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Estado de Minas CAMPO MAGN�TICO

O estranho comportamento do n�cleo da Terra que intriga os cientistas

Por raz�es desconhecidas, o n�cleo interno do nosso planeta, uma massa compacta de ferro e n�quel, est� crescendo mais r�pido de um lado que do outro


15/06/2021 06:52 - atualizado 15/06/2021 12:28


Terra é formada por várias camadas, como uma cebola(foto: Science Photo Library)
Terra � formada por v�rias camadas, como uma cebola (foto: Science Photo Library)

A milhares de quil�metros embaixo da terra, est� ocorrendo um fen�meno cient�fico que ningu�m sabe explicar.

� que o n�cleo interno do nosso planeta, uma massa compacta de ferro e n�quel, est� crescendo mais r�pido de um lado que do outro.

Um estudo realizado por sism�logos da Universidade da Calif�rnia, em Berkeley, nos Estados Unidos, e publicado na revista cient�fica Nature Geoscience, revelou que a �rea do n�cleo, localizada numa zona abaixo do mar de Banda, na Indon�sia, � maior que a parte que se encontra no outro extremo, debaixo do Brasil.

Por meio de simula��es de computador, os especialistas criaram uma esp�cie de mapa que mostra o crescimento do n�cleo da Terra durante os �ltimos 1 bilh�o de anos.

E chegaram � conclus�o que ele se comportou num "padr�o desequilibrado", com novos "cristais de ferro" que se formam mais rapidamente do seu lado asi�tico.

"O lado oeste tem apar�ncia diferente do lado leste at� o centro, n�o s� na parte superior do n�cleo interno, como alguns sugeriram. A �nica maneira de explicar isso � que um lado esteja crescendo mais r�pido que o outro", disse Daniel Frost, um dos cientistas que participaram da pesquisa, em um comunicado.

De acordo com os especialistas, esse fen�meno tem implica��es para o campo magn�tico da Terra (que nos protege das part�culas perigosas do Sol).

Isso porque o campo magn�tico � formado pela convec��o no n�cleo externo, impulsionada pela libera��o de calor do n�cleo interno.

As evid�ncias

O interior da Terra � formado por camadas parecidas com as de uma cebola. A �ltima delas (a mais profunda) � o n�cleo interno s�lido de ferro e n�quel, que tem um raio de 1.200 km, aproximadamente tr�s quartos do tamanho da Lua.

Ele � rodeado por um n�cleo externo fluido de ferro fundido e n�quel, de aproximadamente 2,4 mil km de espessura. O n�cleo externo, por sua vez, � circundado por um manto de rocha quente com 2,9 mil km de espessura e coberto por uma fina crosta rochosa fria na superf�cie.

Por meio do estudo de ondas s�smicas, os especialistas analisam como se comportam essas camadas, mas faz anos que t�m notado que as ondas n�o se distribuem na mesma dire��o quando viajam entre os polos e na zona equatorial.

Essa suposi��o foi a base para a compreens�o de que poderia haver uma certa diferen�a no n�cleo da Terra, respons�vel por esse fen�meno.

"O movimento do ferro l�quido no n�cleo externo retira o calor do n�cleo interno, fazendo com que ele congele", disse Frost na revista cient�fica Live Science.

"Isso significa que o n�cleo externo tem recebido mais calor do lado leste (sob a Indon�sia) do que do oeste (sob o Brasil)", acrescentou.

Segundo o cientista, a melhor forma de visualizar o que est� acontecendo a milhares de quil�metros de profundidade � imaginar um corte do tronco da �rvore formado por an�is de crescimento que partem de um ponto central.

O centro dos an�is, neste caso, seria deslocado do centro da �rvore, de modo que os c�rculos fiquem mais espa�ados no lado leste da �rvore e mais pr�ximos no lado oeste.

No entanto, este crescimento mais r�pido sob o Mar da Indon�sia n�o deixou o n�cleo desequilibrado, explicam os cientistas.

A gravidade distribui o novo crescimento uniformemente, mantendo o n�cleo interno esf�rico e expandindo seu raio em m�dia um mil�metro por ano.

A idade do n�cleo

As simula��es por computador permitiram tamb�m aos sism�logos estabelecer uma data mais precisa para a forma��o do n�cleo terrestre.

E sabe-se que o n�cleo se formou quando a Terra j� havia se organizado, aparentemente a partir da concentra��o de metais como ferro e n�quel.


Núcleo da Terra é uma 'cápsula do tempo'(foto: Getty)
N�cleo da Terra � uma 'c�psula do tempo' (foto: Getty)

"Determinamos limites bastante flex�veis para a idade do n�cleo interno, entre 500 e 1,5 bilh�o de anos, o que pode ajudar no debate sobre como o campo magn�tico foi gerado antes que o n�cleo interno s�lido existisse", disse Barbara Romanowicz, outra pesquisadora que participou do estudo.

"Sabemos que o campo magn�tico j� existia 3 bilh�es de anos atr�s, ent�o outros processos devem ter conduzido a convec��o no n�cleo externo naquela �poca", acrescentou.

De acordo com a pesquisa, a idade mais jovem do n�cleo interno pode significar que, no in�cio da hist�ria da Terra, o calor que fervia o n�cleo do fluido vinha de elementos leves que se separaram do ferro, n�o da cristaliza��o deste metal.

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