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Estado de Minas ENDEMIA

Var�ola dos macacos: qual a diferen�a da doen�a para a var�ola humana, erradicada h� 40 anos

A var�ola humana e a var�ola do macaco compartilham praticamente o mesmo nome, mas elas t�m diferen�as grandes


23/05/2022 08:01 - atualizado 24/05/2022 00:37


Lesiones ocasionadas por la viruela.
(foto: Getty Images)

O surgimento de v�rios surtos de var�ola dos macacos nos Estados Unidos, Canad�, Austr�lia e v�rios pa�ses da Europa trouxe � mem�ria da humanidade a terr�vel doen�a que durante s�culos arrasou vidas.

A var�ola � uma das doen�as mais mortais que j� existiu, e estudos sobre m�mias eg�pcias sugerem que ela pode estar circulando entre n�s h� pelo menos 3 mil anos.

 

 

 

S� no s�culo 20, calcula-se que a var�ola matou cerca de 300 milh�es de pessoas.

Felizmente, a var�ola se tornou a primeira doen�a erradicada da hist�ria h� mais de 40 anos, quando a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) certificou seu fim em 1980, ap�s uma bem-sucedida campanha de vacina��o global.

Agora, a var�ola dos macacos est� causando o maior surto da doen�a j� visto na Europa. Cientistas est�o investigando o que est� acontecendo.

No momento, as autoridades m�dicas afirmam que as chances de uma transmiss�o descontrolada s�o baixas e apontam que sua letalidade est� longe daquela causada pela var�ola humana.

Especialistas apontam que a var�ola dos macacos � muito mais branda e menos contagiosa do que a vers�o humana da doen�a.

A seguir, entenda as diferen�as entre os dois v�rus, que pertencem � mesma fam�lia de Orthopoxvirus:

Mortalidade

Qu�o mortal � a var�ola dos macacos?

Essa � a principal pergunta que muitos se fazem ao ouvir falar de uma doen�a desconhecida. Especialmente se ela compartilha o nome com uma das mais mort�feras da hist�ria.

"Felizmente, a var�ola dos macacos � muito mais branda do que a vers�o humana da var�ola", explica Ra�l Rivas Gonz�lez, professor de microbiologia da Universidade de Salamanca, na Espanha, � BBC News Mundo (servi�o de not�cias em espanhol da BBC).


Um cartaz sobre a varíola
(foto: Getty Images)

A var�ola humana tinha duas vers�es: var�ola maior e var�ola menor. A maior era a mais mort�fera — com mortalidade em 30% dos casos de infec��o. A menor causava doen�as mais leves e raramente levava � morte.

Algo parecido acontece com a var�ola dos macacos, embora com taxas de mortalidade mais baixas. Existem duas vers�es: da �frica Ocidental e da �frica Central.

"A da �frica Ocidental � a mais branda, com mortalidade entre 1% e 10%, e parece ser a que est� causando o surto na Europa", diz Rivas. "A da �frica Central, por outro lado, � mais virulenta e perigosa e pode matar cerca de 20% dos infectados", acrescenta.

Jacob Lorenzo Morales, diretor do Instituto Universit�rio de Doen�as Tropicais e Sa�de P�blica das Ilhas Can�rias, na Espanha, explica que os n�veis mais altos de letalidade est�o concentrados em certas popula��es.

"Com base nos dados que vimos, a maior parte das mortes ocorre em �reas rurais muito pobres da �frica e, em geral, em muitas crian�as devido ao seu sistema imunol�gico menos desenvolvido", disse ele � BBC News Mundo.


Criança com varíola
A var�ola foi erradicada do mundo h� 40 anos (foto: Getty Images)

Transmiss�o

Ao contr�rio do coronav�rus ou at� mesmo da var�ola humana, em que o pat�geno � altamente transmiss�vel, a var�ola dos macacos � menos contagiosa.

"� um v�rus que transmite muito bem entre animais, mas quando ele passa de animal para humano, ele n�o tem alta capacidade de transmiss�o", diz Lorenzo Morales.

As autoridades m�dicas observam que ainda n�o h� muita informa��o sobre as poss�veis rotas de transmiss�o entre humanos nos surtos atuais.

At� onde se sabe agora, o v�rus � transmitido principalmente por meio de contatos pr�ximos e trocas de fluidos corporais. Muitos dos casos na Europa parecem estar ligados � transmiss�o sexual.


Campanha de vacinação no Benim em 1968
Uma campanha hist�rica de vacina��o, especialmente em �reas com menos recursos, conseguiu erradicar a var�ola humana em 1980 (foto: Getty Images)

Mas todas as vias poss�veis est�o sendo estudadas, como a transmiss�o indireta por meio de objetos contaminados e at� aeross�is.

"A var�ola erradicada era transmitida de forma semelhante, mas o cont�gio entre humanos era muito mais f�cil", lembra Lorenzo Morales, que n�o descarta que no futuro a var�ola possa se tornar mais eficiente na forma como � transmitida.

Ra�l Rivas explica que esta var�ola dos macacos � um v�rus bastante est�vel e que varia muito pouco. Mas Morales diz que "se trata de um pat�geno relativamente novo, que est� se acostumando a viver entre n�s, e que ainda n�o � especializado em se multiplicar e nos infectar".

A var�ola humana s� podia ser transmitida entre humanos. De acordo com os Centros de Controle e Preven��o de Doen�as dos EUA, n�o h� evid�ncias cient�ficas de que a var�ola possa ser transmitida por insetos ou outros animais.

A origem da var�ola � desconhecida. No caso da var�ola dos macacos, foi chamada assim porque foi descoberta em col�nias de macacos mantidas para pesquisa em 1958.

Sintomas

Em ambas as doen�as, o quadro cl�nico come�a de forma semelhante, embora seja um pouco mais suave na var�ola dos macacos.

"Como na maioria das infec��es, elas come�am com febre e tamb�m � comum ter desconforto corporal, fadiga, dores musculares e dor de garganta", descreve Rivas.


Visão microscópica do vírus que causa a varíola
Vis�o microsc�pica do v�rus que causa a var�ola (foto: Getty Images)

Al�m disso, em ambas as doen�as tamb�m se desenvolvem as inconfund�veis p�stulas cut�neas (bolinhas na pele), que podem deixar cicatrizes vis�veis na pele dos pacientes.

"Com o passar dos dias, a var�ola do macaco costuma inchar os g�nglios linf�ticos, tanto cervicais, maxilares, axilares e na virilha. Isso n�o aconteceu com a var�ola humana", diz Rivas.

O per�odo de incuba��o da var�ola dos macacos � geralmente de 7 a 14 dias, mas pode variar entre 5 e 21 dias.

No caso da var�ola, a incuba��o pode durar entre 7 e 19 dias, embora a dura��o m�dia tenha sido entre 10 e 14 dias.

Tratamento

A var�ola foi erradicada gra�as a uma campanha hist�rica de vacina��o que p�s fim a milhares de anos de mortes causadas pelo pat�geno.

Como o v�rus da var�ola do macaco tem rela��o com a var�ola humana, a vacina contra a var�ola tamb�m se mostrou eficaz para ambas as doen�as.

Nesse caso, as pessoas com mais de 55 anos que foram vacinadas contra a var�ola humana antes de sua erradica��o podem ter uma imunidade consider�vel contra a var�ola dos macacos.


Edward Jenner.
Os estudos do ingl�s Edward Jenner no s�culo 18 foram fundamentais para o desenvolvimento da vacina contra a var�ola (foto: Getty Images)

Os tratamentos dispon�veis s�o principalmente paliativos para os sintomas. Lorenzo Morales diz n�o haver tratamento espec�fico para a doen�a.

"Por se tratar de um pat�geno que tem afetado principalmente a �frica e n�o os pa�ses desenvolvidos, n�o se investe o suficiente na busca de tratamentos", diz ele.

No entanto, h� uma diferen�a muito grande entre a var�ola dos macacos e a que foi erradicada: o avan�o da ci�ncia e do conhecimento nos �ltimos anos.

Por centenas de anos, a var�ola arrasou vidas sem que a humanidade entendesse o que estava acontecendo.

"Essa var�ola dos macacos � uma doen�a que conhecemos bem. Talvez para o p�blico em geral ela seja algo novo, mas ela foi descoberta em 1958. Tamb�m � bem estudada porque � muito parecida com a var�ola humana", diz Rivas.

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