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Pe�a estrelada por Camila Pitanga chega para temporada de um m�s em BH

'Por que n�o vivemos?', da Companhia Brasileira de Teatro, adapta primeiro texto de Tchekhov colocando uma vi�va no papel central. Estreia ser� nesta sexta (18), no CCBB


postado em 16/10/2019 04:00 / atualizado em 15/10/2019 22:17

Cena de 'Por que não vivemos?', que se divide em três atos e propõe momentos de interatividade com a plateia, incluindo convite para subir ao palco (foto: Nana Moraes/Divulgação)
Cena de 'Por que n�o vivemos?', que se divide em tr�s atos e prop�e momentos de interatividade com a plateia, incluindo convite para subir ao palco (foto: Nana Moraes/Divulga��o)
Por que n�o vivemos? pode ter a perspectiva desalentada “da dimens�o de um certo fracasso”, mas tamb�m a de um “chamamento para viver agora, com toda pot�ncia”. Assim o diretor Marcio Abreu explica o questionamento que d� o nome ao novo espet�culo da Companhia Brasileira de Teatro.
 
Uma adapta��o da primeira pe�a de Anton Tchekhov (1860-1904) protagonizada pelo personagem Platonov, a montagem estreia nesta sexta-feira (18), no CCBB, em Belo Horizonte, onde cumpre temporada at� 18 de novembro.

Esse texto de Tchekhov foi descoberto e publicado somente em 1923, quase 20 anos ap�s sua morte. A partir do final do s�culo 20, a obra teve diversas montagens na Europa. Em 2017, ela foi encenada na Broadway com Cate Blanchett e Richard Roxburgh liderando o elenco. Essa primeira adapta��o brasileira, assinada por Nadja Naira e Giovana Soar, estreou em julho no Rio de Janeiro, e teve temporada em Bras�lia, em setembro. Agora, � a vez da capital mineira.

Conforme sugere o t�tulo, essa vers�o brasileira � centrada em dilemas existenciais que n�o se prendem a nenhuma �poca ou local. “A obra do Tchekhov, de um modo geral, tem uma atualidade em si. � um autor que se tornou cl�ssico justamente por trabalhar formas e ideias de narrativas que se deixam afetar pelo movimento do tempo e pelas quest�es que realmente importam na humanidade, ao longo das �pocas. A adapta��o desse texto tem a ver com o que j� faz�amos na Companhia Brasileira de Teatro, por trabalhar com o princ�pio de gerar acontecimentos e uma pot�ncia em cena que envolve participa��o ativa do p�blico como um elemento integrante da experi�ncia”, afirma Marcio Abreu, que fundou o grupo teatral em Curitiba, h� 19 anos.
 

''A obra do Tchekhov, de um modo geral, tem uma atualidade em si. � um autor que se tornou cl�ssico justamente por trabalhar formas e ideias de narrativas que se deixam afetar pelo movimento do tempo e pelas quest�es que realmente importam na humanidade, ao longo das �pocas''

Marcio Abreu, diretor

 
O jovem professor Mikhail Platonov est� presente na narrativa como membro de uma aristocracia em decad�ncia. Por�m, no centro da hist�ria est� uma jovem vi�va, que recebe Platonov e outros membros de seu c�rculo social numa festa em sua propriedade rural. Abreu conta que a pe�a � dividida em tr�s partes. “O primeiro ato � muito pr�ximo do p�blico. Personagens v�o chegando, se apresentando e criando uma esp�cie de conviv�ncia, numa prepara��o para a festa. S�o amigos que n�o se encontram h� um tempo”, descreve.

Ainda segundo o diretor, “a segunda parte � mais sensorial, contemplativa, no sentido de acessar o torpor, o del�rio depois dessa festa, uma zona inconsciente desses personagens, suas mem�rias, desejos”. A terceira e �ltima parte, segundo ele, “� um ato mais despojado de efeitos e da ilus�o do teatro, mais desnudado, no qual atores e p�blico compartilham uma percep��o mais crua do desenrolar da hist�ria”. Abreu observa que “todas as palavras que est�o em cena s�o do texto original”, cuja tradu��o foi feita por Pedro Augusto Pinto e Giovana Soar.

PASSIVIDADE 

O papel da jovem vi�va Ana coube � atriz Camila Pitanga, que, com ele, realiza um antigo desejo de se juntar � Companhia Brasileira de Teatro. “� uma vi�va que representa uma aristocracia decadente. Por um lado, ela evoca uma liberdade, com seus desejos e seus pensamentos, sem nenhum pudor de botar na roda o que pensa. Mas, por outro, � bastante presa a um lugar da mulher, a uma estrutura patriarcal, do neg�cio, da renda, do dinheiro. Ela � escrava desse jogo. Eu me identifico com ela no fato de colocar isso em xeque. Essa pe�a foi escrita numa �poca em que Tchekhov queria questionar essa passividade, essa falta de posicionamento. Isso � algo sobre o que podemos pensar nos dias de hoje”, afirma Camila.
(foto: Nana Moraes/Divulgação)
(foto: Nana Moraes/Divulga��o)

A atriz chama a aten��o para a forma como a pe�a leva essas ideias ao p�blico, com o recurso da interatividade. “Acho que o elo de aproxima��o � os personagens serem comuns. N�o s�o especiais ou virtuosos. Independentemente de sua origem social, questionam existencialmente essa apatia e essa ang�stia sobre seu tempo. � um contato forte entre o que foi escrito h� mais de 100 anos e o que vivemos hoje. Isso aproxima demais na rela��o palco-plateia, pela forma como � contado. N�o estamos protegidos no palco, distantes da plateia. Em algumas cenas, ela � convidada a subir l� tamb�m. H� uma mistura que quebra essa hierarquia. Conseguimos uma franqueza de estar presentes em momentos reflexivos e festivos da pe�a, com uma conviv�ncia que acho muito interessante pelo que vivemos hoje. Independentemente das cren�as partid�rias, � preciso aprender a conviver, a olhar, a escutar. E esse espet�culo cumpre isso”, afirma Camila. Al�m dela, integram o elenco Cris Larin, Edson Rocha, Kau� Persona, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini, Rodrigo dos Santos e a mineira Josi Lopes.
 

''� um contato forte entre o que foi escrito h� mais de 100 anos e o que vivemos hoje. Isso aproxima demais na rela��o palco-plateia, pela forma como � contado. N�o estamos protegidos no palco, distantes da plateia. Em algumas cenas, ela � convidada a subir l� tamb�m. H� uma mistura que quebra essa hierarquia. Conseguimos uma franqueza de estar presentes em momentos reflexivos e festivos da pe�a, com uma conviv�ncia que acho muito interessante pelo que vivemos hoje. Independentemente das cren�as partid�rias, � preciso aprender a conviver, a olhar, a escutar. E esse espet�culo cumpre isso''

Camila Pitanga, atriz


 
Apesar de a estrutura narrativa apresentar uma trama, Marcio Abreu enfatiza que o mais importante n�o � a hist�ria, mas sim as quest�es que aparecem nas rela��es entre os personagens. “O enredo n�o est� em primeiro plano. Nenhuma pe�a de Tchekhov � sobre um assunto. � uma pe�a em que as pessoas que ali est�o, as vozes, a conviv�ncia delas em situa��es espec�ficas fazem aparecer temas atuais. Como as mulheres se posicionam no mundo e como a voz feminina pode gerar transforma��es importantes. A perspectiva de se relacionar com rupturas na vida de padr�es enrijecidos e como voc� se transforma para mudar o mundo. Esses s�o temas importantes na adapta��o. S�o quest�es que a obra inteira do Tchekhov abordou”, afirma.

TRANSI��O 

Abreu associa a tem�tica apresentada em cena com aspectos atuais, inclusive num recorte mais espec�fico do Brasil. “A pe�a mostra a ideia de uma sociedade que n�o consegue viver a partir de princ�pios estabelecidos e se prop�e a uma nova vis�o de mundo, uma transi��o de uma sociedade apodrecida para um futuro que n�o sabemos muito bem qual �, por isso essa pergunta ‘Por que n�o vivemos?’, que tem duas perspectivas – aquilo que poderia ter sido vivido, na dimens�o de um certo fracasso, e ainda um chamamento para viver agora, com toda pot�ncia. � a a��o da vida, mais pulsante, como ato de transforma��o. E a� uma adapta��o bastante pol�tica na obra, em rela��o a todas as opress�es e viol�ncias num Brasil arruinado, violento, que faz apologia da ignor�ncia com atos hediondos institucionalizados em inst�ncias p�blicas e privadas. � um grande ato de conviv�ncia e reflex�o”, afirma.

Por que n�o vivemos?
Adapta��o de Platonov, de Tchekhov, por Marcio Abreu, Nadja Naira e Giovana Soar. Dire��o: Marcio Abreu. Com Camila Pitanga e a Companhia Brasileira de Teatro. A partir de sexta-feira (18) at� 18 de novembro, de sexta a segunda, �s 19h30, no CCBB BH (Pra�a da Liberdade, 450). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). Clientes Banco do Brasil t�m 50% de desconto em at� 2 ingressos. � venda no site Eventim e na bilheteria local (funciona de quarta a segunda, das 10h �s 22h). Dura��o: 150 minutos. Classifica��o indicativa: 16 anos. Mais informa��es: (31) 3431-9400.



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