As a��es ser�o desenvolvidas no Centro de Excel�ncia em Agricultura Exponencial (Ceagre), no Parque Tecnol�gico do IF Goiano. Elas ser�o aplicadas em parte de uma propriedade rural, que ser� a “fazenda modelo”. Integrante do Ceia, o professor Anderson Soares explicou que a tecnologia passar� por “prova de conceito”, que � que a aplica��o pr�tica de um conceito te�rico.
Soares ressaltou que a rede 5G, por si s�, n�o faz nada. � a� que entram as tecnologias estudadas no Ceagre, com a atua��o do Ceia. “Com o 5G, vamos demonstrar algumas solu��es pass�veis de implementa��o no campo, e continuar desenvolvendo solu��es a partir da possibilidade de se ter esse tipo de tecnologia no agroneg�cio”, explicou. Equipamentos como o drone e o smart rover (veja no quadro) ser�o usados para mostrar a viabilidade tecnol�gica do 5G, tendo como cen�rio uma planta��o de soja na fazenda modelo.
O professor ressalta que, sem o 5G, n�o seria poss�vel desenvolver o que ser� feito no munic�pio. Com a rede, � poss�vel acompanhar tudo em tempo real, sem lat�ncia, ou seja, sem atrasos no recebimento da informa��o, para dar o comando do que deve ser feito. “Sem o 5G, � como se voc� estivesse dirigindo um carro, visse um sem�foro, mas n�o recebesse a informa��o do que tem que fazer — se � para pisar no freio ou acelerar”, comparou.
Pr�-reitor de pesquisa, p�s-gradua��o e inova��o do IF Goiano, Alan Carlos da Costa afirmou que a ideia do centro � levar tecnologias digitais ao agroneg�cio. Ele ressalta que, com as tecnologias das duas institui��es de ensino e o 5G, ser� poss�vel obter imagens e process�-las, tendo a avalia��o pontual das plantas e a resposta que precisa ser dada (como aplica��o de agrot�xico, por exemplo). “O 5G vai possibilitar informa��o em tempo real, facilitando o diagn�stico de problemas e a tomada de a��o necess�ria”, disse.
Diretor de marketing da Huawei, Tiago Fontes ressalta que al�m de permitir a agricultura de precis�o, as aplica��es do 5G favorecem a automa��o do campo. “Voc� tem v�rios tratores com tecnologia mais avan�ada do que carros. O que eles precisam � de conectividade”, ressaltou. De acordo com ele, a empresa tem algumas experi�ncias do 5G em �rea rural na China e na Su��a. “A gente traz nossa experi�ncia ao Brasil para ajudar na agricultura do pa�s”, pontuou.
O secret�rio-geral da Governadoria (SGG) de Goi�s, Adriano Lima, frisa a import�ncia das tecnologias desenvolvidas pelos institutos de ensino no estado. “O 5G sozinho � uma tecnologia de conex�o. O que faz a diferen�a � o conjunto, o processamento da informa��o”, explicou. Ele estima que as tecnologias, como intelig�ncia artificial para aplica��o de pesticidas, possibilitar�o uma redu��o de 90% a 95% no gasto no controle de praga por hectare.
Seguran�a
No quesito seguran�a dos dados, o desenvolvimento da tecnologia 5G no pa�s tem diversas cr�ticas. Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente de Jair Bolsonaro, acusou a China de espionagem por meio do 5G. Nesta semana, o Reino Unido baniu a instala��o de novos equipamentos da Huawei na rede 5G.
Sobre isso, Tiago Fontes garante que a rede m�vel � segura. “Sempre que h� o desenvolvimento de uma tecnologia disruptiva, gera o debate. E a tecnologia vem justamente para ajudar. Acreditamos que o 5G aqui s� tem a acrescentar para ajudar ainda mais a ind�stria agr�cola”, pontua.
J� o secret�rio de Goi�s Adriano Lima, sobre a seguran�a da rede da Huawei, amplamente debatida no mundo, afirmou n�o ter preocupa��o com quem ser� o fornecedor do 5G, ressaltando que a tend�ncia � que as operadoras continuem atuando com as mesmas tr�s empresas que podem fornecer a rede 5G no Brasil. "Um fornecedor do 5G tem uma tend�ncia forte de ter um mesmo fornecedor do 3G e 4G", disse, pontuando que basta fazer uma adapta��o do equipamento e que banir uma empresa ou outra gerar� um custo muito maior no pa�s.
"Quem vai bancar esse investimento adicional por a pol�tica de proibir o fornecedor A ou B?", questionou. Uma instru��o normativa de mar�o deste ano, no entanto, que definiu requisitos m�nimos de seguran�a cibern�tica que devem ser adotados no estabelecimento das redes 5G, prev� que “as prestadoras de servi�o dever�o subcontratar fornecedores distintos, de forma que uma mesma �rea geogr�fica possua, pelo menos, duas prestadoras utilizando equipamentos de fornecedores distintos”.
O documento foi assinado pelo general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) e h� um projeto na C�mara dos Deputados, do parlamentar Andr� Figueiredo (PDT-CE), que busca anular a normativa.
Sobre a possibilidade de a iniciativa no estado abalar as rela��es entre o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o presidente Jair Bolsonaro, visto que s�o aliados, garante que o gestor estadual tem independ�ncia em suas a��es. "Isso n�o significa que os dois n�o possam concordar ou discordar em alguns pontos", disse.