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Estado de Minas CINEMA

Sundance exibe filmes sobre aborto em meio � ofensiva conservadora nos EUA

"The Janes" e "Call Jane" abordam a luta das mulheres nos anos 1960, enquanto "Happening" conta a hist�ria de gr�vida que se operou na Fran�a


26/01/2022 04:00 - atualizado 26/01/2022 02:50

Atrizes Wunmi Mosaku e Elizabeth Banks, sentadas numa escada, em cena do filme Call Jane
Wunmi Mosaku e Elizabeth Banks no filme "Call Jane", sobre o coletivo que enfrentou o governo e a lei para defender o aborto nos anos 1960 (foto: Sundance/divulga��o)

 
Com o direito ao aborto sob amea�a nos Estados Unidos, cineastas apresentam no Festival de Sundance tr�s filmes que destacam os riscos hist�ricos que as mulheres enfrentam ao passar por procedimentos ilegais.

O document�rio “The Janes” e o filme “Call Jane”, repleto de estrelas do cinema, retratam o coletivo de mesmo nome que nos anos 1960 ajudava gr�vidas em Chicago a entrarem em contato com m�dicos que trabalhavam escondidos.

J� o premiado “Happening” fala sobre a jovem que arriscou tudo, na d�cada de 1960, para abortar na Fran�a. “Vivi nessa �poca, e acredite: n�o queremos voltar a isso”, afirmou a atriz Sigourney Weaver, protagonista de “Call Jane”.
 

CASO ROE VS WADE

Sundance exibe as produ��es no anivers�rio de 49 anos do caso Roe versus Wade, com o qual a Suprema Corte estabeleceu jurisprud�ncia para endossar o direito ao aborto nos Estados Unidos.

Agora, o direito constitucional est� sob ataque, pois estados dominados pelo Partido Republicano aprovam leis que dificultam o acesso ao aborto.

Defensores do procedimento temem que a atual configura��o da Suprema Corte, com tr�s ju�zes conservadores indicados pelo ex-presidente republicano Donald Trump, restrinja ou at� elimine o direito ao aborto.

Phyllis Nagy, diretora de “Call Jane”, revela que se prop�s a contar “uma hist�ria sobre mulheres que permita outras mulheres se emanciparem”. De acordo com ela, “Call Jane” faz isso “com humor, com um toque de leveza e com certa urg�ncia”.

H� muitos filmes sobre aborto porque o tema � importante, defende Nagy. “Isso � extremamente necess�rio para que o nosso precioso direito de escolha n�o desapare�a de imediato.”

O coletivo Jane, que surgiu no final dos anos 1960, conectado ao movimento dos direitos civis e contra a guerra do Vietn�, operou at� 1973, quando o aborto foi legalizado.

Naquela �poca, volunt�rios, em sua maioria mulheres, forneciam conselhos telef�nicos e ofereciam apartamentos para improvisar cl�nicas. Usavam os pr�prios carros para levar gr�vidas e ajudavam quem n�o tinha recursos, arrecadando dinheiro para pagar as opera��es, ilegais naquela �poca.

"Sem essas mulheres, eu n�o teria conseguido aproveitar as liberdades das quais desfrutei por toda a minha vida"

Elizabeth Banks, atriz, sobre o Coletivo Jane



Algumas das “Janes”, inclusive, aprenderam a realizar os procedimentos. “Sem essas mulheres, eu n�o teria conseguido aproveitar as liberdades das quais desfrutei por toda a minha vida”, afirma a atriz Elizabeth Banks, outra protagonista do filme.

V�rios integrantes do grupo foram entrevistados pelo document�rio da HBO “The Janes”, que estreou na segunda-feira nos EUA. Um dos depoimentos � o de Heather Booth, que fundou o coletivo ao encontrar o m�dico que atendeu a irm� de uma amiga, que come�ou a ter pensamentos suicidas depois de ficar gr�vida.

“At� falar sobre fazer um aborto era considerado conspira��o para cometer um crime”, lembra Heather Booth. Por�m, quando a decis�o do caso Roe versus Wade foi anunciada, v�rios membros do grupo foram presos e julgados.

“Est�vamos emocionados e pensamos que havia acabado. Quem sabia o que viria depois? Pens�vamos que hav�amos vencido”, diz outra integrante do grupo, identificada apenas como Jeanne.
 

ERA �MICRON 

No domingo (30/1), o festival de Sundance, que exibe o melhor do cinema independente, ser� encerrado. Realizado no estado americano de Utah, o evento adotou o formato on-line pelo segundo ano consecutivo devido � intensa dissemina��o da variante �micron do coronav�rus nos Estados Unidos.

Por causa da pandemia, o document�rio “The princess”, sobre Lady Di, que abriu o Sundance na semana passada, foi produzido inteiramente a partir de imagens de arquivo.

Sem narrador, ele mostra o tumultuado casamento de Diana com o pr�ncipe Charles, explorando a obsess�o da m�dia e o impacto de eventos envolvendo a fam�lia real brit�nica.

“� como uma trag�dia shakespeariana, mas que muitos de n�s vivemos e da qual at� participamos”, afirmou Ed Perkins, diretor do filme.

A diretora do festival, Tabitha Jackson, disse que a vers�o virtual de Sundance provavelmente veio para ficar, mesmo ap�s a pandemia, pois ajudou a “diversificar o p�blico”.

Ao abrir o evento, Robert Redford, cofundador do festival, descreveu o formato on-line como “emocionante evolu��o da perspectiva do Sundance”.
















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