
Cientistas do Garvan Institute of Medical Research, na Austr�lia, podem ter identificado um caminho para o desenvolvimento da gera��o de vacinas imunes �s cepas virais em evolu��o. Trata-se de uma regi�o do pat�geno com menor probabilidade de sofrer muta��es: o ep�topo de classe 4.
Em testes com ratos, o grupo identificou que anticorpos gerados por cobaias imunizadas, al�m de se ligarem ao ep�topo de classe 4, podem bloquear sua entrada nas c�lulas. "A pesquisa em vacinas de pr�xima gera��o com maior resist�ncia a variantes futuras est� garantida. Nosso trabalho fornece um guia para o desenvolvimento desses imunizantes", garante, em comunicado, Daniel Christ, diretor do Centro de Terapia Direcionada da universidade e coautor do artigo que detalha a descoberta, publicado na �ltima edi��o da revista Immunity.
Primeira autora do artigo, Deborah Burnett relata que a nova estrat�gia tem como base a imuniza��o com prote�nas de superf�cie de v�rus semelhantes ao novo coronav�rus, como o Sars-CoV-1. O pat�geno respons�vel pela epidemia original de Sars em 2003 gerou anticorpos que atendiam aos crit�rios definidos pela equipe australiana. Em testes com ratos, ap�s a imuniza��o com prote�na do Sars-CoV-1, 80% dos anticorpos se ligaram ao ep�topo classe 4. "Em contraste, quando usamos a prote�na Sars-CoV-2, os camundongos geraram anticorpos que visaram regi�es da prote�na spike que s�o propensas a muta��es", compara a cientista.
Mais testes
Ao investigar mais a fundo a rea��o imune gerada no primeiro grupo de cobaias, a equipe identificou, em testes de laborat�rio, um subconjunto raro de anticorpos capazes de neutralizar o v�rus. "Eles se ligaram � mesma se��o do ep�topo de classe 4 e orientaram o resto do anticorpo para bloquear fisicamente o acesso ao ACE2, o receptor nas c�lulas humanas em que o v�rus precisa se acoplar antes de poder infectar", explica Daniel Christ.
A pr�xima etapa do estudo � testar a nova gera��o de vacinas em modelos pr�-cl�nicos, ainda com animais. "Agora, sabemos o que procurar em uma resposta de anticorpos. Nosso objetivo para essa pesquisa � ajudar a desenvolver uma vacina que n�o precisaria de atualiza��o e poderia levar a um melhor controle da COVID-19", afirma Chris Goodnow, coautor do estudo.
