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Estado de Minas M�SICA

M�nica Salmaso lan�a 'Caipira online' e diz que arte � o seu 'rem�dio'

Cantora faz saraus com amigos, via YouTube, celebrando a cultura do interior do Brasil. O mineiro S�rgio Santos e Rolando Boldrin s�o os pr�ximos convidados


29/11/2021 04:00 - atualizado 29/11/2021 08:03

Cantora Mônica Salmaso sorri e olha para o céu, emoldurada por janela de estilo colonial
M�nica Salmaso diz que suas ra�zes s�o 'urban�ssimas', mas sempre teve paix�o pelo 'Brasil dos interiores' (foto: Paulo Rapoport/divulga��o)
M�nica Salmaso pertence ao naipe que se insere entre a velha guarda e a nova gera��o de cantoras brasileiras. Registrado em 12 discos e tr�s DVDs, seu trabalho tem a diversidade e o bom gosto como marcas registradas. Aos 50 anos e 25 de carreira, ela est� entre as int�rpretes mais importantes do Brasil.

Essa paulistana j� emprestou sua bela voz aos afrossambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, a can��es de Chico Buarque, � parceria de Guinga e Paulo C�sar Pinheiro e � delicadeza do lirismo proposto por diferentes autores.

Com o �lbum “Caipira”, lan�ado em 2017, M�nica incorporou a seu trabalho o universo rural. De l�, trouxe cantigas criadas e registradas originalmente por J. Cascata (“Minha palho�a”), Renato Teixeira (“Amanheceu, peguei a viola”) e Xang� da Mangueira (“Moro na ro�a”). Incluiu nesse repert�rio Tom Z� (“Menina, amanh� de manh�”), Chico C�sar (“Beradero”) e o mineiro S�rgio Santos (“Voz”), entre outros.

"Tenho muito orgulho da minha jornada, feita tijolo a tijolo, do meu jeito de formiga trabalhadora. Gosto de ter formado um p�blico lindo e variado"

M�nica Salmaso, cantora

 

“Quando fiz esse disco, pensava naquele brasileiro do interior do pa�s, mas que tamb�m traz o interior de si mesmo. A rela��o com a natureza faz parte da vida dessas pessoas de uma forma diversa. Elas t�m um ponto de vista f�sico amplo, o que amplia tamb�m seu pr�prio universo interior”, destaca M�nica. “O espa�o de contempla��o para fora tamb�m reflete para dentro. Queria entrar em contato com isso.”

A pandemia obrigou a cantora a interromper a turn� de “Caipira”. Surgiu ent�o a ideia de levar o conte�do do projeto, em outro formato, para as plataformas digitais. Em “Caipira online”, realiza��o da � de Casas Produ��es Art�sticas, ela recebe convidados. 

No primeiro epis�dio, que estreou em 19 de novembro, M�nica fez live com o trio Conversa Ribeira, formado por Andrea dos Guimar�es (voz), Jo�o Paulo Amaral (viola e voz) e Daniel Muller (piano e acordeom). Na �ltima sexta-feira (26/11), foi a vez do violeiro Paulo Freire. Os pr�ximos parceiros s�o S�rgio Santos, na sexta que vem (3/12), e Rolando Boldrin, em 10 de dezembro.

"H� verdade absoluta nas minhas escolhas, h� o compromisso, tamb�m absoluto, que tenho comigo de fazer sempre o meu melhor"

M�nica Salmaso, cantora

 

“� uma alegria ter como convidado especial o grande artista Rolando Boldrin, com toda a vida dedicada � valoriza��o da cultura popular brasileira, mostrando o que temos de mais forte e rico, de mais �nico e potente em termos de identidade. Para mim, Boldrin � um gigante brasileiro, algu�m que merece todas as rever�ncias”, diz.

Aos 50 anos de idade e 25 de carreira, voc� dedicou metade de sua vida � m�sica. Que avalia��o 
faz desta jornada?
Tenho muito orgulho da minha jornada, feita tijolo a tijolo, do meu jeito de formiga trabalhadora. Gosto de ter formado um p�blico lindo e variado, que chegou ao meu trabalho e ainda chega por identidade, unicamente. Tive sorte, de sa�da, ao aceitar, ainda que sabendo da responsabilidade que isso pedia, fazer o primeiro disco em duo com um grande m�sico, muito mais experiente, muito mais sabedor de m�sica do que eu: o Paulo Bellinati (CD “Afro-sambas”, de 1996). A partir desse trabalho, muitas portas se abriram, conheci muita gente incr�vel, fiz la�os, aprendi muito e pude fazer a minha estrada musical.

Voc� cantou Baden Powell e Vinicius de Moraes; Chico Buarque em “Noites de gala, samba na rua”; 
o lirismo da MPB em “Alma l�rica”; Paulo C�sar Pinheiro e Guinga em “Corpo de baile”. Em seu �lbum mais recente est� o universo caipira. A diversidade � a marca registrada do seu trabalho?
As marcas registradas do meu trabalho s�o o meu amor � m�sica brasileira, a minha liberdade de criar e de aceitar projetos com os quais me identifico e as parcerias musicais incr�veis. H� verdade absoluta nas minhas escolhas, h� o compromisso, tamb�m absoluto, que tenho comigo de fazer sempre o meu melhor. S�o essas as coisas que definem n�o s� meus trabalhos, como o desenho inteiro da minha carreira at� aqui.

Alguma origem interiorana a levou a gravar o disco “Caipira”?
Na realidade, minha origem � urban�ssima. Nasci na cidade de S�o Paulo, mas tudo a respeito do Brasil dos interiores, folclores e religiosidades sempre me emocionou profundamente. “Caipira” nasceu de um show que fiz dedicado a esse universo, para o qual o violeiro, escritor e compositor Paulo Freire me mostrou um apanhado maravilhoso de m�sicas. Ali, entendi o tamanho desse universo. Encomendei a ele, formalmente, uma pesquisa, uma playlist enorme de m�sicas, de onde parti para compor o repert�rio do CD.

Voc� utilizou bem o longo per�odo da quarentena desenvolvendo o projeto on-line “� de casas”. Valeu a pena?
A viv�ncia da pandemia provocou enorme deslocamento na vida de todos. Claro, em diferentes graus, com diferentes condi��es de sobreviv�ncia e de cuidados, como ficou claro, vis�vel e ineg�vel. Essa experi�ncia s� poder� valer a pena, em nome de tantas perdas e de tantas dores, se for transformada em consci�ncia. “� de casas” foi a forma que encontrei, com a generosa participa��o de tantos amigos que admiro, de estar perto das pessoas, de ajud�-las a atravessar este momento, de mostrar o quanto a arte � fundamental na vida de todos e o poder que ela tem de nos organizar. De nos curar mesmo. Foi uma coisa nascida no improviso que virou o meu rem�dio e me fez respirar, seguir viva na m�sica, trazer de volta uma identidade de Brasil que est� amea�ada. Encontrar meus amigos, mesmo � dist�ncia, e fazer uma rede de afeto por interm�dio da m�sica.

O que a s�rie “Caipira online” prop�e?
N�s ainda est�vamos fazendo a turn� do CD “Caipira”, patrocinados pela Icatu por meio da Lei Rouanet, quando veio a pandemia. Quatro espet�culos tiveram que ser cancelados. Ficamos esperando a pandemia passar para realiz�-los, prorrogamos o projeto por mais um ano. Mesmo assim, fiquei com medo de n�o conseguir voltar com o show aos palcos, por todas as dificuldades que ainda existem. Tivemos, ent�o, a ideia de transformar os quatro shows em quatro conte�dos digitais, gravando, em est�dio, 32 can��es – eu os m�sicos da turn�: Neymar Dias, Lulinha Alencar, Teco Cardoso, Luca Raele e Ari Colares.

E de convidar para cada epis�dio um artista que tem a ver com o trabalho. S�o v�deos � dist�ncia com os convidados. Foi muito emocionante estar de volta com os m�sicos, refazer o repert�rio do show e criar outros 16 arranjos para can��es que n�o estavam no repert�rio. Foi um banho de m�sica, com os convidados: Trio Conversa Ribeira, Paulo Freire, S�rgio Santos e Rolando Boldrin. Tamb�m � a minha forma de homenage�-los.

O que trazem os �lbuns que voc� gravou no Jap�o com Guinga e Jos� Pedro Gil?
S�o dois trabalhos diferentes, ambos feitos antes da pandemia e lan�ados este ano. O CD “Japan tour” foi gravado em 2019, durante uma turn�. Fizemos em quarteto: eu, Guinga, Teco Cardoso e Nailor Proveta. Uma turn� linda que virou CD. J� o projeto “Estrada branca” � o encontro das obras de Vinicius de Moraes e Jos� Afonso atrav�s, de um lado, da minha voz, com Nelson Ayres e Teco Cardoso, e de outro, da voz do portugu�s Jos� Pedro Gil, de Emanuel de Andrade e quarteto de cordas. Fizemos espet�culos por algumas cidades de Portugal e gravamos ao vivo, em 2019. Tamb�m saiu este ano pela Biscoito Fino.

Tem algum novo projeto em vista?
Gostaria de fazer shows do CD “Japan tour” e do “Estrada branca”. Eu e o pianista Andr� Mehmari vamos lan�ar nas plataformas digitais, tamb�m pela Biscoito Fino, o trabalho “Milton”, que gravamos durante a pandemia homenageando Milton Nascimento. 

CAIPIRAS COM M�NICA

O músico Sergio Santos abraçado ao violão
(foto: Paulo Santos/divulga��o)
S�RGIO SANTOS

Pr�xima sexta-feira (3/12), �s 21h.

Músico Rolando Boldrin olha para a câmera, com a mão no queixo
(foto: Pierre Yves Refalo/divulga��o)
ROLANDO BOLDRIN

Em 10 de dezembro, �s 21h

. Ingresso consciente: R$ 60, R$ 50 e R$ 30 (meia-entrada). � venda no site Sympla. Shows transmitidos via YouTube.


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