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Estado de Minas CINEMA

Filmes ind�genas s�o destaque do Forumdoc.bh 2021

Festival do filme etnogr�fico e documental come�a nesta quinta-feira (18/11) com 46 filmes em exibi��o e formato h�brido


17/11/2021 04:00 - atualizado 17/11/2021 07:42

Índios de cocar em círculo
Cena do filme 'Y�kwa, o banquete dos esp�ritos', um dos t�tulos selecionados para esta edi��o h�brida do festival, que vai at� o pr�ximo dia 2 de dezembro (foto: Fotos: Forumdocbh/Divulga��o)
O F�rumdoc.bh completa 25 anos reafirmando o compromisso de incluir novos protagonistas na cena cinematogr�fica, em especial diretores ind�genas. A edi��o deste ano do festival dedicado ao filme etnogr�fico e documental re�ne 46 t�tulos, divididos em tr�s mostras que destacam a produ��o de realizadores ind�genas, LGBTQUIA+, negros e ciganos. 

O Festival ocorre em formato h�brido, a partir desta quinta-feira (18/11) at� 2 de dezembro, com programa��o 80% on-line e 20% presencial. As sess�es ser�o realizadas no Cine Humberto Mauro, no Pal�cio das Artes, e na plataforma cinehumbertomauromais.com.  

Debates, mesas-redondas, masterclass, v�deo-instala��es, cat�logos bibliogr�ficos e uma manifesta��o on-line completam a vig�sima quinta edi��o do festival mineiro. A programa��o � gratuita. 

“O festival abre um repert�rio que era sistematicamente inviabilizado por um cinema dominado por homens brancos. Isso � muito patente: a falta de realizadores mulheres, negras, ind�genas. O mais interessante � que esses filmes de fato modificam nosso entendimento n�o s� sobre o Brasil, mas sobre nossa rela��o com a natureza, a terra”, afirma Paulo Maia, curador e um dos fundadores do Forumdoc.

REPERT�RIO 

“A presen�a de realizadores ind�genas, afro-brasileiros, LGBT, d� um refresh n�o s� do ponto de vista do conte�do, mas tamb�m da forma, que � uma coisa que nos interessa muito. Ou seja, como os filmes s�o feitos? Eles s�o realizados a partir de que desejo? A partir de que repert�rio t�cnico?”, diz. 

Na celebra��o dos 25 anos, o Forumdoc.bh dedica duas mostras exclusivamente ao cinema indigena, que vem ganhando destaque na cena nacional nos �ltimos anos. "Desaparecimento e reaparecimento dos povos e das imagens" retoma a parceria com o projeto V�deo nas Aldeias (VNA) - precursor no fomento � produ��o audiovisual indigena de maneira aut�noma nas aldeias. A iniciativa, idealizada por Vincent Carelli, est� presente no festival desde a sua primeira edi��o, em 1997. 

“A gente pode dizer que o Forumdoc acompanhou todo esse arco de entrada dos realizadores ind�genas na cena do cinema”, afirma Paulo Maia. A mostra exibe 11 filmes do VNA, al�m de dois longas sobre povos ind�genas isolados ("Serras da desordem", 2006, de Andrea Tonacci; "Piripkura", 2017, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge). 

Al�m disso, uma v�deo-instala��o no Espa�o Mari'Stella Trist�o, no Pal�cio das Artes, faz parte da mostra, com a proje��o de seis sequ�ncias in�ditas do acervo V�deo nas Aldeias (com cerca de 60 minutos de dura��o cada um). 

Com curadoria de Vincent Carelli,  as  imagens foram produzidas por diferentes comunidades ind�genas brasileiras e n�o foram inclu�das em nenhum filme do projeto.  

Homem indígena segura câmera
O festival exibe duas mostras dedicadas exclusivamente ao cinema ind�gena e destaca produ��es originadas no projeto V�deo Nas Aldeias

MANIFESTA��O 

O fundador do VNA tamb�m participa de dois debates no Pal�cio das Artes (nos dias 23/11 e 24/11) sobre a mostra, que ainda ter� manifesta��o on-line com importantes lideran�as ind�genas, a favor dos povos isolados nas florestas (28/11, �s 11h).

Para Paulo Maia, o cinema � uma esp�cie de escudo e arma das culturas ind�genas. “Os ind�genas logo perceberam que o cinema � uma ferramenta de luta. Eles comparam a c�mera com uma arma, no sentido da defesa dos territ�rios e para dar visibilidade para o que est� acontecendo (nas aldeias). A m�dia � muito condescendente com a invas�o dos territ�rios ind�genas pelo agroneg�cio e a minera��o no Brasil", aponta. 

Nesta edi��o, o F�rumodoc.bh tamb�m exibe produ��es ind�genas de fora do Brasil,  com uma retrospectiva de oito filmes produzidos pelo Karrabing Film Collective - coletivo de aproximadamente 30 cineastas de diferentes etnias do Norte da Austr�lia. As obras s�o exibidas pela primeira vez na Am�rica Latina e apresentam a saga dos povos para preservar suas vidas e terras ancestrais.

“Para a gente (curadores), foi uma das filmografias mais instigantes dos �ltimos tempos. Traz uma criatividade gigantesca na sobreposi��o de imagens, no tipo de proposta e na mise en sc�ne, com uma coisa que eles chamam de realismo improvisado. As quest�es s�o muito semelhantes com o que acontece com os povos ind�genas aqui no Brasil. A gente v� muitas analogias”, observa Paulo. 

Homem indígena segura maquete de casa, com construção ao fundo
�ndios da tribo dos guaranis no Brasil e na Argentina relembram as tr�gicas hist�rias das miss�es jesu�ticas no document�rio 'Tava, a casa de pedra' (2012), que integra a programa��o do festival

CURA 

A retrospectiva inclui uma masterclass com a antrop�loga norte-americana Elizabeth Povinelli, integrante do Karrabing Film Collective, no dia 28/11, �s 20h. A confer�ncia tem tradu��o simult�nea em libras.  

Por fim, a mostra "Comunidades de cuidado: fabula��es, enfrentamentos e �ticas de cura" re�ne filmes (majoritariamente brasileiros) realizados por diretores indigenas, negros, LGBTQUIA e ciganos. Os 19 document�rios discutem o processo de constru��o de comunidades com aten��o � �tica da cura - inspirada no trabalho do artista visual Castiel Vitorino. 

“� uma mostra bem heterog�nea, que traz um repert�rio maior e mais diverso. E interconecta, sem deixar as particularidades, as comunidades negras, ind�genas, ciganas e LGBTQUIA ”, segundo afirma Paulo Maia. 

A mostra se divide em tr�s eixos (fabula��o, enfrentamento e cura) e discute quest�es em pauta no s�culo 21, como patriarcado,  racismo, LGBTfobia, machismo, misoginia e xenofobia. Haver� uma confer�ncia com Castiel Vitorino (21/11, com tradu��o em libras) e tr�s mesas tem�ticas com inscri��es pr�vias gratuitas.

Na abertura do F�rumdoc.bh 2021, �s 18h30 desta quinta, haver� um debate on-line sobre a constitui��o e resist�ncia de arquivos e acervos. A discuss�o problematiza os arquivos convencionais, que geralmente sustentam a narrativa do Estado e inviabilizam as hist�rias das minorias, como os negros e ind�genas. 

“Por exemplo, a Comiss�o da Verdade (criada pela ex-presidente Dilma Rosseff, em 2011) revelou o assassinato de mais de 16 mil indigenas pela ditadura militar. At� a cria��o desse acervo, ningu�m sabia disso”, aponta Paulo Maia. Participam do debate o cineasta indigena Gustavo Caboco e os pesquisadores Juliana Fausto e Marcelo Zelig (do canal de YouTube Armaz�m da Mem�ria). 

*Estagi�rio sob a supervis�o da editora Silvana Arantes

FORUMDOC.BH – 25º FESTIVAL DO FILME DOCUMENT�RIO E ETNOGR�FICO
Desta quinta-feira (18/11) a 2 de dezembro. Programa��o completa no site www.forumdoc.org.br. Instagram e Facebook: @forumdoc.bh.


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