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Um f�ssil do mais antigo predador conhecido foi identificado por cientistas do Reino Unido.
O esp�cime de 560 milh�es de anos, encontrado na floresta de Charnwood, em Leicestershire, � provavelmente um precursor dos cnid�rios — o grupo de animais que hoje inclui as �guas-vivas.
Os pesquisadores deram o nome de Auroralumina attenboroughii ao f�ssil. � uma homenagem ao naturalista David Attenborough, hist�rico apresentador da BBC.
A primeira parte do nome � uma refer�ncia a uma express�o do latim que significa "lanterna do amanhecer".
"Acho que ele parece uma tocha ol�mpica, com seus tent�culos sendo as chamas", afirma Frankie Dunn, da Universidade de Oxford, que escreveu um artigo sobre a descoberta na revista Nature Ecology and Evolution.
O f�ssil n�o apenas situa as evid�ncias de preda��o no reino animal em cerca de 20 milh�es de anos antes do que se pensava como tamb�m � provavelmente o primeiro exemplo de um organismo do tipo com um esqueleto verdadeiro.O contorno da criatura de 20 cent�metros de altura ficou em uma laje longa e inclinada de uma pedreira, cercado por outros f�sseis.
Acredita-se que todos foram enterrados por um fluxo de sedimentos e cinzas que desceu pelo flanco submarino de um antigo vulc�o.
A �rea onde estava o f�ssil foi originalmente descoberta em 2007, quando os pesquisadores limparam a face rochosa de Charnwood com mangueiras de alta press�o.
Levou 15 anos para que eles entendessem o local — s� ent�o encontraram a posi��o exata onde estava o Auroralumina.
A regi�o de Leicestershire � famosa pelo que nos diz sobre o per�odo conhecido como Ediacarano (635 a 538 a milh�es de anos atr�s).
Este � o per�odo da hist�ria geol�gica que imediatamente precede o Cambriano, que testemunhou uma grande explos�o em n�mero e diversidade de formas de vida na Terra.
Foi no Cambriano (entre 538 e 485 milh�es de anos atr�s) que o "modelo" para muitos grupos de animais modernos foi fixado.
Mas o Auroralumina prova que o seu agrupamento, os cnid�rios, tem uma heran�a que se estende a um passado mais remoto, at� ao Ediacarano.
"� um forte ind�cio de que existiam organismos de apar�ncia mais moderna no Pr�-Cambriano. Isso significa que o 'pavio' para a explos�o cambriana foi provavelmente bastante longo", explica Phil Wilby, l�der de paleontologia do Servi�o Geol�gico Brit�nico.
Embora o nome "cnidaria" possa n�o ser t�o familiar, os animais que fazem parte dessa categoria s�o bastante conhecidos: corais, �guas-vivas e an�monas. Uma de suas caracter�sticas s�o as c�lulas urticantes que eles usavam para capturar suas presas.
A an�lise de Dunn das caracter�sticas de Auroralumina liga o animal ao subgrupo medusozoa dentro dos cnid�rios.
Os medusozo�rios passam por v�rios est�gios ao longo de seus complexos ciclos de vida. Em um deles, parecem uma massa ancorada no fundo do mar. Mais tarde, eles se transformam em criaturas flutuantes no per�odo de reprodu��o.
Durante esse est�gio de flutua��o, eles tomam uma forma de guarda-chuva com tent�culos urticantes. Eles se tornam uma esp�cie de �gua-viva.
A Auroralumina, portanto, se assemelha mais a um medusozo�rio em seu est�gio im�vel e enraizado.
Descoberta incompleta
"O que � realmente interessante � que o animal se bifurcava. Ent�o voc� tem esses dois 'c�lices' presos perto de sua base, e havia um peda�o cont�nuo de esqueleto descendo at� o fundo do mar, mas esse peda�o n�s n�o encontramos. Infelizmente, o f�ssil est� incompleto", disse Dunn.
A bifurca��o — a divis�o em dois ramos ou partes — � outra novidade no f�ssil rec�m-descoberto.
Os paleont�logos de todo o mundo visitam a Floresta Charnwood.
Sua principal atra��o � o f�ssil conhecido como Charnia masoni.
Este foi encontrado na d�cada de 1950 por dois estudantes — Roger Mason e Tina Negus — e foi o primeiro f�ssil pr�-cambriano a vir � luz.
A Charnia tamb�m foi posteriormente encontrada nas rochas que comp�em as colinas de Ediacara, na Austr�lia, que d�o nome ao per�odo ediacarano.
Ela tem uma forma de vida de apar�ncia estranha, semelhante a uma folha de samambaia, mas os cientistas est�o convencidos de que ela de fato era algum tipo de animal.
H� tamb�m um exemplo da Auroralumina de apenas 40 cent�metros na mesma localidade.
O nome de David Attenborough foi usado para batizar o animal porque ele cresceu nessa regi�o central da Inglaterra.
"Quando eu estava na escola em Leicester, eu era um �vido ca�ador de f�sseis", lembrou ele.
"As rochas nas quais a Auroralumina foi descoberta eram consideradas t�o antigas que datavam de muito antes do in�cio da vida no planeta. Ent�o, nunca procurei f�sseis por l�", afirmou.
"Alguns anos depois, um menino da minha antiga escola encontrou um f�ssil e provou que os especialistas estavam errados. Ele foi recompensado: seu nome foi usado para batizar a descoberta. Agora eu quase o alcancei e estou realmente encantado", diz Attenborough.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62300687
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