"Embora haja uma clara tend�ncia para a redu��o das emiss�es de gases de efeito estufa (GEE) ao longo do tempo, os pa�ses devem redobrar seus esfor�os com urg�ncia", solicita o relat�rio, que avalia os compromissos dos 191 pa�ses que assinaram o Acordo de Paris sobre o Clima, em 2015. O conjunto � preocupante, diz o texto. Do total de na��es signat�rias, apenas 113, que representam 49% das emiss�es de GEE, atualizaram seus compromissos nacionais at� 30 de julho, conforme estipulado nos prazos acordados.
O relat�rio prev� que as emiss�es desse grupo, que inclui Estados Unidos e Uni�o Europeia (UE), "diminuir�o 12% at� 2030, em compara��o com 2010". "� uma luz de esperan�a", nas palavras da secret�ria executiva da Conven��o-Quadro das Na��es Unidas sobre Mudan�a do Clima (UNFCCC, na sigla em ingl�s), Patricia Espinosa. Ela ressalta, por�m, que as contribui��es de todos os 191 pa�ses, em seu conjunto, "implicam um aumento consider�vel das emiss�es globais de GEE em 2030, em compara��o a 2010, de em torno de 16%". China e R�ssia n�o atualizaram seus compromissos, criticou uma organiza��o n�o governamental que analisou o relat�rio da ONU, a Climate Action Tracker.
Segundo o grupo de especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudan�as Clim�ticas (IPCC, na sigla em ingl�s) citado pela ONU, "a menos que sejam tomadas medidas imediatas, (esse aumento nas emiss�es) pode provocar um aumento da temperatura em torno de 2,7ºC at� o fim do s�culo". Isso, lembrou Guterres, significa quebrar a promessa feita, h� seis anos, na capital francesa, de buscar a meta de 1,5ºC preferencialmente e, no m�ximo, 2ºC, tendo em compara��o o s�culo 19. "O fracasso em cumprir essa meta resultar� na perda em massa de vidas", alertou o secret�rio-geral.
Pandemia
A atual crise sanit�ria da COVID-19 desorganizou a agenda e os compromissos de todos os pa�ses. E criou confus�o sobre as conclus�es dos pr�prios especialistas. Ap�s a primeira onda de restri��es, que afetou bilh�es de pessoas, eles asseguravam que as emiss�es de GEE haviam diminu�do. Por�m, n�o demorou para que elas aumentassem novamente.
"Precisamos que todas as na��es contribuam", pediu Patricia Espinosa, em entrevista coletiva. "E os pa�ses em desenvolvimento precisam de ajuda, e urgente", insistiu. Em 2009, os pa�ses ricos se comprometeram que, at� 2020, repassariam, anualmente, US$ 100 bilh�es aos em desenvolvimento, para que estes se adaptassem ao impacto da mudan�a clim�tica, reduzindo suas emiss�es de gases de efeito estufa.
A promessa n�o cumprida tem sido motivo de cr�ticas recorrentes dos pa�ses pobres, as primeiras v�timas dos impactos do aquecimento do planeta, e amea�a ser um tema pol�mico na COP26. A ajuda p�blica e privada das na��es da OCDE (38, no total) foi de US$ 79,6 bilh�es em 2019, o �ltimo ano com dados dispon�veis, em compara��o a US$ 78,3 bilh�es no ano anterior. Faltam, portanto, mais de US$ 20 bilh�es para cumprir os compromissos de Copenhague. E a taxa de crescimento da ajuda, em termos anuais, continua diminuindo, reconhece a OCDE.
Os n�meros para a suposta data-limite (2020) devem estar dispon�veis somente em 2022. O impacto da pandemia da covid-19 deve ser significativo. Por regi�o, a �sia ficou com 43% do financiamento, seguida da �frica, com 26%. Am�rica Latina e o Caribe ficaram em terceiro lugar, com 17%. "Chegou a hora de cumprir as promessas, e a COP-26 � o lugar para conseguir isso", convocou Patricia Espinosa. "Podemos mudar o curso da hist�ria para melhor", afirmou o novo presidente da COP-26, Alok Sharma.