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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Diogo Vilela exercita a voz para emprest�-la a 'Cauby, uma paix�o'

Ator encena espet�culo em homenagem ao cantor nesta sexta-feira (29/10) e s�bado em Belo Horizonte


29/10/2021 04:00 - atualizado 29/10/2021 07:41

Diogo Vilela vestido e maquiado como Cauby Peixoto, com peruca e casaco brilhante
O ator Diogo Vilela conta que est� se preparando desde agosto para a estreia hoje na capital mineira (foto: Dalton Val�rio/Divulga��o)

A pandemia do novo coronav�rus obrigou muita gente a se reinventar e desenvolver novos trabalhos, principalmente no campo das artes c�nicas. No caso do ator Diogo Vilela, esse movimento foi, na verdade, um reencontro com um de seus projetos de maior sucesso no teatro, o musical biogr�fico "Cauby, Cauby", no qual ele interpreta o c�lebre cantor Cauby Peixoto (1931-2016).

Em novembro de 2020, Vilela foi convidado para transformar a pe�a – encenada originalmente em 2006 e 2018 – em uma live. Como ele n�o podia contracenar com outros atores por uma quest�o de seguran�a sanit�ria, o texto virou o mon�logo "Cauby, uma paix�o", que, instantaneamente, conquistou os f�s saudosos do cantor. 

Agora, quase um ano ap�s a transmiss�o on-line, a montagem estreia presencialmente nesta sexta-feira (29/10), no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte, onde tamb�m ser� encenada no s�bado (30/10), em formato h�brido.

"Est�vamos naquele terror que a gente viveu e a� recebi o convite para fazer o ‘Cauby’. Na �poca, a gente estava tentando retomar os trabalhos. Depois de pensar um pouco, eu disse: 'Tudo bem, eu vou fazer'. A partir da�, foi o trabalho de reunir as m�sicas do Cauby e conversar com o Fl�vio Marinho, que assina o roteiro", conta o ator.

No palco, acompanhado por uma banda composta por tr�s m�sicos, ele recomp�e parte da trajet�ria de Cauby Peixoto e canta cl�ssicos eternizados pela voz do cantor, como "Concei��o", "A p�rola e o rubi", "Molambo", "Samba do avi�o" e "Eu e a brisa". Ao todo, s�o 17 can��es que integram o repert�rio do espet�culo, permeadas por depoimentos de Cauby, interpretado por Diogo Vilela.

''Quando nos conhecemos, ele (Cauby Peixoto) elogiou o jeito como eu canto as m�sicas que ficaram conhecidas na voz dele. Ele chegou a me dizer que o que eu fazia n�o era uma imita��o. Ele me ajudou muito, era uma pessoa muito gentil e um ser humano �mpar, desses que n�o existem mais. Al�m de tudo isso, tinha um talento gigantesco e aquela voz deslumbrante''

Diogo Vilela, ator


TEXTOS

"Estamos h� dois meses ensaiando para esse retorno presencial. Quando recebemos o convite para encenar a pe�a ao vivo, diante do p�blico, fizemos alguns ajustes em rela��o ao que foi apresentado na internet. A gente fez um levante no show, acrescentamos duas m�sicas e tamb�m inclu�mos bateria na banda", ele conta.

Entrela�ados aos n�meros musicais, os textos reproduzidos no palco foram proferidos pelo pr�prio Cauby em diferentes �pocas. A maioria deles versa sobre caracter�sticas e curiosidades sobre o artista, como lembran�as de passagens da inf�ncia, em Niter�i, onde ele nasceu, e momentos decisivos do estrelato.

"As pessoas gostam do Cauby porque, al�m de cantor, ele tem uma energia maravilhosa", afirma Diogo Vilela. E ele fala com a propriedade de quem conheceu o cantor pessoalmente. Nas primeiras sess�es da pe�a, em 2006, Cauby Peixoto fez quest�o de prestigiar a montagem e aprovou a interpreta��o do ator.

"Quando nos conhecemos, ele elogiou o jeito como eu canto as m�sicas que ficaram conhecidas na voz dele. Ele chegou a me dizer que o que eu fazia n�o era uma imita��o. Ele me ajudou muito, era uma pessoa muito gentil e um ser humano �mpar, desses que n�o existem mais. Al�m de tudo isso, tinha um talento gigantesco e aquela voz deslumbrante."

A prepara��o para dar vida a uma personagem t�o ic�nico da cultura nacional envolve uma s�rie de cuidados do ator para preservar a voz. "Fa�o aula de canto h� 26 anos com um professor especializado em canto l�rico. Tamb�m fa�o exerc�cios di�rios, mantenho uma dieta bastante restrita e uma rotina de sono regrada. Tem que manter uma coisa estoica, bem severa, para a voz ficar boa", conta o ator.

"Aos poucos, eu venho aperfei�oando a minha voz. Conforme eu fui fazendo o ‘Cauby’, minha voz foi ampliando, com um trabalho t�cnico muito �rduo. S�o horas e horas trabalhando. Para a estreia em BH, estou fazendo aula direto desde agosto", ele acrescenta.

Embora seja uma estreia com a presen�a de p�blico, "Cauby, uma paix�o" ser� encenada para uma plateia reduzida, e o uso de m�scara ser� obrigat�rio no teatro. Outros protocolos de seguran�a, como a medi��o de temperatura na entrada, disponibiliza��o de totens com �lcool em gel 70% e circula��o orientada pela equipe da casa ser�o adotados.

''Eu sinto que todo mundo quer se ver livre de todo esse retrocesso. As pessoas querem o Brasil de volta. Temos que ser mais progressistas, sair desse s�culo 19 do qual a gente n�o sai nunca. O Brasil precisa de menos coronel e mais democracia verdadeira''

Diogo Vilela, ator


PRESEN�A

No s�bado, haver� tamb�m transmiss�o on-line, o que agrada a Diogo Vilela pelo fato de possibilitar que um p�blico maior assista � pe�a, j� que o teatro ainda n�o est� autorizado a funcionar com capacidade m�xima. Apesar disso, ele n�o nega que encenar diante de um p�blico presente � completamente diferente.

"Teatro � presen�a. N�s utilizamos recursos tecnol�gicos durante o �ltimo ano para a arte continuar. Pode ser que num futuro bem pr�ximo isso seja somente um acr�scimo para o p�blico que n�o pode ou n�o quer ir ao teatro presencial. Quando n�s nos lembrarmos de tudo o que vivemos, vamos ter em mente que fazer as coisas on-line tamb�m � muito legal. Acredito que, no futuro, isso vai ser um recurso muito usado, que � muito bem-vindo, mas a presen�a � mais importante", avalia.

Para o ator, 2020 foi um ano de muitos desafios, principalmente no campo profissional. "Houve o momento de desespero, porque n�s perdemos tudo. Quando a pandemia come�ou, eu estava em cartaz em S�o Paulo com a pe�a 'A verdade'. Como todo mundo, tive que parar. Foi muito dif�cil. Mas como houve muitas perdas de vida, n�s n�o podemos nem reclamar, porque estamos vivos. No in�cio, precis�vamos preservar a vida antes de ter a arte. Agora que estamos voltando ao normal, volta tamb�m a arte na nossa vida. No �ltimo ano, a gente percebeu o quanto a arte � importante para a nossa vida."

Os problemas, segundo ele, n�o est�o restritos ao impacto da pandemia no campo de trabalho. Ao falar sobre o Brasil, ele afirma que o cen�rio atual do pa�s � "desalentador".

"Fomos jogados ao relento e hoje � dif�cil viver no nosso pr�prio pa�s. Vivemos um retrocesso muito grande e a conta disso vai ser paga por todos n�s. Os culpados v�o ter que fazer mea-culpa e se retratar para que, assim, possamos continuar", analisa.

A �nica esperan�a para superar essa crise, em sua opini�o, est� numa tomada de consci�ncia dos pr�prios brasileiros, algo que ele j� v� acontecer. "Eu sinto que todo mundo quer se ver livre de todo esse retrocesso. As pessoas querem o Brasil de volta. Temos que ser mais progressistas, sair desse s�culo 19 do qual a gente n�o sai nunca. O Brasil precisa de menos coronel e mais democracia verdadeira."

Com a estreia de "Cauby, uma paix�o" em BH, Diogo Vilela retoma a agenda de trabalhos. Por ora, a pe�a n�o sair� em turn�. Mas o motivo disso � bom: o ator se prepara para gravar uma s�rie original brasileira da Amazon Prime. Apesar de n�o poder dar detalhes sobre a produ��o, ele adianta que as grava��es devem ocorrer at� mar�o de 2022. A partir da�, a ideia � cair na estrada como Cauby.

"Tamb�m tenho planos de estrear uma outra pe�a, um texto do Nelson Rodrigues, que pretendo levar para Belo Horizonte."

“CAUBY, UMA PAIX�O” 

Nesta sexta (29/10) e s�bado (30/10), �s 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Rua dos Carij�s, 258, Centro). Ingressos pelo site eventim.com.br e na bilheteria do teatro, a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). A sess�o de s�bado ter� transmiss�o on-line, com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), � venda no site eventim.com.br e na bilheteria do teatro


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