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Estado de Minas CINEMA

Festival � Tudo Verdade exibe filmes de Ruy Guerra rodados em Mo�ambique

'Mueda' e 'Os comprometidos' resgatam momentos hist�ricos que culminaram na independ�ncia do pa�s. At� 8 de maio, ambos estar�o dispon�veis no Spcine Play


15/04/2021 04:00 - atualizado 14/04/2021 21:44

Fotogramas de 'Mueda: Memória e massacre', filme sobre episódio que deflagrou a luta armada em Moçambique nos anos 1960
Fotogramas de "Mueda: Mem�ria e massacre", filme sobre epis�dio que deflagrou a luta armada em Mo�ambique nos anos 1960 (foto: Ruy Guerra/acervo)

Seis meses depois de conquistar o Kikito de melhor dire��o em Gramado, com o ainda in�dito “Aos peda�os”, exibido no Festival de Roterd� de 2020, Ruy Guerra tem investido seu tempo, nesta pandemia, na poesia e na m�sica, escrevendo versos, rebuscando redondilhas, espreitando m�tricas incomuns. Em paralelo aos marcos cin�filos que dirigiu, como “Os fuzis” (pr�mio do j�ri em Berlim, em 1964) e “Os cafajestes” (visto por cerca de 2 milh�es de pagantes em 1962), ele comp�s p�rolas como “Fado tropical” (com Chico Buarque), “Esse mundo � meu” (com S�rgio Ricardo) e “Reza” (com Edu Lobo).

Na 26ª edi��o do festival � Tudo Verdade, a incurs�o do diretor pelas narrativas de n�o fic��o � alvo de retrospectiva. Dele, s�o exibidos os longas “Os comprometidos – Actas de um processo de descoloniza��o” (1984) e “Mueda: Mem�ria e massacre” (1979).

A se��o dedicada � obra do cineasta – com o complemento da cinebiografia “O homem que matou John Wayne”, de Bruno Laet e Diogo Oliveira – inicia os festejos de seu 90º anivers�rio, que acontece no dia 22 de agosto. Todos os filmes podem ser vistos nas plataformas Spcine Play e Sesc Digital.

“Tenho escrito roteiros tamb�m, trabalhando com Luciana Mazzotti no projeto 'A f�ria', o terceiro tempo da trilogia que come�ou em 'Os fuzis' e seguiu com 'A queda'. E tenho uma produ��o j� pr�-montada para filmar na Bahia quando a pandemia acabar, “O tempo � faca”. Esse roteiro vai virar romance, mas o livro est� atrasado”, diz Guerra.

Questionado sobre a fronteira entre fato e fabula��o no cinema, o diretor e escritor responde: “Estamos todos no terreno da fic��o. Se nos reportamos a uma linguagem no ato de selecionar planos de um filme, n�o estamos traduzindo a realidade tal qual ela �. Estamos fazendo escolhas que fazem parte do ato de contar hist�rias. � isso o que gosto de fazer: contar hist�rias.”

Literatura 
Mo�ambicano radicado no Brasil, Guerra dialogou com a literatura de m�ltiplas formas em sua trajet�ria. Um exemplo � o filme “Er�ndira”, que ficou por meses a fio em cartaz na sala de cinema do Lincoln Center, em Nova York, apoiado no realismo perfumado de magia de Gabriel Garc�a M�rquez (1927-2014).

Por�m, a inspira��o dos filmes que o � Tudo Verdade selecionou n�o tem matriz liter�ria e, sim, na Mo�ambique natal. “Ningu�m filmou Garc�a M�rquez tanto, e t�o bem, quanto o Ruy, mas o que ele vai fazer, ao retornar para seu pa�s de origem em meio a um processo de liberta��o, de independ�ncia, � criar um document�rio que se mistura com a f�bula”, diz Amir Labaki, curador do festival.

“Quando assisti ao processo de Mo�ambique para se tornar independente, eu me coloquei � disposi��o para filmar l�. Trabalhei um ano e meio, buscando foco naquela realidade. O que fiz ali tem uma dimens�o oral, em parte porque a oralidade sempre esteve no meu cinema, at� como forma de driblar, com a palavra, eventuais precariedades de recursos para realizar o que pretendemos”, diz Guerra.

Em “Mueda”, ele reconstitui o massacre perpetrado pela administra��o colonial portuguesa no distrito hom�nimo de Mo�ambique, em 1960. O epis�dio marca a virada na hist�ria da resist�ncia colonial: a partir dele, conflagra-se a luta armada pela liberta��o do pa�s.

J� “Os comprometidos” documenta o violento julgamento de supostos colaboradores do regime colonial por um tribunal popular, liderado pelo presidente Samora Machel, em 1982. S�o dois registros hist�ricos, ambos marcados pela inquieta��o est�tica habitual do cineasta.

“Sou guiado pelo prazer do ato de cria��o. E o que crio, no cinema e em outras artes, n�o � dirig�vel, n�o � programado. Vou buscando, experimentando”, comenta Ruy Guerra. “Vivemos hoje uma dificuldade extra para filmar, com a pandemia. � preciso precau��o. Mas assim que isso acabar, vou a 'O tempo � faca'. E seguimos.” 

� TUDO VERDADE

“Mueda: Mem�ria e massacre”
» Dire��o: Ruy Guerra 
» Lan�amento: 1979

“Os comprometidos – Actas de um processo de descoloniza��o”
» Dire��o: Ruy Guerra 
» Lan�amento: 1984

“O homem que matou John Wayne”
» Dire��o: Bruno Laet e Diogo Oliveira 
» Lan�amento: 2017

.Filmes dispon�veis at� domingo (18/4), na plataforma Sesc Digital, e at� 8/5, na plataforma
Spcine Play



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