Quando a festa come�ar efetivamente em Los Angeles – �s 22h deste domingo (9) para n�s, cinco horas a menos para eles, dada a diferen�a de fuso hor�rio – a grande briga dever� ser apenas entre dois filmes: Parasita e 1917. Coringa � o campe�o de indica��es nesta 92ª edi��o do Oscar (disputa 11 categorias), mas s�o os longas do sul-coreano Bong Joon Ho (seis indica��es) e do brit�nico Sam Mendes (10 indica��es), respectivamente, que dever�o concentrar as aten��es no pr�mio da Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas de Hollywood.
Narrativas absolutamente distintas, encontram-se justamente nas diferen�as. Das nove produ��es indicadas a melhor filme, Parasita foi a que cumpriu carreira mais longa. Em maio de 2019, durante o Festival de Cannes, essa primeira produ��o sul-coreana de Joon Ho – depois dos internacionais Expresso do amanh� e Okja –despontou como favorita � Palma de Ouro, logo ap�s sua premi�re na competi��o. Levou o pr�mio, numa escolha un�nime do j�ri, presidido pelo mexicano Alejandro Gonz�lez I��rritu.
Na �poca, Joon Ho afirmou achar que dificilmente levaria o pr�mio m�ximo de Cannes, por considerar sua abordagem muito “local”. Pois uma das muitas qualidades de Parasita � a resson�ncia universal de uma narrativa que aborda o embate de duas fam�lias com a mesma configura��o: pai, m�e e um casal de filhos. Uma � rica; a outra � pobre. Parasita vem dialogando com plateias de diferentes pa�ses – no Brasil, o filme est� em cartaz nos cinemas desde 7 de novembro – por abordar as desigualdades sociais com intelig�ncia, inventividade e olhar cr�tico.
Na �poca, Joon Ho afirmou achar que dificilmente levaria o pr�mio m�ximo de Cannes, por considerar sua abordagem muito “local”. Pois uma das muitas qualidades de Parasita � a resson�ncia universal de uma narrativa que aborda o embate de duas fam�lias com a mesma configura��o: pai, m�e e um casal de filhos. Uma � rica; a outra � pobre. Parasita vem dialogando com plateias de diferentes pa�ses – no Brasil, o filme est� em cartaz nos cinemas desde 7 de novembro – por abordar as desigualdades sociais com intelig�ncia, inventividade e olhar cr�tico.
� o filme-acontecimento de 2019, como a cr�tica especializada n�o se cansou de apontar. J� amealhou, mundo afora, US$ 163 milh�es – custou US$ 11 milh�es. Vai virar miniss�rie pela HBO, em projeto que une Joon Ho a Adam McKay, diretor de A grande aposta e Vice. Na �ltima semana de janeiro, no Festival de Cinema de Roterd�, na Holanda, Parasita teve um novo lan�amento, agora em vers�o preto e branco, uma das paix�es do cineasta sul-coreano.
O t�tulo abocanhou pr�mios relevantes em Hollywood, como os dos sindicatos dos atores (melhor elenco), dos roteiristas (roteiro original), dos diretores de arte (filme contempor�neo) e o Globo de Ouro de filme estrangeiro. Venceu tamb�m o Bafta, o “Oscar brit�nico”, como melhor filme n�o falado em ingl�s e roteiro.
No discurso de agradecimento do Globo de Ouro, Joon Ho levantou a quest�o que pode ser o grande impeditivo para que Parasita ganhe o Oscar de melhor filme. “Uma vez superada a barreira das legendas, voc�s conhecer�o muitos filmes incr�veis”, disse para a plateia do pr�mio, promovido pela Associa��o de Correspondentes Estrangeiros em Hollywood.
Nesta noite, saberemos se Hollywood repetir� o roteiro protagonizado no ano passado pelo longa mexicano Roma, de Alfonso Cuar�n, dando a Parasita as estatuetas de melhor filme internacional e diretor, ou se inovar�. O sul-coreano � o 11º t�tulo estrangeiro a competir na categoria de melhor filme. Nenhum de seus antecessores venceu.
Chances
O grande rival de Parasita na competi��o � 1917, que, pelos pr�mios recebidos at� agora, tem todas as chances de ser eleito o melhor filme. O mais relevante dos trof�us foi o de melhor produ��o pelo Sindicato dos Produtores – dos 28 premiados pelo PGA Awards, 19 tamb�m venceram o Oscar de melhor filme.
O �pico de guerra de Sam Mendes foi o �ltimo a entrar na corrida. Fez uma estreia limitada nos EUA em 25 de dezembro, artif�cio utilizado para que se tornasse eleg�vel para os pr�mios de 2020. Sua estreia oficial no circuito norte-americano foi somente em 10 de janeiro passado. Pois no dia 5, antes mesmo de ser propriamente lan�ado, 1917 levou os trof�us de melhor filme em drama e melhor diretor no Globo de Ouro. Na premia��o, Mendes pediu que o p�blico assistisse ao filme “na tela grande”.
N�o custa nada lembrar, � a Netflix, em vez dos tradicionais est�dios, hoje centen�rios em Hollywood, a campe� de indica��es neste Oscar: teve 24. Na briga streaming versus est�dios de cinema, um pr�mio a 1917 representaria uma posi��o mais conservadora da Academia frente a este embate.
� indiscut�vel, al�m disso, a qualidade da produ��o, que acompanha dois jovens soldados com uma miss�o de vida ou morte durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) em um plano-sequ�ncia (ilus�rio) de duas horas de dura��o. O pr�mio de melhor fotografia n�o deve ter outras m�os do que as do veterano Roger Deakins, um Oscar por Blade Runner 2049 e outras 14 indica��es desde a d�cada de 1990. Categorias t�cnicas (mixagem de som, edi��o de som, efeitos visuais) tamb�m dever�o ser dele. Nas bilheterias mundo afora, 1917, que custou US$ 100 milh�es, j� amealhou US$ 252 milh�es, com pouco mais de um m�s em cartaz.
Ainda pesa a favor de 1917 a prefer�ncia que a Academia tem por filmes de guerra. Os melhores anos de nossas vidas (1946), A um passo da eternidade (1953), Patton (1970), Platoon (1986), A lista de Schindler (1993), O paciente ingl�s (1996), Guerra ao terror (2008), todos vencedores de melhor filme, abordaram a guerra de maneiras distintas. 1917, que coloca o espectador quase dentro do front, pode se juntar a esse pelot�o, tanto por m�ritos pr�prios quanto pelo tradicionalismo de Hollywood.
Oscar 2020
O cantal TNT come�a sua transmiss�o �s 20h30 (tapete vermelho); a cerim�nia tem in�cio �s 22h. O canal E! transmite o tapete vermelho a partir das 19h. A companhe a cobertura da premia��o nas redes sociais do EM