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Estado de Minas ARTE MODERNA

Semana de 22 � tema do Festival de Ver�o da UFMG, que come�a amanh� (9)

A partir de quarta-feira (9/2), evento on-line ter� mesas de debate com professores da universidade para discutir as repercuss�es do movimento modernista


08/02/2022 04:00 - atualizado 08/02/2022 08:31

De olhos fechados, blusas de manga comprida e penteados afro, casal se abraça, tendo ao fundo vista panorâmica de BH
Cena do videodocument�rio "MEC - Movimento em cena", que conta com 14 artistas da dan�a e ser� exibido no encerramento do festival (foto: Divulga��o)

A 16ª edi��o do Festival de Ver�o da UFMG, que tem in�cio nesta quarta-feira (9/2) e prossegue at� s�bado (12/2), se debru�a sobre duas quest�es que dialogam entre si. Ancorada sobretudo em palestras e debates, a programa��o, totalmente gratuita e on-line, tem como tema “Culturas em movimento: olhares da UFMG sobre a Semana de Arte Moderna”. Esse foi um modo de abarcar reflex�es acerca da multiplicidade de saberes que constituem o campo de conhecimento das artes.

Transmitidos pelo canal Cultura UFMG, no YouTube, os encontros programados se equilibram entre a Semana de 22, com foco em suas resson�ncias no atual panorama cultural brasileiro, e no que a diretora-adjunta de a��o cultural da UFMG e coordenadora do festival, M�nica Ribeiro, chama de pluriepistemologia. 

A abertura desta 16ª edi��o ser� marcada por uma homenagem ao artista ind�gena Jaider Esbell, falecido em 2 de novembro passado. A cultura e os saberes dos povos ind�genas, ali�s, tamb�m s�o uma t�nica no Festival de Ver�o da UFMG deste ano.

Na homenagem que ser� prestada a Esbell, conduzida pela professora da Escola de Belas Artes L�cia Pimentel, o p�blico poder� assistir novamente � palestra “Rever Makuna�ma”, que foi proferida pelo artista em 2021, durante o 53º Festival de Inverno UFMG. 

“A gente come�ou a pensar no ano passado a Semana de Arte Moderna de 1922 e principalmente as repercuss�es do modernismo brasileiro na atualidade, por meio de uma parceria com o projeto Minas Mundo, que envolve v�rias universidades e pesquisadores. No �ltimo Festival de Inverno, j� propusemos discuss�es para abordar os mais variados aspectos da Semana de 22”, diz M�nica Ribeiro.

CONTRADI��ES E AUS�NCIAS

Ela destaca que neste Festival de Ver�o 2022, a ideia � pensar, � luz da contemporaneidade, as provoca��es e reflex�es postas naquele momento, h� 100 anos, que promoveram uma s�rie de impactos e desdobramentos. “Em diversos eventos feitos Brasil afora por conta do centen�rio da Semana de 22, fala-se n�o somente das resson�ncias, mas tamb�m das aus�ncias e das contradi��es. Nossa proposta foi tensionar um pouco o que hoje conseguimos pensar a partir das reverbera��es do modernismo no Brasil”, aponta.

Foram convidados para esses debates majoritariamente professores e pesquisadores da pr�pria UFMG ou vinculados de uma maneira cont�nua a ela, segundo a coordenadora. M�nica ressalva que n�o se trata, contudo, de uma discuss�o interna. A ideia � que a cidade possa conhecer o pensamento da universidade sobre essa tem�tica.

“A UFMG � parte da cidade, a comp�e, e temos aqui tanta gente com um hist�rico incr�vel e com pot�ncia art�stica. Precisamos trabalhar com o que temos, colocar na roda os nossos pares. A gente tem muita riqueza de pensamento e de produ��o de conhecimento. Queremos que isso seja para a cidade, o estado e o pa�s”, diz.

Ela observa que o formato on-line permite um alcance muito maior, sobretudo porque, depois de realizados, os debates permanecer�o dispon�veis no canal Cultura UFMG.

Em cada um dos quatro dias do 16º Festival de Ver�o da UFMG, uma abordagem espec�fica � proposta sobre a Semana de 22 ou a partir dela. Amanh�, ap�s a homenagem a Jaider Esbell, a primeira roda de conversa ser� sobre as resson�ncias do modernismo no cen�rio contempor�neo, com os professores N�sio Teixeira, do departamento de Comunica��o; Roberto Said, do departamento de Letras; e Maria Ang�lica Melendi, do departamento de Artes Pl�sticas. A media��o fica a cargo da pr�pria M�nica, que tamb�m � professora do departamento de Belas Artes.

OS EXCLU�DOS 

Na quinta-feira (10/2), especialistas e pesquisadores refletir�o sobre os grupos, as comunidades e os modos de fazer que n�o foram contemplados pela Semana de Arte Moderna, como as artes negra e ind�gena. “Se no primeiro dia a gente observa como o modernismo impactou o fazer art�stico e cultural do pa�s, no segundo a gente vai justamente para a lacuna, para a fissura, o que n�o entrou, o que n�o foi representado. Podemos lan�ar um olhar sobre isso � luz das pautas sociais da atualidade”, diz a coordenadora.

Na sexta-feira (11/2), o c�lebre “Manifesto da poesia pau-brasil”, escrito por Oswald de Andrade em 1924, vai inspirar um dia dedicado a se pensarem as emerg�ncias culturais no contexto s�cio-pol�tico contempor�neo. “Ver com os olhos livres”, uma das m�ximas presentes no documento, � interpretada aqui como a possibilidade de se praticar e fruir a cultura com base na alteridade e na diversidade.

�s 19h de sexta, haver� a palestra “Modernismo: uma quest�o de mem�ria”, com a poeta, tradutora e professora do departamento de Letras da UFMG Vera Casa Nova. Em seguida, �s 20h, uma roda de conversa com a pianista Ana Cl�udia de Assis, professora da Escola de M�sica da UFMG; com o professor Marcos Alexandre, do departamento de Letras; e com Gabriela Guerra, artista, pesquisadora e doutoranda em educa��o pela UFMG, d� sequ�ncia ao tema. 

“Nessas rodas, a curadoria buscou contemplar pessoas de diversos campos do conhecimento. A resson�ncia � ampla, o modernismo impactou toda a cultura, n�o s� o fazer art�stico”, diz M�nica Ribeiro.

A multiplicidade de saberes � o que d� o tom no �ltimo dia desta 16ª edi��o do festival. Uma roda de conversa sobre essa tem�tica vai reunir os professores C�sar Guimar�es, da p�s-gradua��o em comunica��o da UFMG; S�nia Queiroz, do departamento de Letras, e Edgar Kanayk�, pertencente ao povo ind�gena xakriab� de Minas Gerais, mestrando em antropologia na UFMG, artista e fot�grafo.

De acordo com M�nica, trabalhar com os “saberes em tr�nsito” � algo movido pelo clamor presente tanto no “Manifesto da poesia pau-brasil” quanto no “Manifesto antropof�gico”, tamb�m de autoria de Oswald de Andrade. “Nos interessa trabalhar com outros saberes que, naquele momento, em 1922, ficavam de fora. Hoje, a universidade se abre para isso, � a pr�tica de uma pluriepistemologia que vai na contram�o de um modelo hegem�nico de saber. O encerramento do festival � um dia para se pensar a universidade como um territ�rio plural”, salienta. 

Duas cobras gigantes da Amazonia sao colocadas no meio do Viaduto Santa Tereza
De cocar e colar indígena sobre camisa preta, Jaider Esbell olha para a câmera
Interven��o urbana "Entidades", do artista ind�gena Jaider Esbell (1979-2021), no Viaduto Santa Tereza, em 2020. Ele ser� homenageado na abertura do festival e sua palestra "Rever Makuna�ma", apresentada na edi��o passada do evento, ficar� dispon�vel

ABERTURA PARA SABERES

“Na atualidade, h� um movimento de abertura para outros conhecimentos e saberes na academia. J� � poss�vel a presen�a dos saberes cient�ficos com as artes e com os saberes da tradi��o, configurando essa pluriepistemologia de que falamos. Durante esta edi��o do festival, vamos real�ar essas v�rias vozes que comp�em a universidade que desejamos”, complementa a coordenadora.

Ela aponta que o espa�o aberto para a quest�o ind�gena, sua cultura e suas tradi��es, que vem sendo mantido ao longo dos dois �ltimos anos, � precisamente um reflexo desse desejo. “A gente vem fazendo essas parcerias de reflex�o com os sujeitos ind�genas h� algum tempo, e mais fortemente a partir de 2020, quando o tema foi ‘Mundos poss�veis – culturas em pensamento’. A partir da chegada da pandemia, a gente tem uma presen�a muito importante do pensamento ind�gena e do pensamento negro nas nossas a��es de cultura. Isso tem, sim, sido objeto de uma aten��o curatorial, porque reconhecemos a necessidade de se construir esse territ�rio plural com o compartilhamento dos mais diversos saberes”, afirma.

Ela aponta, a prop�sito, que a UFMG vai lan�ar este ano o livro “Mundos poss�veis”, escrito a partir daquela edi��o de 2020 do festival, que traz o pensamento de diversos expoentes ind�genas ao lado de v�rios outros intelectuais. “Estamos no rumo de viabilizar essas conversas, esse compartilhamento reflexivo.”

MAPA CULTURAL 

Outro t�tulo no prelo, com previs�o de lan�amento para este primeiro semestre, � “Mapa cultural da UFMG”, que foca na inser��o das a��es culturais da universidade em �mbito regional, nacional e internacional. “� uma forma de ver como a universidade impacta e dialoga com aquilo que nos est� pr�ximo, os bairros de Belo Horizonte, as cidades do interior de Minas. Reitero isto: a universidade comp�e a cidade, faz parte da cidade, ela � a cidade tamb�m. � importante a gente praticar a pluralidade nos nossos diversos territ�rios, incluindo o epistemol�gico. A UFMG sabe disso, mas precisa mostrar isso”, diz M�nica.

No encerramento do 16º Festival de Ver�o UFMG, no s�bado (12/2), �s 20h30, haver� a exibi��o do videodocument�rio “MEC – Movimento em cena”, com o intuito de ampliar e aprofundar a mostra coreogr�fica “Direito � cultura nas quebradas”, realizada em 2021 pela programa��o do 15º Festival de Ver�o UFMG. Idealizado por Celo Mendes, o v�deo conta com a concep��o coreogr�fica de 14 artistas plurais e ativos na cena das dan�as da Grande BH.

16º FESTIVAL DE VER�O UFMG

Com o tema “Culturas em movimento: olhares da UFMG sobre a Semana de Arte Moderna”. Desta quarta (9/2) a s�bado (12/2). Programa��o gratuita, transmitida pelo canal Cultura UFMG, no YouTube

PALESTRAS E DEBATES

Confira a programa��o completa desta edi��o do festival

» QUARTA-FEIRA (9/2)
18h30: Solenidade de abertura oficial
19h: Homenagem a Jaider Esbell, com Lucia Pimentel, e reapresenta��o da palestra “Rever Makuna�ma”, de Jaider Esbell
20h: Roda de conversa com N�sio Teixeira, Roberto Said e Maria Ang�lica Melendi

» QUINTA-FEIRA (10/2)
19h: Palestra: “Psican�lise liter�ria: o campo do fora”, com Lucia Castello Branco
20h: Roda de conversa com Eduardo de Jesus, Jos� Newton Meneses e Ricardo Aleixo

» SEXTA-FEIRA (11/2)
19h: Palestra: “Modernismos: uma quest�o de mem�ria”, com Vera Casa Nova
20h: Roda de conversa com Ana Cl�udia de Assis, Gabriela Guerra e Marcos Alexandre

» S�BADO (12/2)
18h: Palestra: “Sobre beleza e possibilidades de salvar o mundo”, com Maur�cio Campomori
19h: Roda de conversa com C�sar Guimar�es, Edgar Kanayk� e S�nia Queiroz
20h30: Videodocument�rio “MEC – Movimento em cena”


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