
A equipe usou uma s�rie de modelos para medir o impacto potencial das mudan�as clim�ticas nos n�veis de transmiss�o das duas enfermidades at� o fim do s�culo 21, considerando os 100 anos anteriores. “Utilizamos diferentes n�veis de emiss�es de gases de efeito estufa, densidade populacional (para representar a urbaniza��o) e altitude, fatores que ajudam a estimar como essas doen�as transmitidas por mosquitos podem se propagar”, explicam no artigo.
Por meio dos c�lculos, os cientistas observaram que a mal�ria pode amea�ar 89,3% da popula��o global em 2078, em compara��o com uma m�dia de 75,6% no per�odo de 1970 a 1999. Para a dengue, a modelagem estimou um total de 8,5 bilh�es de pessoas em risco em 2080, em compara��o com uma m�dia de 3,8 bilh�es entre 1970 e 1999.
As mudan�as clim�ticas aumentam as preocupa��es de que a transmiss�o de doen�as transmitidas por mosquitos se intensifique porque h� o aumento da sobreviv�ncia do vetor e das taxas de picadas. Isso culmina em mais replica��o de pat�genos dentro dos vetores, em taxas de reprodu��o mais curtas e em longas temporadas de transmiss�o.
Segundo os autores, a mal�ria e a dengue, as mais importantes amea�as globais transmitidas por mosquitos, est�o sendo encontradas em mais �reas, emergindo gradualmente em locais n�o afetados anteriormente. “Nossas descobertas enfatizam a import�ncia do aumento da vigil�ncia especialmente em locais sem experi�ncia anterior de dengue ou mal�ria, que n�o t�m uma estrutura robusta e especializada para combater essas enfermidades”, afirma, em comunicado, Rachel Lowe, pesquisadora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e uma das autoras do estudo.
A��es imediatas
Apesar das proje��es significativas, os pesquisadores avaliam que � poss�vel amenizar substancialmente esse impacto com a ado��o de a��es para reduzir as emiss�es globais. “Esse trabalho sugere fortemente que a redu��o das emiss�es de gases de efeito estufa pode evitar que milh�es de pessoas contraiam mal�ria e dengue. Os resultados mostram que cen�rios de baixa emiss�o reduzem significativamente a dura��o da transmiss�o, bem como o n�mero de pessoas em risco. A��es para limitar o aumento da temperatura global bem abaixo de 2°C devem continuar”, declara, em comunicado, Felipe J Col�n-Gonz�lez, professor-assistente da institui��o de ensino brit�nica.
O principal autor do estudo tamb�m lembra a import�ncia de as autoridades se organizarem para as consequ�ncias epidemiol�gicas de um cen�rio em que a temperatura ultrapasse os 2°C. “Os formuladores de pol�ticas e as autoridades de sa�de p�blica devem se preparar para essa situa��o mais pessimista, e isso � particularmente importante em �reas que, atualmente, est�o livres de doen�as e onde sistemas de sa�de provavelmente n�o est�o preparados para grandes surtos”, justifica.