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Estado de Minas MARTE

Sonda da Nasa revela como � Marte 'por dentro'

A InSight detecta movimentos s�smicos no planeta vermelho desde o in�cio de 2019. Seus dados mostraram espessura da crosta e tamanho do n�cleo.


23/07/2021 17:01 - atualizado 24/07/2021 08:47

O sismômetro da InSight detectou mais de 700 eventos sísmicos desde o início de 2019(foto: NASA/JPL-Caltech)
O sism�metro da InSight detectou mais de 700 eventos s�smicos desde o in�cio de 2019 (foto: NASA/JPL-Caltech)

Cientistas dizem que agora podem descrever com n�meros absolutos a estrutura rochosa interna de Marte.

Os dados foram obtidos a partir da sonda InSight, que detecta movimentos s�smicos no planeta vermelho desde o in�cio de 2019.

A miss�o liderada pela Nasa, ag�ncia espacial americana, revelou que a espessura m�dia da crosta de Marte tem entre 24km e 72km — um pouco mais fina do que se esperava.

Mas a principal descoberta foi o tamanho do n�cleo do planeta — seu raio de 1.830 km est� no topo das estimativas anteriores.


Esta � a primeira vez que cientistas conseguem mapear diretamente as camadas internas de um planeta (sem contar a Terra). Isso tamb�m foi feito na Lua, mas Marte (raio total: 3.390 km) est� em uma escala muito maior.

Ter essas informa��es permite que os pesquisadores entendam melhor a forma��o e a evolu��o dos diferentes corpos planet�rios.


(foto: BBC)
(foto: BBC)

A Insight chegou a estes resultados da mesma maneira que os sism�logos estudam as camadas internas da Terra — rastreando os sinais de abalos s�smicos.

Esses eventos liberam ondas de energia. Mudan�as no trajeto e na velocidade das ondas revelam a natureza dos materiais rochosos pelos quais est�o passando.

O sistema de sism�metro instalado pela sonda da Nasa observou centenas de tremores, sendo que alguns detectados nos �ltimos dois anos tinham as propriedades certas para "imaginar" o interior de Marte.

A equipe de instrumenta��o, liderada a partir da Fran�a e do Reino Unido, determinou que a parte externa r�gida, a crosta, de Marte tem 20 km ou 39 km de espessura diretamente abaixo da sonda (dependendo da subcamada que exista).

Extrapolando os dados para a geologia de superf�cie conhecida do resto do planeta, isso sugere uma espessura m�dia entre 24km e 72km. Para efeito de compara��o, a espessura m�dia da crosta terrestre � de 15-20km. Somente em uma regi�o continental como a dos Himalaias pode chegar a 70km.

O n�mero realmente interessante, no entanto, se refere ao n�cleo. Os sinais de "martemotos" que reverberam neste elemento met�lico indicam que come�a quase na metade do caminho para baixo da superf�cie, a uma profundidade de cerca de 1.560 km — e que est� em estado l�quido.

A maioria das estimativas anteriores previa um n�cleo menor.


A sonda InSight foi lançada em 2018, pousando em Marte em novembro do mesmo ano(foto: NASA/JPL-Caltech/Lockheed Martin)
A sonda InSight foi lan�ada em 2018, pousando em Marte em novembro do mesmo ano (foto: NASA/JPL-Caltech/Lockheed Martin)

A equipe da miss�o diz que duas consequ�ncias fascinantes derivam das novas observa��es diretas.

A primeira � que a massa e o momento de in�rcia conhecidos de Marte indicam que o n�cleo � muito menos denso do que se pensava anteriormente, e que a liga de ferro-n�quel que domina sua composi��o deve ser fortemente enriquecida com elementos mais leves, como enxofre.

A segunda consequ�ncia est� relacionada � camada entre o n�cleo e a crosta — o manto, que � mais fino do que se pensava inicialmente.

Mais uma vez, com base no tamanho conhecido de Marte, � altamente improv�vel que este manto possa atingir as press�es em que o mineral bridgmanita se torna est�vel.

Na Terra, esse mineral r�gido cobre o n�cleo, desacelerando a convec��o e a perda de calor. No in�cio de Marte, sua aus�ncia teria levado a um resfriamento r�pido.

Isso inicialmente teria permitido uma forte convec��o no n�cleo met�lico e um efeito d�namo que gerou um campo magn�tico global. Mas isso, � claro, agora foi desativado. Hoje, nenhum campo magn�tico global pode ser detectado no planeta.

Se estivesse l�, forneceria alguma blindagem para proteger sua superf�cie da radia��o prejudicial que � lan�ada constantemente do espa�o e torna o mundo extremamente in�spito.


A superfície de Marte é fria e seca, além de ser bombardeada com radiação(foto: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)
A superf�cie de Marte � fria e seca, al�m de ser bombardeada com radia��o (foto: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)

Tom Pike, professor da Universidade Imperial College London, no Reino Unido, � um dos principais pesquisadores do sistema de sism�metro da Insight.

"Fomos capazes, pela primeira vez, de olhar dentro de outro planeta usando a sismologia, e o que vimos em Marte � que temos um n�cleo maior e mais leve do que era esperado. E isso diz um pouco sobre como o planeta evoluiu ao longo do tempo geol�gico", afirma ele � BBC News.

Sanne Cottaar, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que n�o faz parte da equipe da miss�o, descreveu os resultados da Insight como um "feito", dada a dificuldade de estudar os abalos s�smicos de pequena magnitude que ocorrem em Marte.

Eles nunca ficam acima de magnitude 4, o que os humanos s� notariam a v�rios quil�metros do epicentro de um tremor. "Os martemotos s�o muito, muito fracos", explica.

"� muito mais desafiador do que fazer sismologia na Terra. Os cientistas da miss�o tamb�m tiveram que desenvolver m�todos para trabalhar com apenas um sism�metro representado pela sonda InSight. Ent�o, ver esses dados surgirem, e eles realmente serem capazes de olhar para dentro do planeta com esses dados � realmente impressionante."

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