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Estado de Minas M�SICA

"S� trago verdades" tem ironia e autocr�tica sobre v�cio nas redes sociais

Single de Nayara Portela aborda a press�o por produzir conte�do incessantemente e se fazer parecer interessante no ambiente virtual


19/04/2022 04:00 - atualizado 19/04/2022 00:42

Maquiada e com bobes cor de rosa nos cabelos, Nayara Portela sorri, em ambiente neutro com fundo amarelo
Nascida em Goi�nia, a cantora se radicou em Bras�lia e afirma que seu gosto musical vai de ''Beethoven a Fabio Jr.'' (foto: @photitas Itamar/Divulga��o)

Foi pensando nas dificuldades e press�es de ter que produzir conte�do nas redes sociais a todo momento que Nayara Portela escreveu o single “S� trago verdades”, lan�ado no m�s passado nas plataformas digitais. A m�sica � um aperitivo de seu pr�ximo �lbum, “Viradela”, programado para sair no segundo semestre deste ano.

Nascida em Goi�nia, a cantora come�ou sua carreira ao se mudar para Bras�lia, em 2016. “Cresci rodeada de m�sica. Sempre escutei de tudo, de Beethoven a F�bio Jr.”, diz Nayara, que come�ou a produzir covers e composi��es autorais no ano seguinte � sua mudan�a para a Capital Federal.



Seu primeiro EP, “Bossa nova”, foi lan�ado em 2017 e � inspirado pelo estilo musical que d� nome ao trabalho. “Arraial” (2020) e “Nay Lounge vibes” (2022) s�o compila��es de m�sicas e covers que Nayara lan�ou em seu canal no YouTube. A cantora aponta que seus quatro singles lan�ados em 2019  –  “Amanh�”, “Cores”, “Espelho” e “Mar”  –  e “Raiz”, de 2020, marcam a incorpora��o de uma variedade de estilos e novos ritmos ao seu repert�rio.

“S� trago verdades”, bem como a faixa que a precedeu, “Indireta” (que tamb�m estar� presente no futuro �lbum), fazem parte da nova fase pop indie da cantora. Enquanto a segunda fala � de relacionamentos t�xicos em ritmo de pop eletr�nico, a nova m�sica traduz a experi�ncia pessoal de Nayara com as redes sociais e a internet.

''Nossa sociedade est� muito obcecada pela ideia de que todo mundo tem que ser vis�vel, e isso � muito ruim. Eu falo: '� tudo fake, e se eu disser demais � bem capaz de ganhar mais hater'. Acabamos fazendo de tudo para querer aparecer e ter esse segundo de exist�ncia na vida dos outros''

Nayara Portela, cantora


EXPOSI��O

“J� fazia tempo que eu queria escrever sobre o assunto da exposi��o na internet abordando a empatia – ou a falta dela –, a press�o por engajamento e o t�dio que se forma em volta da obriga��o de a gente ter que compartilhar tudo o que vive, sen�o o momento n�o aconteceu”, afirma Nayara.

E acrescenta: “Nossa sociedade est� muito obcecada pela ideia de que todo mundo tem que ser vis�vel, e isso � muito ruim. Eu falo: ‘� tudo fake, e se eu disser demais � bem capaz de ganhar mais hater’. Acabamos fazendo de tudo para querer aparecer e ter esse segundo de exist�ncia na vida dos outros”.

A artista tamb�m aponta que “S� trago verdades” surgiu como uma resposta � pandemia e � acentua��o do uso das redes nesse per�odo. “Na pandemia, a gente viu o t�dio como um grande fantasma que ficava atr�s da gente o tempo todo. Fiquei nessa tamb�m de ter que fazer conte�do e apresentar coisas novas o tempo todo. Eu fazia v�deos para o YouTube todos os dias, seja um cover ou um v�deo, e lancei muitos singles durante esse tempo”, conta.

O single tamb�m n�o poderia deixar de vir acompanhado de um v�deo em seu canal no YouTube, colorido e divertido, no qual Nayara, de bobes no cabelo, emula uma “conversa fiada” entre amigos. “Eu amo essa ideia da Dona Florinda de estar � vontade e andar de bobes para todo lado. E � esse o objetivo: estou trazendo minha verdade, falando tudo e conversando aqui com voc� de forma bem sincera”, diz. Al�m do v�deo, uma dan�a no TikTok tamb�m foi lan�ada.

Para al�m das dores que a internet provoca, Nayara cita a possibilidade de conhecer pessoas e compartilhar ideias como o lado bom das redes sociais. “Apesar desse lado ruim de a gente se expor demais, h� o lado colaborativo de a internet conseguir unir as pessoas, que podem se identificar e ter os mesmos sentimentos umas com as outras.”

*Estagi�rio sob supervis�o  da editora Silvana Arantes


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