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Estado de Minas

Recome�o


postado em 06/01/2019 05:06



Quando um ano termina e outro vem, temos a sensa��o de que a vida tamb�m segue esta l�gica. Temos vontade de acreditar que tudo ser� diferente. Que teremos mesmo um novo pa�s, que funcionar� de maneira diferente. Partir o tempo em fatias nos orienta como medida ou recurso para controlar o transcorrer da vida.

Neste ano, especialmente desde o primeiro dia, a cerim�nia de posse do novo presidente parou o tempo. Sob a ova��o “o capit�o chegou”, muitas pessoas puderam escutar promessas e apostas, como a liberta��o do socialismo, da invers�o de valores e do gigantismo estatal.

A primeira agradou a muitos, mas, como sempre tamb�m, n�o a todos. A esquerda, por exemplo, defende a igualdade distributiva do socialismo, mas perdeu sua chance de fazer melhor se perdendo. Agora, com a esquerda enfraquecida, o campo � amplo para a direita.

A segunda, a invers�o de valores, express�o abrangente que nos coloca a pensar em quantas invers�es vive nosso pa�s, a come�ar de cima para baixo com a crise pol�tica e de car�ter. A meu ver, a menos perigosa � a invers�o sexual e espero que n�o seja esta a invers�o considerada de peso, pois seria um tremendo equ�voco. Espero que o machismo e outros preconceitos sejam contemplados.

A terceira, o gigantismo estatal, creio que � preciso admitir que o Estado est� inchado a ponto de n�o conseguir cumprir com todos seus princ�pios b�sicos e constitucionais, como promover educa��o, sa�de e pagar seu servidor. Indiscut�vel.

Torcemos para que de fato o Brasil possa mudar derrotando a corrup��o, a pol�tica nefasta dominante em muitos segmentos da sociedade que adoece o pa�s. E os que entraram pensando derrot�-la, at� hoje, sucumbiram � sedu��o do poder e do dinheiro f�cil.

A oposi��o torce o nariz descrente de que de fato novos ventos e governo poder�o trazer outro Brasil � tona. Assim fica a expectativa sobre tudo escutado e que s� depois se poder� ver os efeitos alcan�ados. Por estes efeitos saberemos se acertados ou n�o foram os primeiros passos. Hoje, portanto, nos cabe aguardar e como brasileiros queremos sair da crise moral e social que nos atormenta.

O discurso em libras da esposa do presidente emocionou e veio com a forte promessa de valorizar o ser humano – especialmente aqueles que sofrem defici�ncias – e atender ao chamado de trabalhar com a assist�ncia social. E n�s torcemos para que tal promessa seja honrada e n�o caia no descr�dito como outras n�o cumpridas. Somos um povo calejado no que concerne aos atos pol�ticos, nem sempre leais a promessas feitas.

Fato � que come�amos mais uma fatia do nosso tempo de vida e desejamos degust�-la na seguran�a de que tempos melhores vir�o, trazendo menor desigualdade, maior respeito �s diferen�as, mesmo aquelas que n�o compreendemos, respeito �s liberdades individuais, muito trabalho, a volta do emprego, sair da crise e da irresponsabilidade oficial.

Desconfiados, adentramos o tempo com passos incertos, dados em ovos que podem se quebrar facilmente, j� que do futuro nunca temos certezas. Ent�o, mesmo em novo tempo, como sempre, continuamos em meio a erros e acertos humanos. Na vida, s� nos cabe seguir.

Recentemente, li o livro Quarto de despejo: Di�rio de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, pela Editora �tica, 2014. Um di�rio de meados dos anos 1960, mas deve ser considerado atemporal e atual. Mulher, m�e de tr�s filhos, Carolina se salva pela escrita do sofrimento de m�e solteira, catadora de papel, que sobreviveu apesar da fome como nota constante. Vida que mudou depois do livro se tornar um sucesso, que retirou a ela e sua fam�lia da situa��o de mis�ria.

Ainda muitas Carolinas criam filhos sem recursos e em situa��o de mis�ria. Ainda hoje vemos diante de nossos olhos se multiplicarem os moradores de rua sob marquises, entre caixas de papel�o, enrolados em cobertas furadas e imundas. Favelas aumentando nas periferias. Viol�ncia descontrolada. At� quando?


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