Ovnis: por que esses objetos voadores agem de modo que a F�sica n�o explica

O aguardado relat�rio do Departamento de Defesa dos Estados Unidos a respeito de �vnis (objetos voadores n�o identificados) tem decepcionado uma parcela da comunidade que acompanha esses fen�menos por n�o trazer respostas conclusivas.

Divulgado em 25 de junho, o parecer preliminar do Pent�gono traz conclus�es parciais de um estudo com 144 �vnis avistados por integrantes das For�as Armadas do pa�s desde 2004. O relat�rio afirma que s� 1 dos 144 casos tem explica��o. O documento diz ainda que n�o h� ind�cios de que os objetos voadores sejam extraterrestres, mas n�o descarta essa possibilidade.

"� um relat�rio decepcionante. Muitos suspeitamos que h� mais acontecendo do que estamos a par", disse � BBC Madhu Thangavelu, especialista em design de projetos espaciais da Escola de Arquitetura da Universidade do Sul da Calif�rnia. "Esses objetos n�o s�o alucina��es de nossos pilotos profissionais, que s�o treinados para observar."

Embora ressalte que � muito dif�cil saber se esses objetos s�o, de fato, extraterrestres, o que chama a aten��o dos cientistas � que eles se comportam de modo inexplic�vel segundo a f�sica, da forma como n�s, humanos, a entendemos e aplicamos.

"Eles (objetos) mostram din�micas de voo e f�sica que n�o compreendemos, que n�o usamos em nossas tecnologias", afirma o especialista.

Al�m da compreens�o

Um exemplo, diz ele, � o avistamento de corpos esf�ricos, de comprimento igual nas tr�s dimens�es (ou corpos rombudos) voando em alta velocidade.

"Nossas tecnologias n�o nos permitem fazer voar ve�culos de corpos rombudos, que n�o s�o aerodin�micos em alta velocidade, em manobras r�pidas ou em mudan�as de velocidade", explica Thangavelu.

A ex-piloto Alex Dietrich � um dos profissionais americanos que dizem ter avistado um �vni durante um voo no Oceano Pac�fico — e esse objeto tamb�m era de f�sica incompreens�vel, segundo ela.

"Ele viajava de modo muito r�pido e err�tico", contou � BBC. "N�o consegu�amos prever para qual lado ele viraria, n�o entend�amos como ele conseguia manobrar do jeito que manobrava, nem seu sistema de propuls�o, que n�o deixava rastros."

O objeto, segundo ela, se parecia a uma balinha tic-tac, com seu formato alongado. "Fiquei confusa, n�o conseguia classific�-lo ou explicar a f�sica por tr�s dele", diz Dietrich.

Mudan�a cultural

A investiga��o do Pent�gono foi exigida pelo Congresso dos Estados Unidos depois que, assim como Dietrich, militares relataram v�rios epis�dios de observa��o de �vnis se movendo de forma err�tica pelo c�u. Tamb�m houve press�o do p�blico em geral para que tais fen�menos fossem investigados.

O Pent�gono criou uma for�a-tarefa com profissionais especializados em fen�menos a�reos em agosto do ano passado para examinar os registros das observa��es.

O trabalho do grupo era "detectar, analisar e catalogar" esses eventos, bem como "obter informa��es" sobre a "natureza e origens" dos �vnis, segundo o Pent�gono.

A libera��o dessas informa��es tamb�m est� alinhada com uma mudan�a cultural, com militares e pol�ticos passando do ceticismo para a curiosidade sobre esses objetos voadores.

'Faltam informa��es'

O relat�rio preliminar divulgado em junho diz que a maioria dos 144 casos relatados de "fen�menos a�reos n�o identificados" ocorreram nos �ltimos dois anos, depois que os militares implementaram um mecanismo de notifica��o padronizado.

Em 143 dos 144 casos notificados, faltam "informa��es suficientes para atribuir explica��es espec�ficas aos incidentes".

O relat�rio diz ainda que n�o h� "ind�cios de que haja uma explica��o extraterrestre" para os fen�menos, mas essa alternativa n�o � desconsiderada por completo. Os �vnis "provavelmente carecem de uma �nica explica��o", diz o relat�rio.

Alguns podem ser aeronaves de outros pa�ses, como China ou R�ssia. Outros podem ser fen�menos atmosf�ricos naturais, como cristais de gelo que os sistemas de radar detectaram. O relat�rio tamb�m sugere que alguns podem ser "atribu�dos ao desenvolvimento secreto de projetos" de institui��es governamentais americanas.

O �nico caso para o qual eles conseguiram encontrar uma explica��o altamente confi�vel foi de "um grande bal�o vazio".

Desafio � seguran�a nacional

O relat�rio diz ainda que os �vnis representam "um claro problema de seguran�a de voo e podem representar um desafio para a seguran�a nacional dos Estados Unidos."

A for�a-tarefa est� agora "procurando novas maneiras de aumentar a compila��o" dos dados, acrescentando que um or�amento adicional poderia ser usado %u200B%u200Bpara "estudar mais as d�vidas levantadas pelo relat�rio".

Para Madhu Thangavelu, � medida que os telesc�pios se tornam mais sens�veis e elaborados, "vemos (mais) sinais de coisas vivas" na observa��o espacial.

Ele cita a previs�o de cientistas da Nasa, a ag�ncia espacial americana, de que, nos pr�ximos anos ou d�cadas, teremos conseguido encontrar vida em outras partes do Universo e sugere que os Estados Unidos colaborem com outros pa�ses, inclusive rivais como R�ssia e China, nessa jornada, formando "comunidades globais" de estudo.

Em 2015, a ent�o cientista-chefe da ag�ncia, Ellen Stofan, afirmou que "teremos fortes indicativos de vida al�m da Terra em uma d�cada (ou seja, at� 2025), e acho que teremos evid�ncias definitivas dentro de 20 ou 30 anos".

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