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Estado de Minas

Vinho no combate � depress�o

Em experimento com ratos, composto da bebida reduz a a��o de uma enzima ligada ao transtorno. O resultado abre espa�o para desenvolvimento de uma nova frente de terapia


postado em 10/08/2019 04:00


O resveratrol, subst�ncia presente na pele e na semente das uvas, j� se mostrou ben�fica � sa�de de diversas formas. Por isso, � um dos alvos favoritos de cientistas em suas an�lises. Em estudo recente, uma equipe dos Estados Unidos identificou que a mol�cula, tamb�m encontrada em grande quantidade no vinho tinto, age como poderoso inibidor de uma enzima relacionada � depress�o. Os dados foram publicados, no �ltimo dia 26, na revista especializada Neuropharmacology e, segundo os autores, poder�o contribuir para terapias mais eficazes de combate � doen�a.

Embora pesquisas anteriores tenham mostrado que o resveratrol tem efeitos antidepressivos, a rela��o do composto com a fosfodiesterase 4 (PDE4), uma enzima influenciada pelo horm�nio do estresse corticosterona, ainda era desconhecida. “A corticosterona regula a resposta do corpo ao estresse. Demasiado estresse, no entanto, pode levar a quantidades excessivas do horm�nio que circula no c�rebro e, em �ltima an�lise, ao desenvolvimento de depress�o ou de outros dist�rbios mentais”, resume Ying Xu, professora associada de pesquisa na Faculdade de Farm�cia e Ci�ncias Farmac�uticas da Universidade de Buffalo e principal autora do estudo cient�fico.

Os cientistas explicam que rela��es fisiol�gicas ainda desconhecidas tornam a terapia medicamentosa para a depress�o complexa. “Os antidepressivos atuais se concentram na fun��o da serotonina ou da noradrenalina no c�rebro, mas apenas um ter�o dos pacientes com depress�o entram em remiss�o completa em resposta a esses medicamentos”, frisa a autora.

A rela��o entre a PDE4 e o resveratrol foi analisada em estudo com ratos. Ying Xu e sua equipe observaram que a mol�cula presente na uva reduz a a��o da enzima, o que diminuiu a a��o do monofosfato de adenosina c�clico – uma mol�cula mensageira, que sinaliza mudan�as fisiol�gicas, como divis�o celular, altera��o, migra��o e morte – no corpo, levando a altera��es f�sicas no c�rebro. “O resveratrol exibiu efeitos neuroprotetores contra o horm�nio corticosterona inibindo a express�o de PDE4”, frisa a l�der do estudo. “Dessa forma, a pesquisa estabelece as bases para o uso do composto em novos antidepressivos”, complementa.

INFLAMA��O 

Para o psiquiatra Jo�o Armando, o estudo mostra dados interessantes sobre mecanismos relacionados � depress�o que t�m se tornado alvo constante de estudos cient�ficos. “� muito valioso encontrar uma subst�ncia que consiga agir na inflama��o, pois, cada vez mais, temos visto estudos que se voltam em busca de estrat�gias que combatam essa a��o. � uma tend�ncia em pesquisas”, frisa. Pesquisas recentes apontam que inflama��es, muitas delas provocadas pelo estresse, podem alterar a produ��o do horm�nio dopamina e, dessa forma, influenciar a depress�o.

Apesar disso, o m�dico ressalta que � necess�rio ter muito cuidado com o tema, j� que o consumo de bebidas alco�licas em excesso pode aumentar os riscos da doen�a. “� algo semelhante ao que vemos com a maconha. Sabemos que o canabidiol tem algumas propriedades terap�uticas, mas o uso da maconha pode causar danos. Uma das subst�ncias presentes � positiva, mas existem muitas outras que podem ser danosas. O consumo de �lcool em excesso � um dos fatores relacionados � depress�o”, alerta.

Para Jo�o Armando, o ideal � encontrar uma forma de consumir o composto resveratrol de maneira isolada. “Caso os dados se confirmem, uma das alternativas seria us�-lo como uma suplementa��o, algo extra. Por�m, � preciso ressaltar que esse estudo est� em uma fase muito inicial. Precisamos ter os mesmos resultados em pesquisas feitas com humanos”, ressalta.

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Para card�acos e astronautas

Estudo publicado na revista especializada Frontiers in Physiology mostra que o resveratrol pode ajudar a rotina dos astronautas. O uso da subst�ncia auxiliou na preserva��o da massa �ssea e muscular de ratos, durante experimento que simulou a microgravidade dos voos espaciais. Os cientistas norte-americanos acreditam que uma dose di�ria do composto pode ajudar a reduzir a falta de condicionamento muscular dos viajantes espaciais. Em pesquisas mais antigas, esse composto se mostrou eficaz na diminui��o dos n�veis de lip�dios no soro sangu�neo e na agrega��o plaquet�ria, auxiliando na sa�de card�aca. Ele tamb�m � um importante agente preventivo do c�ncer, devido � a��o antioxidante. Especialistas defendem que o composto fa�a parte da dieta pela ingest�o de frutas vermelhas e oleaginosas. 


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