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Estado de Minas CINEMA

No document�rio "Grade", presos se tornam atores das pr�prias cenas

Filme rodado na Associa��o de Prote��o de Assist�ncia aos Condenados de S�o Jo�o del-Rei estreia nesta sexta (28/1) na Mostra de Tiradentes


28/01/2022 04:00 - atualizado 28/01/2022 00:53

De camisa branca e gravata azul, recuperando da Apac grava cena para documentário 'Grade'
Longa de Lucas Andrade foi feito a partir de oficinas de capacita��o em cinema para os recuperandos da Apac de S�o Jo�o del-Rei, que colaboraram no roteiro, al�m de atuar� (foto: Mostra de Tiradentes/Divulga��o)

N�o fosse a Mostra de Cinema de Tiradentes, o filme “Grade”, �ltimo dos sete longas da Mostra Aurora a estrear na 25ª edi��o do evento, poderia ter sido outro. Em 2019, o diretor pernambucano Lucas Andrade esteve no festival. Tinha a ideia de que seu primeiro longa seria realizado em uma Associa��o de Prote��o e Assist�ncia aos Condenados (Apac), com a participa��o dos pr�prios presos na cria��o do filme.

Na �poca, estava em contato com a Apac de Pouso Alegre, no Sul do Estado. Mas, uma vez em Tiradentes, ele foi conhecer a associa��o de S�o Jo�o del-Rei. E se sentiu t�o bem recebido que resolveu realizar ali “Grade”, que estreia nesta sexta (28/1), �s 22h, na Mostra. 

Existem 35 unidades da Apac em Minas Gerais. A recupera��o e a reintegra��o de condenados � a meta da associa��o. A principal diferen�a entre a Apac e o sistema prisional comum � que os recuperandos (como os presos s�o chamados) t�m suas pr�prias responsabilidades. N�o h� vigil�ncia armada nem tampouco a presen�a de policiais – a l�gica � que os recuperandos cuidem de si pr�prios e dos outros. Eles t�m as chaves dos port�es e devem trabalhar e estudar.

OFICINAS 

Tais quest�es s�o apresentadas em “Grade”, mas de forma nada convencional. O longa vagueia entre o document�rio e a fic��o, pois coloca os recuperandos literalmente em a��o. Eles se tornam atores de esquetes que eles pr�prios criaram durante oficinas devolvidas por Andrade e sua equipe no local, entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020. Entremeando estes momentos h� sequ�ncias da vida no local.

“Se voc� n�o aprender aqui dentro, ser� um fracasso l� fora!”, diz uma das muitas frases emolduradas nos ambientes da institui��o. Deixar um pres�dio convencional e chegar a uma Apac � um ganho para o condenado – mas, uma vez l� dentro, s�o muitas regras a seguir. Quem n�o consegue (ou n�o quer) se adaptar � mandado de volta “l� pra cima”, como eles se referem � penitenci�ria.

 “Queria mostrar a possibilidade do encontro deles com o cinema e colocar o cinema no espa�o da priva��o”, comenta Andrade. No processo, foram realizadas  oficinas de apresenta��o do cinema, t�cnicas e pr�ticas. Em um momento posterior, os recuperandos come�aram a roteirizar as cenas – tanto que nos cr�ditos de roteiro e elenco est�o enumerados 35 nomes.

Nas cenas, h� momentos do cotidiano, como a leitura da carta de uma amiga tamb�m presa, e as dificuldades de um novo recuperando para se adaptar ao ambiente. Mas h� outros de pura fic��o, como quando um deles se torna dentista e recebe um “paciente”. Um terceiro momento ainda levou os “atores” para longe das paredes – com uso de cromaqui, os vemos em cenas fant�sticas, voando num tapete ou numa dram�tica viagem de barco.

O envolvimento foi tamanho que at� o presidente da Apac, Ant�nio Fuzatto, participou de uma esquete, interpretando a si mesmo e a pr�pria irm�, Desid�ria, em uma divertida conversa telef�nica. A inten��o inicial, diz Andrade, era que os recuperandos participassem tamb�m do processo da montagem, que seria realizada no local. S� que, com a pandemia, a edi��o teve que ser realizada remotamente.  

“GRADE”

O filme ficar� dispon�vel desta sexta (28/1), �s 22h, at� as 22h de s�bado (29/1), no site mostratiradentes.com.br

Secult anuncia edital de R$ 2,6 milh�es

No debate on-line “Pol�ticas p�blicas para o audiovisual em Minas Gerais”, realizado na �ltima quarta-feira (26/1) na Mostra de Cinema de Tiradentes, foi anunciado o lan�amento do edital Fundo Estadual de Cultura 01/2022 – Exibe Minas – Premia��o Pessoa F�sica. Publicado ontem (27/1) no Di�rio Oficial, o edital vai destinar R$ 2,6 milh�es em recursos diretos do Fundo Estadual de Cultura (FEC) a 40 projetos – cada premiado receber� o valor bruto de R$ 65 mil.

Tal edital � uma reformula��o do edital FEC 04 – Arte Salva Exibe Minas, de agosto de 2020, que ap�s um erro de valores da pr�pria Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, foi, em sua maior parte, cancelado, em dezembro. 

Vinte e sete proponentes dos projetos premiados nas categorias 1 e 3 (mostras e festivais e atividades de forma��o) foram informados, no fim de 2021, que n�o receberiam os valores acordados, de cerca de R$ 43 mil. O caso est� no Minist�rio P�blico de Minas Gerais, acionado pela deputada federal �urea Carolina (PSOL/MG) e pelo Sindicato da Ind�stria do Audiovisual de Minas Gerais (Sindav-MG).

Rec�m-chegado ao posto, Igor Arci, subsecret�rio de Estado de Cultura de Minas Gerais, afirmou no debate que o novo edital “ser� de fato viabilizado” e que os valores ser�o pagos neste semestre, “por volta de maio e junho”.

Tamb�m ontem veio a p�blico a “Carta do audiovisual mineiro”, assinada por 373 profissionais do setor. O texto, que denuncia “o descaso e a inefici�ncia do Governo do Estado” com o audiovisual, elencou “promessas n�o cumpridas” da Secult. 

Al�m do imbr�glio do edital supracitado, a carta cita a n�o aplica��o da lei do audiovisual do estado (Lei nº 23.160/2018) e a perda dos recursos investidos pela Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) no Funcine, no valor de R$ 20 milh�es. O texto afirma que “este foi um compromisso assumido diretamente pelo Secret�rio de Cultura e Turismo, Sr. Le�nidas Oliveira, com o setor audiovisual e nunca cumprido. Os recursos n�o voltaram para o setor”.


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