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Estado de Minas TEATRO

Atriz e seu ex fazem pe�a de teatro sobre a separa��o, ap�s 25 anos casados

O in�dito espet�culo 'Cora��o de campanha' estreia em BH em 17/9. Nesta sexta (10/9), Clarice Niskier inicia mostra de repert�rio na capital mineira


10/09/2021 04:00 - atualizado 10/09/2021 07:25

Com sua primeira encenação de 'A alma imoral' em 2021, Clarice Niskier dá a partida em mostra de repertório na capital mineira nesta noite
Com sua primeira encena��o de "A alma imoral" em 2021, Clarice Niskier d� a partida em mostra de repert�rio na capital mineira nesta noite (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.APRESS)

Com a alma e o cora��o cheios de esperan�a, a carioca Clarice Niskier traz sua lista de espet�culos a Belo Horizonte . Os trocadilhos devem ser perdoados j� que, no momento de abertura gradual das atividades culturais, uma atriz cumprir uma temporada extensa (e presencial) de quatro montagens teatrais em dois espa�os de Belo Horizonte � algo a se comemorar.

A partir desta sexta (10/9), come�ando pelo Cine-Theatro Brasil Vallourec, Clarice d� in�cio � sua celebra��o dos 40 anos de carreira – e 62 de vida, no domingo (12/9). Neste fim de semana,  ela apresenta tr�s espet�culos de seu repert�rio: “A alma imoral”, o mais conhecido e longevo deles, “A lista” e “A esperan�a na caixa de chicletes Ping Pong”. Na segunda (13/9),  tamb�m ministra uma oficina, no mesmo teatro.

J� a partir da pr�xima semana (17/9), a atriz d� in�cio a uma temporada de novo espet�culo, “ Cora��o de campanha ”, gestado durante a pandemia, a partir de suas pr�prias experi�ncias no per�odo de isolamento social. A montagem ficar� em cartaz at� 18 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil ( CCBB-BH ).

� mais comum que companhias teatrais, em vez de atores, tenham repert�rio. “Sempre foi meu sonho”, diz Clarice, que estreou em 1981, no Teatro Tablado, com a pe�a “Tambores da noite”, de Bertolt Brecht, e hoje soma 40 espet�culos no curr�culo. 

EQUIPE 

“Mas sem os parceiros que tenho n�o seria poss�vel”, acrescenta ela, que a partir dos anos 2000 passou a produzir suas montagens ao lado do diretor Amir Haddad e do m�sico Jos� Maria Braga, seu ex-marido . “Somos uma equipe est�vel. � sempre a mesma figurinista, o cen�grafo s� mudou para ‘Cora��o de campanha’, o t�cnico Carlos Henrique � quem opera todas as minhas pe�as.”

A viagem comemorativa tem in�cio com a adapta��o do best-seller do rabino Nilton Bonder “A alma imoral” (Rocco, 1998). Mesmo que a montagem tenha completado 15 anos e j� tenha corrido o pa�s com um sem-n�mero de apresenta��es (o n�mero oficial de espectadores � 500 mil), Clarice necessita estar sempre ensaiando. 

A sess�o desta noite ser� a primeira que ela far� da montagem em 2021 – a mais recente temporada foi em outubro de 2020, no Rio de Janeiro, como uma das primeiras pe�as a ter plateia na capital fluminense depois do in�cio da pandemia.

No mon�logo, que lhe rendeu o Pr�mio Shell de Melhor Atriz em 2007, Clarice fala de como foi arrebatada pelo livro de Bonder. Inspirada em conceitos b�blicos e filos�ficos, ela reflete sobre o certo e o errado, o moral e o imoral, estabelecendo uma conversa franca com a plateia. “A pe�a n�o mudou nada (desde a estreia), quem mudou fui eu”, conta.

ADAPTA��O 

“A alma imoral” acabou levando-a para “A lista”, adapta��o do texto da canadense Jennifer Tremblay (lan�ado em 2014 pela mineira Aut�ntica, a edi��o brasileira tem apresenta��o da pr�pria Clarice). A montagem, tamb�m de 2014, foi uma sugest�o do professor de teatro S�rgio Nunes, de Florian�polis. “Ele me assistiu em ‘A alma imoral’, em Salvador, e conseguiu meu e-mail. Disse que estava vindo do Canad� com uma pe�a e que queria me apresent�-la.”

O texto sobre uma mulher que prioriza suas listas de tarefas dom�sticas, em detrimento do pr�prio marido e dos filhos, foi rapidamente adquirido por Clarice no Brasil, que vem apresentando o mon�logo desde ent�o. Ter� uma sess�o neste s�bado (11/9). No domingo, � a vez de “A esperan�a na caixa de chicletes Ping Pong”, que tem um tom bem diferente das duas anteriores.

Clarice havia feito tr�s apresenta��es da montagem no Rio de Janeiro, quando a pandemia teve in�cio e fechou tudo. O espet�culo foi criado a partir das can��es de Zeca Baleiro. “A vida nos aproximou, e ele se tornou uma pessoa muito querida. Um dia disse a ele sobre a vontade de fazer teatro com as letras das m�sicas dele”, conta a atriz.

“Ele falou: ‘Fa�a’. Foi um quebra-cabe�a muito trabalhoso, pois costurei fragmentos de 50 e poucas m�sicas, como se fosse um almanaque, ou um cordel”, comenta ela, que, a despeito da origem da montagem, n�o canta em cena. “Brinco de cantar, fa�o um rap em cena e tamb�m uma m�sica do Nelson Ned.”

CACHORRO 

A pandemia a tirou de cena e a fez ficar em casa parada “me sentindo com um cachorro correndo atr�s do rabo”. Naquele mar�o de 2020, o casal Clarice e Jos� Maria j� estava separado. S� que o isolamento social impediu a mudan�a dele. Em abril do ano passado, a atriz perdeu o pai, o advogado Odilon Niskier, aos 94 anos, para a COVID-19. 

Morando junto com o ex, ela deu in�cio ao texto que gerou “Cora��o de campanha”, que depois de ter cumprido temporada nas unidades do CCBB no Rio de Janeiro e em Bras�lia, chega agora ao centro cultural de BH.

“A pe�a come�ou autobiogr�fica, mas fui acrescentando muito do que estava acontecendo no nosso coletivo tamb�m, com as not�cias de feminic�dio e viol�ncia dom�stica.” Em “Cora��o de campanha”, Clarice vive Ela, uma atriz casada h� 25 anos com Ele (Isio Ghelman), um professor universit�rio. T�m um filho de 21 anos que est� passando pelo per�odo mais dif�cil de sua vida. Decididos a ter uma separa��o amig�vel, eles vivem entre mar�o e dezembro de 2020 no apartamento do casal e novos planos surgem para o agora ex-casal.

Tal como no palco, Clarice e Jos� Maria t�m um filho de 21 anos. “O texto contrap�e a viol�ncia dom�stica (noticiada na pandemia) com uma amizade amorosa. Vivemos o oposto disso, pois era uma colabora��o, um carinho. Foram 25 anos de casamento, ent�o eu quis falar sobre a exce��o para mostrar que existe outro vi�s na experi�ncia humana”, comenta a atriz. 

Jos� Maria Braga, al�m de assinar a dire��o de produ��o do espet�culo, tamb�m � o autor da trilha sonora. “Em uma �poca de loucura, �dios, bipolaridade social, existem outros caminhos”, afirma Clarice.  

MOSTRA DE REPERT�RIO DE CLARICE NISKIER

Confira a agenda de espet�culos e a oficina que a atriz oferece na capital mineira, a partir de hoje 

ESPET�CULOS

“A ALMA IMORAL”

Nesta sexta (10/9), �s 21h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec, Avenida Amazonas, 315, Centro, (31) 3201-5211. Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia). � venda no  cinetheatrobrasil.com.br

“A LISTA”

Neste s�bado (11/9), �s 21h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec. � venda no  cinetheatrobrasil.com.br

“A ESPERAN�A NA CAIXA DE CHICLETES PING PONG” 

Neste domingo (12/9), �s 19h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec. Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia). � venda no  cinetheatrobrasil.com.br

“CORA��O DE CAMPANHA”

Temporada de 17 de setembro a 18 de outubro, com apresenta��es de sexta a segunda, �s 20h, no CCBB, Pra�a da Liberdade, 450, Funcion�rios, (31) 3431-9400. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia para as categorias previstas por lei e clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard). � venda no  bb.com.br/cultura

• OFICINA
>> Haja alma e esperan�a para tanta lista. Com dura��o de cinco horas, a oficina � aberta a atores e a n�o atores. Segunda (13/9), das 9h �s 11h e das 12h �s 15h no teatro de c�mara do Cine-Theatro Brasil Vallourec. 20 vagas. Ingressos: R$ 20. � venda no  cinetheatrobrasil.com.br


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