, ressaltando o desenvolvimento pessoal de cada aluno. “H� a supera��o de limites e o controle do estresse”, aponta.
Let�cia, de 12 anos, � filha do engenheiro mineiro Adriano Saraiva, de 47, e radicado no Rio de Janeiro h� cerca de 20 anos. Ela conta que a �nica dificuldade que teve foi equalizar os ouvidos - mergulhadores precisam saber controlar a press�o para manter a sa�de dos ouvidos e poder praticar o exerc�cio sem dor ou desconforto. “Num dia no curso tive um pouco de dor de cabe�a por isso. Mas agora est� mais tranquilo, �s vezes demora um pouquinho (para equalizar), mas d� para fazer e � super legal”, diz a jovem.
“Ela mergulha bem, fica super tranquila, tem uma flutuabilidade boa. No mergulho, tem que estar calmo para caso aconte�a qualquer adversidade, voc� possa agir com calma”, comenta o pai de Let�cia.
Adriano ainda brincou que teve que esperar quase 50 mergulhos para conseguir ver tubar�es, um sonho de iniciante. J� Let�cia viu os animais em seus primeiros mergulhos, quando foram para Fernando de Noronha, no in�cio deste ano. A dupla agora j� pensa em aventuras maiores e mais profundas para o futuro.
Tudo em fam�lia
O comerciante Cl�udio Rodrigues Barros de Abreu, de 47 anos, e a designer de interiores �rika Rosenberg de Abreu, de 42, fazem parte de uma fam�lia de mergulhadores. Ele pratica a atividade esportiva h� 25 anos e a esposa iniciou nesse mundo h� 10. “Ela tinha fobia de �gua. Me acompanhava, mas dizia que nunca ia fazer. Hoje, ela fala que se arrepende de n�o ter feito antes”, revela.

Os dois filhos do casal, Bryan, de 18 anos, e Kevin, de 12, cresceram envolvidos com o fasc�nio trazido pela experi�ncia do mergulho. Para eles, conta o pai, foi extremamente natural o interesse e a pr�tica. “Os meninos sempre nos acompanhavam nas viagens. O Kevin nos ajuda desde os sete a sair da �gua, pegando equipamentos e tudo mais. Com 10 anos, ele fez o curso na Mar A Mar e j� mergulha conosco constantemente”, detalha. “Como ele j� participava e sonhava com aquilo, na primeira vez ele j� nadou como um peixe.”
Cl�udio ressalta que, al�m de todo o aprendizado e desenvolvimento das crian�as, o mergulho � um prazer entre a fam�lia. “Em julho, vamos para Nassau, nas Bahamas, de f�rias. A aproxima��o com a fam�lia � o ponto chave. Perdemos os filhos para videogame e para a adolesc�ncia, o que � natural. Mas quando dizemos mergulho, a uni�o volta e passamos 15 dias juntos tomando caf�, conversando, mergulhando e fazendo tudo juntos. � o nosso melhor tempo”, define o pai.