Odilon Esteves est� de volta com pe�a on-line dedicada a Clarice Lispector

Desde a adolesc�ncia, Clarice Lispector deixa Odilon Esteves “mexido”. Jovem, ele assistiu � pe�a “A hora da estrela”, dirigida por Cida Falabella, baseada no romance da escritora que se tornou um cl�ssico da literatura brasileira. A partir dali, fez v�rios trabalhos com textos dela. Agora, o ator reapresenta “Na sala com Clarice”, ainda comemorando o centen�rio de nascimento da escritora, ocorrido em 2020.

“Em seus livros, encontro mundos onde caibo. E onde cabem meus amigos, minha fam�lia e todo o mundo que desconhe�o. Queria ter sido contempor�neo dela, mas nasci 11 meses ap�s sua morte. No entanto, atrav�s de seus livros, venho atravessando a vida em sua companhia”, diz Odilon.

INTERATIVIDADE

A “pe�a liter�ria” on-line e interativa “Na sala com Clarice” traz textos escolhidos pelo p�blico e interpretados pelo ator. O espet�culo volta ao cartaz aos s�bados, a partir de hoje, at� 2 de outubro, via plataforma Zoom.

H� ingressos individuais e tamb�m o pacote para as quatro sess�es, pois a cada dia Odilon apresenta uma Clarice diferente. A proposta � “degustar” os textos da autora como um jantar especial, com “pratos” escolhidos pela audi�ncia, a partir de enquete realizada em chat na plataforma Zoom. Para isso, foi criado um “card�pio liter�rio” com todas as op��es do banquete.

S�o 25 textos de Clarice Lispector – o ator interpreta cinco a cada sess�o. H� “entrada”, dois “pratos principais”, “sobremesa” e at� “cafezinho” ao final.

 

Queria ter sido contempor�neo dela, mas nasci 11 meses ap�s sua morte. No entanto, atrav�s de seus livros, venho atravessando a vida em sua companhia"

Odilon Esteves. ator

 

Para a “entrada”, explica o ator, o p�blico definir� o texto a partir de ingredientes relacionados com textos de Clarice. Na rodada dos “pratos principais”, mais substanciosos, s�o apresentadas sinopses diferentes. A “sobremesa” traz obras de arte associadas �s cr�nicas.

“A ideia � estimular quem n�o conhece a obra da Clarice a usar a criatividade na hora de votar. Para quem j� conhece vai ser f�cil”, revela. O projeto estreou em novembro de 2020.

COZINHA

Diante das restri��es impostas pela pandemia, Odilon Esteves teve a ideia de receber o p�blico dentro de sua pr�pria casa. S�o visitas on-line. Como bom mineiro, ele considera a cozinha um espa�o de confraterniza��o. � justamente ali que o espet�culo se inicia, para chegar depois � sala de jantar.

 

“Parto da ideia que veio depois de um jantar de fam�lia, em 2008, em que narrei um conto do Guimar�es Rosa para meus tios, na cozinha de casa. A cozinha virou um teatro para mim. Com as novas tecnologias, consigo trazer as pessoas para dentro da minha casa”, diz Odilon.

Na opini�o dele, o universo virtual oferece novas possibilidades ao teatro. “Fazer um espet�culo em casa para a fam�lia foi muito legal. A pandemia est� longe de acabar. Por conta disso, a gente descobriu o novo formato, on-line, e ampliaram-se as fronteiras. Muita gente que n�o teria oportunidade de participar de uma sess�o presencial agora consegue ser parte disso tudo”, conclui Odilon Esteves.

* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria

“NA SALA COM CLARICE”

Com Odilon Esteves. Quatro pe�as de 70 a 90 minutos, cada. De hoje (11/09) a 2/10, sempre aos s�bados, �s 20h. Ingresso individual: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Passaporte para todos os s�bados: R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia-entrada). � venda no site Sympla ( www.sympla.com.br/nasalacomclarice )

 

 

ALMA BRASILEIRA

Em 2020, o Brasil comemorou os 100 anos do nascimento de Clarice Lispector. Sua obra, de muitas facetas, encanta leitores no pa�s e no mundo. Mestra da subjetividade, ela escreveu os cl�ssicos “Perto do cora��o selvagem”, “La�os de fam�lia”, “A hora da estrela”, “A ma�� no escuro” e “A paix�o segundo G.H.” Deixou romances, contos e cr�nicas, al�m de textos jornal�sticos.

 

De fam�lia ucraniana, Clarice Lispector veio para o Brasil com menos de 2 anos. Passou a inf�ncia no Recife, cen�rio de muitos de seus contos e cr�nicas. Esposa de diplomata, viveu em v�rios pa�ses, mas gostava de dizer que era brasileira. Morreu em 9 de dezembro de 1977, aos 56 anos, de c�ncer no ov�rio, no Rio de Janeiro.