(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CI�NCIA

Efeitos da COVID-19 podem durar at� tr�s meses, mostra estudo de Oxford

Estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostra que problemas provocados ap�s infec��o podem persistir por pelo menos tr�s meses ap�s a alta


20/10/2020 12:07 - atualizado 20/10/2020 12:17

(foto: AFP / OSCAR DEL POZO)
(foto: AFP / OSCAR DEL POZO)
Os efeitos provocados pela COVID-19 no organismo humano podem se estender por, pelo menos, tr�s meses ap�s a infec��o, segundo mostra um estudo brit�nico. Os pesquisadores acompanharam um grupo de mais de 50 pacientes depois de eles terem recebido alta hospitalar e observaram que a maioria do grupo apresentou problemas como falta de ar, fadiga, ansiedade e depress�o, al�m de anormalidades em �rg�os, como pulm�es e rins.

Os especialistas acreditam que uma inflama��o persistente pode ser a explica��o para esse quadro cl�nico. Os dados foram apresentados em um estudo publicado no reposit�rio on-line de pesquisas cient�ficas Medrxiv, e ainda n�o foram submetidos � revis�o.

Na pesquisa, os cientistas acompanharam a evolu��o de 58 pacientes com COVID-19, que apresentaram quadros cl�nicos de moderado a grave e precisaram ser hospitalizados. Todos testaram positivo para o exame PCR e foram internados no Hospital da Universidade de Oxford (OUH, em ingl�s), entre mar�o e maio de 2020.

Os especialistas inclu�ram no estudo dados de 30 pessoas sem a enfermidade (grupo controle). Todos os analisados foram submetidos � resson�ncia magn�tica (MRI, em ingl�s) do c�rebro, pulm�es, cora��o, f�gado e rins, al�m de um exame de espirometria, que avalia a fun��o pulmonar, um teste de caminhada de seis minutos e uma an�lise cardiopulmonar de exerc�cio.

Altera��es

Os pesquisadores observaram que dois a tr�s meses ap�s o in�cio da doen�a, 64% dos pacientes experimentaram falta de ar persistente e 55% reclamaram de fadiga significativa. Na resson�ncia magn�tica, anormalidades de tecidos foram observadas nos pulm�es de 60% dos pacientes com COVID-19; nos rins, em 29%, nos cora��es, em 26%; e nos f�gados, em 10%. “Anormalidades de �rg�os foram registradas mesmo em pacientes que n�o estavam gravemente enfermos ao serem admitidos no hospital”, destacou Betty Raman, l�der do estudo e pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em um comunicado emitido pela institui��o de ensino.

A resson�ncia magn�tica tamb�m detectou mudan�as nos tecidos em algumas �reas cerebrais, e pacientes demonstraram comprometimento do desempenho cognitivo. O n�vel de resist�ncia dos analisados durante a realiza��o de exerc�cios f�sicos foi reduzido significativamente, segundo os pesquisadores.

“Nosso estudo avaliou pacientes em recupera��o da covid-19 ap�s hospitaliza��o, dois a tr�s meses ap�s o in�cio da doen�a. Embora tenhamos encontrado anormalidades em m�ltiplos �rg�os, � dif�cil saber quanto disso era preexistente e quanto foi causado pela covid-19”, admitiu Raman.

Mesmo sem ter comprova��es de que o novo coronav�rus foi a causa principal dos danos que os pacientes apresentaram no estudo, os pesquisadores assinalaram ter encontrado ind�cios que corroboram essa hip�tese. “� interessante ver que as anormalidades detectadas na resson�ncia magn�tica e as dificuldades dos pacientes na realiza��o dos exerc�cios est�o fortemente correlacionadas com marcadores de inflama��o vistos em nossas an�lises. Isso sugere uma liga��o potencial entre inflama��o cr�nica e dano cont�nuo a �rg�os entre os sobreviventes”, observou a principal autora do estudo.

Os participantes da pesquisa tamb�m passaram por avalia��es de qualidade de vida, sa�de cognitiva e mental. Os pesquisadores constataram que os pacientes eram mais propensos a relatar sintomas de ansiedade e depress�o, o que gerou um preju�zo significativo na qualidade de vida em compara��o com os participantes do grupo controle.

Tratamento

Para os autores do estudo, os dados mostram o poder da covid-19 em diferentes aspectos e precisam ser considerados para aprimorar o tratamento da enfermidade. “Essas descobertas ressaltam a necessidade de explorar ainda mais os processos fisiol�gicos associados � COVID-19 e de desenvolver um modelo hol�stico e integrado de atendimento cl�nico para nossos pacientes ap�s terem recebido alta do hospital”, enfatizou Betty Raman.

Para Ekaterini Sim�es Goudouris, imunologista e diretora da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a mensagem principal do estudo � a de que a covid-19 representa um problema de sa�de complexo, com muitas complica��es que podem permanecer por um longo per�odo, o que exige um cuidado ainda maior da popula��o. “Vemos o quanto os problemas produzidos por essa infec��o podem se arrastar. E isso refor�a o que temos dito frequentemente, que n�o � s� ter respirador para atender o paciente. Os efeitos provocados pelo novo coronav�rus s�o muito amplos e podem perdurar, como ocorre em outras enfermidades graves. O recado mais importante dessa pesquisa � evitar sofrer com essa doen�a”, disse a especialista brasileira.

Na avalia��o da m�dica, um dos problemas do estudo � que o grupo de controle utilizado pelos cientistas deveria ter apresentado problemas de sa�de semelhantes � COVID-19. “Seria muito melhor se eles tivessem usado pacientes que foram internados em UTI tamb�m, e que apresentassem problemas de sa�de em sistemas afetados pela covid-19. Dessa forma, poder�amos ver o tempo e o grau de danos de quem sofreu um problema card�aco ou uma pneumonia, por exemplo, e comparar com os casos do novo coronav�rus. Seria algo mais confi�vel”, opinou.

Ekaterina Goudori disse acreditar que pesquisas futuras, que deem foco � dura��o dos sintomas de forma individualizada, podem gerar informa��es ainda mais consistentes. “Nos casos de depress�o e ansiedade, por exemplo, seria interessante usar pacientes que passaram muito tempo em um hospital, e que apresentam um maior risco de sofrer com esses problemas. Os dados relativos a sa�de mental s�o os mais interessantes, e merecem uma an�lise mais apurada”, completou.

Sputnik V no Brasil em dezembro
(foto: Natalia Kolesnikova/AFP)
(foto: Natalia Kolesnikova/AFP)

A tecnologia necess�ria para produ��o em larga escala da vacina Sputnik V, que est� na fase tr�s de testes, come�a a chegar ao Brasil em dezembro, anunciou, ontem, Kirill Dmitriev, CEO do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em ingl�s). Para a fabrica��o, � necess�ria pr�via aprova��o pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), tanto dos ensaios cl�nicos quanto do pr�prio imunizante. O governo da Bahia comprou 50 milh�es de doses da Sputnik V, enquanto o do Paran� fez um acordo para transfer�ncia de tecnologia.

Kirill Dmitriev informou, tamb�m, durante coletiva de imprensa, que a vacina ser� avaliada em mais pa�ses da Am�rica Latina. Segundo ele, mais de 1,2 bilh�o de doses ser�o produzidas. Desse total, cerca de 230 milh�es t�m como destino pa�ses como M�xico, Argentina, Peru e Brasil.

Pelo controle da RDIF, mais de 16 mil pessoas j� foram vacinadas nessa fase final de testes cl�nicos da Sputnik V. Os desenvolvedores da f�rmula imunizante pretendem ampliar esse n�mero para 40 mil. Para isso, incluir�o an�lises feitas em mais pa�ses da regi�o que sofrem com a pandemia.

Entrega

“Temos conversas sobre ensaios cl�nicos no Brasil, e vamos divulgar, futuramente, mais detalhes de acordos feitos com M�xico, Peru e Argentina, entre outros. Acreditamos que, at� o fim do ano, conseguiremos entregar as doses para esses parceiros”, explicou o CEO do fundo soberano russo. “Queremos tamb�m que esses pa�ses produzam a vacina. Isso � muito importante, pois acreditamos que o mundo precisar� de mais de uma vacina para acabar com essa pandemia”, acrescentou.

A Sputnik V foi desenvolvida com base em dois adenov�rus (pat�genos que causam doen�as comuns, como a gripe), e n�o mostrou efeitos colaterais graves at� agora, conforme os relatos do fundo russo. Os desenvolvedores da vacina refor�am que, caso problemas adversos severos ocorram, os testes ser�o suspensos.

“Assim como aconteceu com a vacina da Universidade de Oxford, por exemplo, n�s faremos (paralisa��o dos testes). Nossos protocolos s�o os mesmos. At� agora, s� tivemos registros de febre ap�s a aplica��o”, informou Denis Logunov, diretor-adjunto do Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya, durante a coletiva.

Os pesquisadores assinalam que ainda n�o � poss�vel definir a dura��o da prote��o gerada pela Sputnik V, mas creem que o per�odo n�o ser� curto. “Outras vacinas criadas com base em adenov�rus conseguiram manter uma prote��o de um a dois anos. O mesmo deve ocorrer com a vacina para o novo coronav�rus”, estimou Logunov. “Acreditamos que podem ocorrer diferen�as quanto � faixa et�ria das pessoas que forem vacinadas. Por esse motivo, vamos fazer mais testes com pessoas mais velhas, acima de 60 anos”, detalhou o cientista.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)