
Antecedido por tr�s singles lan�ados a partir de janeiro deste ano, o quarto �lbum de est�dio da banda Terno Rei, "G�meos", desembarcou nas plataformas digitais na noite da �ltima quarta-feira (9/3), por meio do selo Balaclava Records.
Produzido ao longo de um ano e meio, o trabalho, que sucede ao elogiado "Violeta" (2019), re�ne can��es sobre amizade e nostalgia criadas em meio �s restri��es impostas pela pandemia da COVID-19.
"Come�amos a trabalhar no novo �lbum em agosto de 2020. Antes disso, em julho, a gente tinha gravado uma live, que foi a primeira vez em que nos juntamos naquele per�odo mais duro da quarentena. Foi a� que a gente viu que j� estava na hora de fazer um novo trabalho. Por n�o poder fazer shows, tivemos bastante tempo para trabalhar nas m�sicas, e o disco ficou pronto no finalzinho de dezembro do ano passado", conta Ale Sater, que divide o grupo com Bruno Paschoal, Greg Maya e Luis Cardoso.
"N�o � que a gente est� emulando uma nostalgia do que n�o vivemos. A gente viveu esse per�odo dos anos 2000. A gente andava de skate, assistia aos clipes da MTV. Na pandemia, a gente revisitou muitas dessas coisas. Ficamos ouvindo playlists com m�sicas que a gente ouvia no passado, por exemplo"
Lu�s Cardoso, baterista do Terno Rei
Tudo come�ou em um s�tio localizado no interior de S�o Paulo, onde eles fizeram uma imers�o para formatar as can��es. Depois disso, os quatro viajaram para Curitiba, no Paran�, e gravaram as m�sicas no Nico's Studio, de Nico Braganholo, o respons�vel pela mixagem e pela masteriza��o do �lbum, que conta com produ��o assinada por Amadeus de Marchi, Gustavo Schirmer e Janluska.
O primeiro single, "Dias da juventude", foi lan�ado em janeiro passado. Com uma sonoridade que remete ao rock feito no final dos anos 1990 e in�cio dos anos 2000, a m�sica j� anunciava a vontade que o grupo tinha de remeter ao passado, o que se confirmou no single seguinte, "Dif�cil", de alma p�s-punk, lan�ado em fevereiro.
ANO MAIS TRISTE
"N�o � que a gente est� emulando uma nostalgia do que n�o vivemos", explica o baterista Luis Cardoso. "A gente viveu esse per�odo dos anos 2000. A gente andava de skate, assistia aos clipes da MTV. Na pandemia, a gente revisitou muitas dessas coisas. Ficamos ouvindo playlists com m�sicas que a gente ouvia no passado, por exemplo."A influ�ncia da crise sanit�ria nas composi��es p�de ser percebida no terceiro single, "Avi�es", lan�ado no �ltimo dia 2. Nela, Ale Sater canta sobre o "ano mais triste de nossas vidas" em meio a uma instrumenta��o minimalista e sutil.

"Esse disco tem uma certa variedade em rela��o � tem�tica", explica o vocalista. "Ao mesmo tempo em que a gente canta sobre amizade, tem letras sobre o momento que a gente viveu. E foram muitos os sentimentos experimentados nesse per�odo: saudade, raiva, tristeza, algumas alegrias. A gente tentou transformar essas quest�es em can��es."
E essa variedade tamb�m est� presente na sonoridade das m�sicas. "Nesse disco, a gente tentou algumas coisas diferentes. A bateria, por exemplo, est� mais presente. Tamb�m inclu�mos instrumentos in�ditos para n�s, como sax e trio de cordas. A gente buscou experimentar e, ao mesmo tempo, acredito que este seja o nosso disco mais pop", afirma Ale.
LIBERDADE
O guitarrista Bruno Paschoal concorda e acrescenta: "Todos os nossos discos anteriores tinham uma linearidade forte. Eles tinham uma certa const�ncia, as m�sicas eram meio parecidas umas com as outras. Nesse, a gente se deu a liberdade de trabalhar cada m�sica separadamente e depois nos preocupamos em montar uma 'timeline' que fizesse sentido".Como este � o quarto disco, ele acredita que seria o momento mais apropriado para a banda ousar. "� um disco bem cheio, tem bastante coisa rolando o tempo inteiro. E a pr�pria grava��o est� muito mais HD. Como esse � nosso quarto trabalho, chegamos � conclus�o de que havia chegado a hora de fazer alguma coisa diferente. A gente n�o curte ficar parado sempre no mesmo, tipo tentar repetir o j� deu certo. Isso n�o faz o nosso estilo."
Bruno se refere ao "Violeta", �lbum que transformou a banda Terno Rei em promessa do rock alternativo nacional. Com esse trabalho, o grupo ampliou seu p�blico e emplacou m�sicas de sucesso, como "Solid�o de volta", "Dia lindo" e "Yoko".
Apesar disso, eles afirmam n�o terem se sentido pressionados para repetir o feito. "Sempre tem uma 'press�ozinha', mas, no final das contas, a gente tentou se blindar e fazer o melhor para o disco. De certa forma, a gente se sentiu impulsionado para o bem", afirma Bruno.
NOVIDADES
Com 12 faixas distribu�das ao longo de pouco mais de 35 minutos, "G�meos" apresenta a banda em sua fase mais madura, segura do que quer apresentar. Musicalmente, o disco preserva elementos que popularizaram o grupo, como os sintetizadores e o tom melanc�lico das letras, ao mesmo tempo em que adiciona novidades ao universo da Terno Rei, como o tratamento solar de alguns arranjos.Sobre o t�tulo do trabalho, eles oferecem mais de uma explica��o. "� uma refer�ncia �quela amizade que voc� tem na adolesc�ncia e que voc�s meio que se tornam g�meos", explica Ale Sater. "Mas tamb�m tem a ver com o fato de n�s quatro estarmos juntos j� h� 12 anos, numa posi��o de ser g�meos tamb�m. E tamb�m tem uma parada de signo. G�meos � controverso, muita gente n�o gosta."
Com o novo disco na pra�a, eles agora se preparam para tocar pela primeira vez no Lollapalooza Brasil, no pr�ximo dia 26, em S�o Paulo. "Eu t� meio sem expectativa porque a gente vai tocar muito cedo e o festival j� foi, j� voltou, j� adiou", afirma Bruno Paschoal. A Terno Rei ser� a banda respons�vel por abrir os trabalhos no palco principal, com show previsto para come�ar �s 13h05.
"Eles nos contrataram para fazer o show do 'Violeta', ent�o n�s vamos, sim, tocar algumas m�sicas novas, mas vai ser uma esp�cie de show de despedida do �lbum. A gente est� empolgado, o festival faz um supersucesso aqui no Brasil e acho que vai ter uma galera para assistir � gente. Acho que vai dar uma proje��o boa para a banda", comenta Bruno.
Al�m da apresenta��o no Lolla, a Terno Rei j� anunciou uma turn� com outros 10 shows em nove cidades diferentes. Em Belo Horizonte, o show est� marcado para 4 de junho, n'A Aut�ntica, com ingressos j� � venda.
Essa apresenta��o, sim, ser� bastante dedicada ao repert�rio do "G�meos". "Mas tem umas m�sicas do 'Violeta' que funcionam muito bem ao vivo e n�o v�o ficar de fora. A grande vantagem � que agora a gente vai poder fazer um bis de respeito. Antes a gente fazia com uma m�sica, no m�ximo duas. Agora v�o ser umas tr�s ou quatro", afirma Ale.