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Estado de Minas CINEMA

Veja quais s�o os filmes brasileiros selecionados pelo Festival de Cannes

Mostra francesa, que suspendeu sua edi��o 2020 devido � pandemia, volta a ser realizada nesta semana e tem Kleber Mendon�a Filho no j�ri


04/07/2021 04:00 - atualizado 03/07/2021 22:30

Drama sobre um casal de profissionais do cinema, o francês
Drama sobre um casal de profissionais do cinema, o franc�s "Bergman Island", de Mia Hansen-Love, compete pela Palma de Ouro e tem coprodu��o da brasileira RT Features (foto: RT Features/Divulga��o)

Postos de testagem r�pida para COVID-19 em v�rios locais, uso de m�scaras dispensado ao ar livre, por�m obrigat�rio em �reas fechadas. Tamb�m s�o compuls�rias as apresenta��es de certificado da segunda dose da vacina, exame PCR negativo ou prova de imunidade por meio de teste de anticorpos positivo. Bem-vindos a Cannes 2021, o primeiro festival de cinema presencial desde o in�cio da pandemia.

A partir da pr�xima ter�a-feira (06/07) at� 17 de julho, o mais importante festival de cinema do mundo, que em 2020 deixou de ser realizado, devido � crise sanit�ria, retorna para sua 74ª edi��o. Mais do que exibir filmes, o evento pretende mostrar que a ind�stria cinematogr�fica, extremamente impactada pela pandemia, segue firme. Sua realiza��o, no momento em que a Fran�a flexibilizou suas medidas restritivas, � um aceno para o futuro do audiovisual.

O Brasil ter� uma participa��o menor do que em edi��es anteriores. N�o h� nenhum longa nacional competindo pela Palma de Ouro, mas isto n�o quer dizer que o pa�s n�o esteja de certa forma no p�reo. O filme franc�s “Bergman Island”, que est� na disputa pelo pr�mio principal, tem entre seus coprodutores Rodrigo Teixeira, da RT Features. Dois curtas nacionais, “C�u de agosto” e “Sideral”, est�o na briga pela Palma de Ouro da categoria. O cineasta Kleber Mendon�a Filho, cujo “Bacurau” venceu o pr�mio do j�ri em 2019, integra o corpo de jurados que tem Spike Lee como presidente.
Cena de
Cena de "O marinheiro da montanha", de Karim Ainouz (foto: Globo Filmes/Divulga��o)

Vencedor da mostra Um Certo Olhar em 2019, com “A vida invis�vel”, o diretor cearense Karim A�nouz retorna a Cannes para exibir, fora de competi��o, “O marinheiro das montanhas”, sobre a rela��o de seus pais, uma brasileira e um argelino. A Quinzena dos Realizadores, mostra paralela dedicada � produ��o independente, selecionou o longa brasileiro “Medusa”.

Tamb�m na Quinzena figura “Murina”, mais uma produ��o internacional que tem Rodrigo Teixeira como produtor (aqui a RT divide a fun��o com Sikelia Productions, de Martin Scorsese). Outra mostra paralela, a Cin�fondation, dedicada a filmes de estudantes de cinema, exibe “Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro.

ZONA VERMELHA 

O Brasil � um dos pa�ses inscritos na zona vermelha pela Fran�a, ou seja, considerado de alto risco em rela��o � COVID-19. Em raz�o disso, os diretores e suas equipes que participam do festival receberam uma carta do evento que foi submetida �s autoridades francesas para autorizar (ou n�o) a viagem. N�o obstante, todos tiveram que ir com anteced�ncia para a Fran�a, j� que foi exigida quarentena.
Cena de %u201CMedusa%u201D, de Anita Rocha da Silveira(foto: Bananeira Filmes/Divulgação)
Cena de %u201CMedusa%u201D, de Anita Rocha da Silveira (foto: Bananeira Filmes/Divulga��o)

“� um privil�gio muito grande estar em Cannes. Para a gente que trabalha com cultura, conseguir comemorar (a sele��o) e se sentir feliz quando o Brasil bate 500 mil mortos � emocionalmente complexo”, comenta a atriz carioca Mariana Oliveira, protagonista de “Medusa”, segundo longa de Anita Rocha da Silveira.

Produzido pela mineira V�nia Catani, da Bananeira Filmes, “Medusa” � ambientado num Brasil do futuro, mas que traz uma rela��o com os dias atuais. Mari (tamb�m o nome da personagem principal) � uma das Preciosas do Altar, um coral de uma igreja neopentecostal. 

Funcion�ria de uma cl�nica de est�tica, ela sente uma press�o grande para ser perfeita. “At� que, um dia, acontece um acidente, ela � deixada de lado pelo grupo de amigas e busca a liberdade em outros lugares”, conta a atriz, que estreou no cinema em 2015 com o primeiro filme de Anita, “Mate-me por favor”.

� tamb�m uma figura feminina envolvida com uma igreja pentecostal que protagoniza o curta “C�u de agosto”, de Jasmin Tenucci. Antes de Cannes, o filme foi exibido, em janeiro passado, na Mostra de Tiradentes. Na hist�ria, uma enfermeira gr�vida de sete meses, interpretada por Badu Moraes, come�a a sentir muita ang�stia. “Neste meio tempo, ela conhece uma menina evang�lica e sente uma conex�o e um conforto quando come�a a frequentar a igreja. S� que isto vai eclodir em outra coisa”, revela Jasmin.
Cena de %u201CCéu de agosto%u201D, de Jasmin Tenucci(foto: Substância Filmes/Divulgação)
Cena de %u201CC�u de agosto%u201D, de Jasmin Tenucci (foto: Subst�ncia Filmes/Divulga��o)

Na opini�o da diretora, a sele��o para Cannes mostra que est� se dando aten��o � produ��o nacional, “no momento em que o Brasil precisa de espa�o nas artes, j� que, no pr�prio pa�s, est� dif�cil ter voz”. Apenas 10 curtas disputam a Palma de Ouro – foram cerca de 3,8 mil filmes inscritos neste formato.

Outro curta nacional selecionado, “Sideral”, de Carlos Segundo, foi rodado em janeiro e ficou pronto a tempo de ser enviado para a sele��o em Cannes. Paulista que come�ou a trabalhar em cinema em Uberl�ndia, onde est� sua produtora, O Sopro do Tempo, Segundo rodou o filme em Natal, onde vive h� quatro anos como professor no curso de Audiovisual da UFRN.

FOGUETE 

Primeira base a�rea de foguetes da Am�rica do Sul, a Barreira do Inferno, em Parnamirim (RN), � o ponto de partida da hist�ria, definida pelo cineasta como uma “tragicom�dia com fic��o cient�fica”. O lan�amento do primeiro foguete tripulado brasileiro afeta a vida de uma fam�lia simples da regi�o.
Cena de %u201CSideral%u201D, de Carlos Segundo(foto: Miguel Sampaio/Divulgação)
Cena de %u201CSideral%u201D, de Carlos Segundo (foto: Miguel Sampaio/Divulga��o)

“Sideral” foi realizado, em parte, com apoio da Lei Aldir Blanc. Mas sua montagem e finaliza��o ocorreram na Fran�a, com investimento p�blico franc�s, por meio da produtora Les Valseurs. Quando terminar o festival, Segundo ainda permanecer� alguns dias no pa�s europeu, pois lan�a nos cinemas, em 4 de agosto, o longa “Fendas” (2019), tamb�m rodado em Natal. Por ora, o filme permanece in�dito no Brasil.

Outra sele��o apertada foi a da Cin�fondation. “Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro, � um dos 17 selecionados da mostra, que teve 1.835 filmes inscritos. Curta resultante do Trabalho de Conclus�o de Curso (TCC) da Academia Internacional de Cinema de S�o Paulo, o filme traz uma rela��o direta com a vida do diretor.

“Ele acompanha Bento, que nasceu na Serra da Cantareira e se mudou para o Centro de S�o Paulo para trabalhar. Fiz esse mesmo movimento”, conta Ribeyro, que acompanha, por meio da fic��o, o impacto que as mudan�as trouxeram para o personagem. 

O curta foi finalizado h� um ano. Ribeyro o enviou para alguns festivais brasileiros, sem sucesso. Cannes foi sua primeira sele��o. “A sele��o me d� combust�vel para querer fazer mais. Mas lido com ela n�o com deslumbramento, e sim como uma evid�ncia de um potencial”, diz.

Produtor brasileiro com mais atua��o no internacional atualmente, Rodrigo Teixeira preferiu acompanhar Cannes de longe. “Na minha opini�o, festival para ir � o pr�ximo, n�o este”, diz ele, que acredita que esta edi��o pretende “devolver a esperan�a” ao cinema. Em 2019, at� ent�o a �ltima edi��o da Croisette, Teixeira assinou a produ��o de dois filmes premiados: o j� citado “A vida invis�vel” e “O farol”, de Robert Eggers.
Cena de %u201CMurina%u201D, de Antoneta Alamat Kusijanovic(foto: RT Features/Divulgação)
Cena de %u201CMurina%u201D, de Antoneta Alamat Kusijanovic (foto: RT Features/Divulga��o)

Teixeira n�o se surpreendeu com a sele��o de “Bergman Island”, de Mia Hansen-Love. “A diretora � francesa e tem uma rela��o com Cannes. A gente s� n�o sabia se ela seria contemplada com a competi��o principal”, diz ele, que se diz tamb�m “muito satisfeito” com o fato de o outro longa coproduzido pela RT tamb�m ser dirigido por uma mulher. 

“Murina” � o longa de estreia da croata Antoneta Alamat Kusijanovic. Na narrativa, a tensa rela��o entre uma adolescente e seu pai opressivo atinge o ponto m�ximo quando um velho amigo da fam�lia vai visit�-los em uma ilha.

. Brasil na Croisette

Confira t�tulos nacionais selecionados pelo festival e mostras paralelas

LONGAS

“O marinheiro das montanhas”, de Karim A�nouz (Sess�es Especiais; fora de competi��o) 
“Medusa”, de Anita Rocha da Silveira (Quinzena dos Realizadores) 

CURTAS

“C�u de agosto”, de Jasmin Tenucci (competi��o oficial) 

“Sideral”, de Carlos Segundo (competi��o oficial) Miguel  

“Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro (Mostra Cin�fondation)  

COPRODU��ES 

“Bergman Island”, de Mia Hansen-Love (Competi��o oficial, coprodu��o Fran�a/Su�cia/Brasil)

“Murina”, de Antoneta Alamat Kusijanovic (Quinzena dos Realizadores, coprodu��o Cro�cia/Brasil/EUA/Eslov�nia)

“O empregado e o patr�o”, de Manuel Nieto Zas (Quinzena dos Realizadores, coprodu��o Uruguai/Brasil/Argentina/Fran�a) 

“A noite do fogo”, de de Tatiana Huezo (Um Certo Olhar, coprodu��o M�xico/Brasil)








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